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Revista GC - Ed.69 - Maio 2016
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Editorial

Tecnologia é a cereja do bolo

Nesta edição, Grandes Construções publica matéria especial sobre a utilização de tecnologia de ponta como ferramenta de governança das cidades modernas. Com presença indispensável nas chamadas Smat Cities, a tecnologia criou novos paradigmas de gestão, permitindo aos administradores públicos a interferência remota em muitas áreas da vida moderna. A proliferação de dispositivos ligados a uma rede de comunicação deu origem a um novo conceito, o da Internet das Coisas, ou Internet of Things (IoT), em que sensores e atuadores se combinam com o ambiente que nos rodeia, gerando informações que são compartilhadas entre plataformas, a fim de desenvolver um quadro operacional comum.

Alimentada pela recente multiplicação de sensores e equipamentos sem fio, a IoT está saindo de sua fase infantil e se consolidando como novo paradigma de gestão, em cidades totalmente integradas. A tecnologia descortina um mundo totalmente novo, cheio de soluções até então impensadas. Mas não devemos nos iludir. Por mais que ofereça soluções para os enormes desafios que a urbanização extrema impõe aos governantes, ela não é capaz de transformar, sozinha, a vida nas nossas metrópoles.

Enquanto muitos alimentam a visão estreita de cidades inteligentes como sendo lugares que fazem melhor uso de tecnologias de informação e comunicação, cresce também o conceito mais amplo, de Cidades Amigáveis onde o espaço urbano se transforma verdadeiramente em “espaço de cidadania”. Nessas cidades, a tecno


Nesta edição, Grandes Construções publica matéria especial sobre a utilização de tecnologia de ponta como ferramenta de governança das cidades modernas. Com presença indispensável nas chamadas Smat Cities, a tecnologia criou novos paradigmas de gestão, permitindo aos administradores públicos a interferência remota em muitas áreas da vida moderna. A proliferação de dispositivos ligados a uma rede de comunicação deu origem a um novo conceito, o da Internet das Coisas, ou Internet of Things (IoT), em que sensores e atuadores se combinam com o ambiente que nos rodeia, gerando informações que são compartilhadas entre plataformas, a fim de desenvolver um quadro operacional comum.

Alimentada pela recente multiplicação de sensores e equipamentos sem fio, a IoT está saindo de sua fase infantil e se consolidando como novo paradigma de gestão, em cidades totalmente integradas. A tecnologia descortina um mundo totalmente novo, cheio de soluções até então impensadas. Mas não devemos nos iludir. Por mais que ofereça soluções para os enormes desafios que a urbanização extrema impõe aos governantes, ela não é capaz de transformar, sozinha, a vida nas nossas metrópoles.

Enquanto muitos alimentam a visão estreita de cidades inteligentes como sendo lugares que fazem melhor uso de tecnologias de informação e comunicação, cresce também o conceito mais amplo, de Cidades Amigáveis onde o espaço urbano se transforma verdadeiramente em “espaço de cidadania”. Nessas cidades, a tecnologia abre mão do protagonismo para se tornar coadjuvante no processo de melhoria da eficiência das operações urbanas, em prol da qualidade de vida dos cidadãos e do crescimento da economia local.

Fruto de ampla participação dos diversos setores da sociedade, na formulação do seu projeto de presente e de futuro, as Cidades Amigáveis aliam tecnologia à definição de políticas públicas, respaldadas na participação popular, para a definição de metas de eliminação do consumo de combustíveis fósseis; de redução das emissões de gás carbônico; da recuperação de grande quantidade de áreas verdes e recreativas; de planos de preservação da água e de excelência em transporte público.

Nas Cidades Amigáveis, poder público e sociedade civil comprometem-se com práticas de transportes que melhorem a qualidade dos ambientes urbanos. Isso pode envolver investimentos em mobilidade sustentável, com a implantação de sistemas sobre trilhos, como metrôs, trens e bondes modernos (VLTs). Pode ainda representar a implantação de sistemas de ônibus "limpos", com integração com ciclovias, esteiras rolantes, elevadores de grande capacidade e outras soluções inovadoras que possam ser criadas. Mas não pode prescindir de soluções simples, que exigem poucos recursos e nenhuma tecnologia de ponta, como calçadas amplas, niveladas, sem buracos e obstáculos.

A expansão urbana desorganizada priorizou a locomoção dos carros e diminuiu os espaços destinados aos pedestres. Nas Cidades Amigáveis, as calçadas retomam seu lugar de importância no cenário urbano, assegurando ao cidadão espaço de segurança, conforto.

Há quem diga que se pode medir o nível de civilização de um povo pela qualidade das calçadas de suas cidades, ou ainda que as calçadas sejam melhor indicador de desenvolvimento humano do que o próprio IDH.

Exageros à parte, não podemos valorizar excessivamente recursos tecnológicos que parecem nos remeter para o futuro, deixando de lado soluções simples, mas indispensáveis para o bem-viver nas nossas cidades. Então, que tal começarmos por cobrar dos nossos governantes as calçadas dignas das cidades que queremos?

Paulo Oscar Auler Neto

Vice-presidente da Sobratema

 

 

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