Há dois anos, parte da capital paulista viveu um grande trauma com a crise hídrica que ameaçou as atividades na capital, tendo como símbolo a imagem impactante do Reservatório da Cantareira em nível zero. De lá pra cá, o governo paulista incrementou ações para ampliar a disponibilidade de água na capital, Grande São Paulo e Vale do Paraíba.
Agora o governo estadual comemora a conclusão de 80% das obras de interligação entre as represas Jaguari e Atibainha, com a conclusão de um trecho de três km do túnel que interliga uma represa a outra. Foram escavados os últimos três metros de rocha a 50 metros abaixo do nível do solo. Com 6,4 km de extensão do túnel e outros 13,2 km de adutoras, a obra de interligação Jaguari-Atibainha terá no total 20 km.
O investimento de R$ 555 milhões é financiado pelo BNDES. As obras são executadas pelo consórcio BPC, constituído pelas empresas Serveng/Civilsan, Engeform e PB Construções.
Quando estiver concluída, a interligação permitirá transferências de água a uma vazão máxima de 12.200 litros por segundo, garantindo
Há dois anos, parte da capital paulista viveu um grande trauma com a crise hídrica que ameaçou as atividades na capital, tendo como símbolo a imagem impactante do Reservatório da Cantareira em nível zero. De lá pra cá, o governo paulista incrementou ações para ampliar a disponibilidade de água na capital, Grande São Paulo e Vale do Paraíba.
Agora o governo estadual comemora a conclusão de 80% das obras de interligação entre as represas Jaguari e Atibainha, com a conclusão de um trecho de três km do túnel que interliga uma represa a outra. Foram escavados os últimos três metros de rocha a 50 metros abaixo do nível do solo. Com 6,4 km de extensão do túnel e outros 13,2 km de adutoras, a obra de interligação Jaguari-Atibainha terá no total 20 km.
O investimento de R$ 555 milhões é financiado pelo BNDES. As obras são executadas pelo consórcio BPC, constituído pelas empresas Serveng/Civilsan, Engeform e PB Construções.
Quando estiver concluída, a interligação permitirá transferências de água a uma vazão máxima de 12.200 litros por segundo, garantindo o abastecimento de toda a população atendida pelos dois sistemas, estimada em mais de 20 milhões de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo e no Vale do Paraíba.
A escavação é uma das etapas mais complexas de todo o trabalho envolvido na interligação das bacias hidrográficas do Cantareira e do Paraíba do Sul. O que a torna singular são as dimensões do túnel: são 6,4 km de extensão, cinco metros de altura e quatro metros de largura, totalizando uma seção de 20 m2. Outra parte do túnel segue sendo escavada.
O tipo de rocha predominante é gnaisse. A cada detonação, o avanço do túnel pode variar entre 80 cm e 4 metros, conforme a qualidade do maciço. A escavação é feita com explosivos e o material acumulado após cada explosão pode chegar a 60 m3 - cada caminhão tem capacidade para carregar até 7 m3 de sedimentos. A expectativa é remover cerca de 121 mil m3 de material até o final da obra. Quando a interligação estiver em funcionamento, o túnel será capaz de deslocar o equivalente a uma piscina olímpica a cada cinco minutos.
Foi necessária a construção de um acesso, na metade do percurso a ser venci.do, de modo a construir a tubulação a partir de quatro frentes de trabalho, ao invés de duas. Assim, as obras ocorriam a partir do centro do túnel e das duas extremidades, que garantiu uma maior velocidade aos trabalhos, iniciados em 2016. “Os trechos são muito longos para serem percorridos, especialmente no final da obra, quando a escavação já está mais adiantada”, observa explica um dos engenheiros responsáveis pela obra, Adriano Barbosa. Os trabalhos ocorrem ao longo de 24 horas por dia em três turnos de trabalho.
A escavação encontra-se no trecho noroeste do túnel, onde está a represa Atibainha, parte do Sistema Cantareira, em Nazaré Paulista. Já o trecho sudeste fica mais próximo da represa Jaguari, parte do Paraíba do Sul, entre os municípios de Igaratá e Santa Isabel. Este outro trecho, com dimensões aproximadamente idênticas ao primeiro, continua sendo escavado e ainda requer a detonação de mais 550 metros de rocha para o encontro das outras duas seções restantes. Todo esse trabalho é necessário para vencer uma barreira geográfica de quase 260 metros de altura, a Serra do Ribeirão Acima.
No canteiro há dez equipes de trabalho com cerca de 30 homens cada, divididas em três turnos de trabalho, que é organizado em etapas. São elas, pela sequência: aplicação dos sistemas de suporte, perfuração, carregamento, detonação, ventilação, limpeza e bate-choco; sendo esta última uma etapa de limpeza mais refinada, onde o profissional certifica-se de que as arestas do túnel foram aparadas e a área segura e pronta para um novo ciclo de detonação.
As escavações nessa interligação usam o novo método austríaco de tunelamento (NATM, na sigla em inglês), que emprega sistemas de suporte com concreto projetado associado a outros tipos de apoio como cambotas metálicas e fibras de polipropileno no concreto, realizando uma escavação sequencial, de acordo com a capacidade de cada tipo de maciço. Dentre os principais equipamentos envolvidos na operação está o Jumbo, responsável pela perfuração em rocha.
O processo de escavação do túnel conta com mais de 160 profissionais, entre engenheiros, geólogos, marteleteiros, encarregados de frente, motoristas, eletricistas, técnicos de meio ambiente, de qualidade e de segurança. Ao todo, a interligação Jaguari-Atibainha emprega 5,3 mil funcionários diretos e indiretos. Além do túnel, há ainda o assentamento de 13,2 km de adutoras, a construção de uma estação elevatória de água bruta (responsável por captar a água na represa e bombeá-la em direção ao tratamento) e uma subestação de energia elétrica.
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