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Revista GC - Ed.6 - Julho 2010
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Saneamento

Saneamento em Paranaguá (PR) é exemplo de parceria com setor privado

A cidade de Paranaguá, principal referência litorânea do estado do Paraná, tanto pela importância do porto, principal elo na cadeia de exportação da soja no Brasil, quanto seu belo conjunto arquitetônico colonial, está se tornando mais uma referência no País, desta vez no âmbito do saneamento básico. Cerca de 50% de toda a população do município – de 133.559 habitantes, segundo contagem do IBGE/2007 – já conta com sistema de esgotos tratado. E a meta da prefeitura é chegar a 2012 com pelo menos 80% de coleta e tratamento de esgoto na cidade. São índices raros no Brasil, onde o percentual médio de tratamento de esgoto é de 45%. Pata atingir esta meta outras cinco novas estações de tratamento serão instaladas em Paranaguá até 2012.

A posição privilegiada de Paranaguá avançou mais um passo com a inauguração, em 1 de julho, de mais uma estação de tratamento de esgoto (ETE) localizada no Jardim Samambaia às margens da BR-277. Totalmente informatizada, a nova unidade exigiu investimentos da ordem de R$ 1,2 milhão e beneficiará mais de 4.500 moradores dos bairros Jardim Samamb


A cidade de Paranaguá, principal referência litorânea do estado do Paraná, tanto pela importância do porto, principal elo na cadeia de exportação da soja no Brasil, quanto seu belo conjunto arquitetônico colonial, está se tornando mais uma referência no País, desta vez no âmbito do saneamento básico. Cerca de 50% de toda a população do município – de 133.559 habitantes, segundo contagem do IBGE/2007 – já conta com sistema de esgotos tratado. E a meta da prefeitura é chegar a 2012 com pelo menos 80% de coleta e tratamento de esgoto na cidade. São índices raros no Brasil, onde o percentual médio de tratamento de esgoto é de 45%. Pata atingir esta meta outras cinco novas estações de tratamento serão instaladas em Paranaguá até 2012.

A posição privilegiada de Paranaguá avançou mais um passo com a inauguração, em 1 de julho, de mais uma estação de tratamento de esgoto (ETE) localizada no Jardim Samambaia às margens da BR-277. Totalmente informatizada, a nova unidade exigiu investimentos da ordem de R$ 1,2 milhão e beneficiará mais de 4.500 moradores dos bairros Jardim Samambaia, Jardim Ipê e Casa da Família (Conjunto Serra do Mar). E foi a segunda do gênero, instalada a partir de uma parceria bem-sucedida entre a prefeitura e a concessionária CAB Águas de Paranaguá. A primeira, a ETE Emboguaçu, foi inaugurada em 2001

Nas duas estações, a concessionária adota um sistema de tratamento até então inédito no Brasil e considerado o estado da arte do setor em todo o mundo. A CAB Águas de Paranaguá adotou o processo biológico de lodo ativado. A engenheira química Ludimila Teixeira, coordenadora de Tratamento de Água e Esgoto da concessionária, explica que o processo, desenvolvido na Alemanha, se baseia na oxidação da matéria orgânica, por bactérias aeróbias, controlada pelo excesso de oxigênio em tanques de aeração e posteriormente direcionado aos decantadores. Durante o processo, que é 100% biológico, o esgoto afluente, na presença de oxigênio dissolvido, através de agitação mecânica e pelo crescimento e atuação de microorganismos específicos, forma flocos. Essa fase sólida é separada da fase líquida em outra unidade operacional, durante um processo de decantação em que é removida a matéria orgânica biodegradável presente nos esgotos.

Após esse processo, o lodo ativado separado retorna para o processo ou é retirado para tratamento específico ou destino final.

O lodo decantado nos decantadores retorna ao tanque de aeração como forma de reativação da população de bactérias no tanque de aeração. Este retorno se dá na entrada do tanque onde o lodo, em fase endógena, se mistura ao efluente rico em poluente, aumentando assim a eficiência do processo.

É fundamental que a água a ser tratada não possua outros componentes que prejudiquem a vida de tais bactérias. As condições adequadas para o tratamento, tais como a concentração de oxigênio dissolvido, pH e a velocidade da água, são essenciais ao perfeito funcionamento desse processo. Boa parte do lodo gerado no processo é desidratado e enviado para aterros sanitários Classe 2.

Mário Müller, diretor geral da CAB Águas de Paranaguá, afirma que a tecnologia permite excelente desempenho e alto rendimento. Edson Pedro da Veiga, diretor presidente da Companhia de Água e Esgoto de Paranaguá (Cagepar), lembrou que a parceria com a iniciativa privada permitiu que Paranaguá se tornasse uma referência em tratamento de esgoto no Paraná.

A capacidade da ETE Samambaia é suficiente para coletar e tratar uma vazão de 16,5 litros de esgoto por segundo e permite devolver aos rios a água livre de matéria orgânica e de microorganismos que causam doenças.

Obras avançam  
Das cinco novas ETEs a serem inauguradas, a primeira será a Nilson Neves, cujas obras estão avançadas, com previsão de conclusão ao final de agosto. Ela terá capacidade para tratar 20 litros de esgoto por segundo e vai beneficiar 5.800 moradores dos bairros Nilson Neves, Jardim Yamaguchi, Conjunto Costa Sul e Caic.

Ainda em 2010, está previsto o início das obras da ETE Costeira, projetada para atender 20 mil moradores da Costeira, Centro e Centro Histórico, além de bairros como Oceania, João Gualberto, Campo Grande, Alto São Sebastião, Raia e Tuiuti, além de parte do Jardim Alvorada.

Em 2011, será construída a ETE Itiberê, projetada para atender 10 mil parnanguaras que moram em bairros como Parque São João, Vila Divinéia e Labra. Em 2012 será construída a ETE Rocio para tratar o esgoto de 10 mil moradores dos bairros Rocio, Vila Alboit, Industrial, 29 de Julho, Leblon, Bockmann, Dom Pedro II e parte dos bairros Vila Paranaguá, Serraria do Rocha e Alvorada.

Para todo o programa de saneamento, a previsão de orçamento é de R$ 35 milhões, com financiamento do BNDES de R$ 35 milhões para pagamento em 10 anos.

Concessão plena e PPP 
Criada em 2006, por acionistas da Galvão Engenharia S.A., a CAB Ambiental tem sua trajetória marcada pelo pioneirismo. A empresa foi uma das primeiras do setor privado a assumir uma concessão plena dos serviços públicos de água e esgoto, no caso do município de Palestina (SP), com 9 mil habitantes. Trata-se da Empresa de Saneamentos de Palestina (Esap).

Responsável pelo tratamento e abastecimento de água e pela coleta e tratamento de esgoto em toda a cidade de Palestina, incluindo os distritos de Boturuna, Duplo Céu e Jurupeba, a Esap assumiu integralmente a manutenção do sistema de saneamento básico e do atendimento de qualidade ao público. Responde por toda a gestão comercial que compreende a leitura do consumo, entrega das contas de água e a comercialização de serviços aos usuários.

Cerca de 100% do abastecimento de Palestina é feito com água subterrânea, cuja captação é realizada em 15 poços com profundidade média de 100 m, localizados no Aquífero Bauru. Com um total de sete reservatórios, Palestina tem capacidade de armazenamento de aproximadamente 870 mil litros de água.

A ESAP possui equipamentos de última geração, que possibilitam o monitoramento diário da qualidade da água. Com essa tecnologia é possível verificar toda a distribuição, além de controlar os produtos químicos utilizados no tratamento da água. O laboratório realiza 1.745 análises mensais para atestar a qualidade da água, rigorosamente dentro das normas do Ministério da Saúde.

Palestina trata atualmente 100% dos 84% do esgoto coletado. Após a coleta, o esgoto é enviado até a Estação de Tratamento de Esgoto, localizada na Barra do Abelha, onde passa por um processo de retirada de dejetos e impurezas antes de voltar aos rios e córregos. A meta da Esap é coletar e tratar 100% do esgoto. Para isso, será necessário construir mais redes coletoras e novas estações de tratamento, para atender os distritos de Duplo Céu, Boturuna e Jurupeba.

Em 2009, a Esap investiu no processo de automatização de todo o sistema por meio de equipamento de rádio e comunicação via internet, para monitorar os principais pontos de abastecimento de água e operar seu funcionamento a distância. A modernização do sistema permite rapidez no atendimento de qualquer problema.

Para tornar o sistema mais confiável, seguro e se adequar à padronização exigida pela NR18 (norma de segurança do trabalho), a empresa trocou todos os quadros de entrada e os quadros de comando de energia elétrica, minimizando possíveis interrupções no fornecimento de água.

Outro modelo de participação da iniciativa privada na operação de saneamento básico é através da Participação Público-Privada (PPP).

A PPP administrativa entre a CAB Spat e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) visa a ampliar a Estação de Tratamento de Água  (ETA) de Taiaçupeba, permitindo quase dobrar a capacidade de atendimento da unidade, de 3,5 milhões para 5 milhões, nos próximos dois anos. Isso corresponderá a 15% da população da Região Metropolitana do estado de São Paulo.

O contrato da PPP, de 15 anos, prevê melhorias nas instalações da ETA, que incluem obras como a construção de 17,7 km de adutoras de 400 a 1.800 mm, quatro reservatórios com capacidade total de 70 milhões de litros, tratamento e disposição final do lodo dos decantadores, manutenção eletromecânica, manutenção de barragens e serviços auxiliares de adução. Para tanto, serão feitos investimentos de R$ 300 milhões.

Se hoje o Sistema Integrado da Região Metropolitana produz 68 m³/s de água, estima-se que, em 2025, será necessário produzir um mínimo de 80,8 m³/s para atender à demanda da população. Prevendo o aumento substancial do consumo médio de água no futuro, o Plano Diretor de Abastecimento de Água da Região Metropolitana recomendou a ampliação da ETA Taiaçupeba.

Nove municípios da Região Metropolitana serão beneficiados pela ampliação na ETA de Taiaçupeba: Arujá, Biritiba-Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Suzano e São Paulo (Zona Leste). Atualmente, a ETA recebe água das cinco represas que integram o Sistema Produtor do Alto Tietê: Paraitinga, Ponte Nova, Biritiba-Mirim, Jundiaí e Taiaçupeba, que juntas exibem um total de capacidade de reservação de 513 milhões m³.

A ETA Taiaçupeba começou a operar em março de 1992, quando sua capacidade nominal era de 5 m³/s. Em linhas gerais, o complexo da ETA Taiaçupeba é hoje constituído pelas seguintes unidades:

Captação e estação elevatória de água bruta

Adutoras de água bruta e chaminés de equilíbrio

Medição de vazão afluente

Estrutura de chegada de água bruta e mistura rápida auxiliar

Mistura rápida principal e canal de água coagulada

Floculadores e galerias de serviço

Decantadores e galerias de serviços

Canais de água decantada e mistura intermediária

Filtros e galerias de serviços

Canais de água filtrada, mistura final e canal efluente de água tratada

Reservatório de água tratada

Estação elevatória de água tratada

Adutora de água tratada e tanque de alimentação unidireciona

Medição de vazão efluente de água tratada

Estação elevatória, adutora e reservatório de água de lavagem

Estação elevatória, adutora e tanques do sistema de recuperação dos efluentes de lavagem dos filtros

Lagoas emergenciais para lodo

Sistema para o adensamento e desidratação de lodo

Casa de química, controle, utilidades e galerias de serviços

Recebimento e estocagem de produtos químicos, como coagulante, ácido fluossilícico, cal, carvão, permanganato de potássio e cloro

Balança e sala para motoristas

Oficinas e administração

Restaurante

Portaria

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