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Revista GC - Ed.72 - Agosto 2016
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Saneamento

PPP para enfrentar a crise hídrica

Sistema Produtor São Lourenço, prometido para 2017, deve melhorar a oferta de água para a Região Metropolitana de São Paulo e aliviar pressão sobre Sistema Cantareira

Sistema São Lourenço terá capacidade para tratar 6,4 metros cúbicos de água por segundo para atender a 2 milhões de pessoas

O ano de 2015 certamente ficará na história recente como um alerta sobre o poder de reação da Natureza, frente às constantes agressões impostas pelo homem. O Brasil enfrentou uma acentuada queda dos índices pluviométricos, que colocou a operação de diversas usinas hidrelétricas em risco, além de reduzir – e em alguns casos, eliminar – a capacidade dos recursos hídricos de sistemas de abastecimentos das cidades. Isso ocorreu, por exemplo, com o Sistema Cantareira, maior da Região Metropolitana de São Paulo, responsável pelo atendimento de 5,3 milhões de pessoas das Zonas Norte, Central e partes das Zonas Leste e Oeste da capital. O sistema é formado pelos rios Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Juqueri (Paiva Castro).  Durante o ano passado, o sistema Cantareira atingiu a cota do volume morto e só neste ano veio a se recuperar, obrigando a população a adotar uma série de medidas restritivas e exigindo do governo estadual e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) investimentos para reduzir a dependência do sistema da Cantareira.

A principal aposta do governo de São Paulo para reduzir a dependência do Sistema Cantareira está na conclusão do mega projeto São Lourenço, novo sistema de produção de água, com capacidade para tratar até 6,4 m³/s e atender cerca de 2 milhões habitantes da região oeste de São Paulo, além de outras áreas hoje abastecidas por outros sistemas. Realizada em regime de Parceria Público-Privada (PPP), a obra do São Lourenço foi iniciada em 2014 e sua conclusão estava prevista para 2018. Mas o governo estadual e o consórcio responsável aceleraram as obras para antecipar o início da operação em seis meses, ou seja, já em 2017. Para a construção do sistema estão sendo investidos R$ 2,21 bilhões pelo parceiro privado, que é o Sistema Produtor São Lourenço, cujos acionistas são as construtoras Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa. O contrato da PPP tem prazo previsto de 25 anos. O sistema vai captar 4,7 mil litros por segundo na cachoeira do França, em Ibiúna. Há ainda a possibilidade de ampliação dessa oferta para 6,4 mil litros por


Sistema São Lourenço terá capacidade para tratar 6,4 metros cúbicos de água por segundo para atender a 2 milhões de pessoas

O ano de 2015 certamente ficará na história recente como um alerta sobre o poder de reação da Natureza, frente às constantes agressões impostas pelo homem. O Brasil enfrentou uma acentuada queda dos índices pluviométricos, que colocou a operação de diversas usinas hidrelétricas em risco, além de reduzir – e em alguns casos, eliminar – a capacidade dos recursos hídricos de sistemas de abastecimentos das cidades. Isso ocorreu, por exemplo, com o Sistema Cantareira, maior da Região Metropolitana de São Paulo, responsável pelo atendimento de 5,3 milhões de pessoas das Zonas Norte, Central e partes das Zonas Leste e Oeste da capital. O sistema é formado pelos rios Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Juqueri (Paiva Castro).  Durante o ano passado, o sistema Cantareira atingiu a cota do volume morto e só neste ano veio a se recuperar, obrigando a população a adotar uma série de medidas restritivas e exigindo do governo estadual e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) investimentos para reduzir a dependência do sistema da Cantareira.

A principal aposta do governo de São Paulo para reduzir a dependência do Sistema Cantareira está na conclusão do mega projeto São Lourenço, novo sistema de produção de água, com capacidade para tratar até 6,4 m³/s e atender cerca de 2 milhões habitantes da região oeste de São Paulo, além de outras áreas hoje abastecidas por outros sistemas. Realizada em regime de Parceria Público-Privada (PPP), a obra do São Lourenço foi iniciada em 2014 e sua conclusão estava prevista para 2018. Mas o governo estadual e o consórcio responsável aceleraram as obras para antecipar o início da operação em seis meses, ou seja, já em 2017. Para a construção do sistema estão sendo investidos R$ 2,21 bilhões pelo parceiro privado, que é o Sistema Produtor São Lourenço, cujos acionistas são as construtoras Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa. O contrato da PPP tem prazo previsto de 25 anos. O sistema vai captar 4,7 mil litros por segundo na cachoeira do França, em Ibiúna. Há ainda a possibilidade de ampliação dessa oferta para 6,4 mil litros por segundo, quantia suficiente para abastecer mais 500 mil pessoas.

São 29 canteiros no total. Um dos trechos mais críticos está na primeira passagem por baixo da rodovia Raposo Tavares, já finalizada, por onde passará adutora de água tratada. Além da passagem concluída, o sistema já conta com a escavação da segunda passagem, também por baixo da rodovia, que foi iniciada no mês de março. Nela passará uma subadutora que atenderá ao bairro Atalaia, em Cotia, município da Região Metropolitana de São Paulo.

Outra etapa, importante que está em andamento é a montagem de três reservatórios (os maiores da Sabesp), na Estação de Tratamento de Água (ETA) de Vargem Grande, com capacidade para armazenar 25 milhões de litros de água bruta cada um. No local também será construído um reservatório de concreto, que vai armazenar 20 milhões de litros de água tratada. Outros dois reservatórios metálicos, com capacidade para armazenar 30 milhões de litros de água, serão montados em Itapevi.

O transporte dessa água até os setores de abastecimento, por sua vez, será realizado por meio de duas estações elevatórias e de novas adutoras e subadutoras que vão ligar o São Lourenço ao sistema já existente.

No total, serão instalados 83 quilômetros de adutoras, incluindo um túnel de 1.100 metros pela serra e uma passagem por baixo da Rodovia Raposo Tavares. Em determinado ponto do traçado, o bombeamento da água deverá superar o desnível de 300 metros da Serra de Paranapiacaba. O projeto prevê ainda a construção de uma estação de tratamento de água em Vargem Grande Paulista, e reservatórios para armazenar até 110 milhões de litros d’água.

O sistema São Lourenço será interligado aos oito outros que já fazem parte do Sistema Integrado Metropolitano – Cantareira, Alto Tietê, Alto e Baixo Cotia, Guarapiranga, Rio Claro, Rio Grande e Ribeirão da Estiva. Atualmente, a Sabesp tem capacidade instalada para produzir 73 mil litros de água tratada a cada segundo. Com a entrada do São Lourenço, esse volume chegará a 77.700 l/s.

Segundo a Sabesp, o projeto do novo sistema prevê uma série de ações sustentáveis e de tecnologia de ponta. Os edifícios da Estação de Tratamento de Água, que ficará em Vargem Grande Paulista, terão ventilação e iluminação naturais, energia solar e reuso da água de chuva, aproveitando ao máximo os recursos naturais. A obra do São Lourenço terá diferentes frentes de compensação ambiental: uma área de mata nativa de cerca de 80 hectares deve ser adquirida e preservada, a título de reposição florestal. Além disso, a Sabesp afirma ter repassado cerca de R$ 8 milhões à Secretaria do Meio Ambiente como compensação ambiental do empreendimento. Adicionalmente, a Reserva Florestal de Morro Grande, no Alto Cotia, já pertencente à Sabesp, vai ser transformada em Unidade de Conservação (Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN).

Alta capacidade

O Sistema Produtor São Lourenço terá uma estação de tratamento de água, com 83 km de tubulações em aço carbono. Desse total, 52 km de tubos em aço carbono SAWH DN 1200, 1500, 1800 e 2100, em espessuras e graus diversos, perfazendo um total de 36 mil toneladas, estão sendo fornecidos pela Tenaris no Brasil. Os tubos são revestidos interna e externamente em poliuretano. A previsão para finalização das entregas é final de 2016, de acordo com o Diretor Comercial da Tenaris, Idarilho Nascimento.

No trecho de água bruta (sem tratamento), a captação será feita na represa Cachoeira do França, em Ibiúna, e seguirá pela região leste do município, passando por Cotia até chegar em Vargem Grande Paulista, onde se encontra a Estação de Tratamento de Água (ETA).

O trecho principal de água tratada sairá da ETA Vargem Grande Paulista e seguirá via adutora (com 1,80 m) até o Reservatório de Compensação Granja Carolina. A partir desse reservatório, percorrerá mais 20 km até se interligar com a alça oeste do Sistema Adutor Metropolitano (Cantareira). No caminho, o diâmetro da tubulação será reduzido para 1,50 m e 1,20 m.

A partir do trecho principal, haverá derivações para abastecimento de reservatórios locais através de subadutoras, com diâmetro de 0,80 metros. Uma dela é a interligação com a rede existente do Sistema Alto Cotia para o atendimento dos reservatórios Caucaia (Cotia) e Vargem Grande.

Também será feita uma derivação para abastecimento do reservatório Cotia-Atalaia e uma interligação com o Sistema Produtor Baixo Cotia. No caminho haverá mais duas derivações para o abastecimento dos reservatórios Tupã (Barueri) e Mirante (Jandira).

O trecho de água bruta, em aço carbono, consiste em 50,3 km de adutora com 2,10 m de diâmetro.  O trecho de água tratada , com 21,7 km de adutora de 1,80 m de diâmetro, também será em aço carbono. Serão instalados ainda 3,5 km de adutora de 1,50 m; 2,3 km de adutora de 1,20 m e 4,7 km de subadutoras com 0,80 m de diâmetro.

A operação assistida está prevista para abril de 2018, e o início da prestação de serviços deve ocorrer em agosto de 2018.  Segundo a Sabesp, está sendo realizado grande empenho para antecipar essas datas, permitindo que a operação assistida comece em outubro de 2017. Nesse caso, o início da prestação de serviços ocorrerá em fevereiro de 2018.

Até Julho de 2016, foram executadas 35% das obras, incluindo captação, ETA, reservatórios e adutoras. Já foram concluídas as estruturas pré-moldadas para a estação elevatória, que terá cinco conjuntos de motobombas. Com 19 m de altura e 45 m de diâmetro, os três reservatórios metálicos da ETA já foram montados e terão capacidade para armazenar 25 milhões de litros de água bruta cada um. Dos 83 km de adutoras projetadas, 38 km foram instalados até maio. A tubulação que levará a água até as residências inclui ainda um túnel de 1.000 metros em maciço rochoso, dos quais 850 metros já estão escavados. Está previsto o duplo bombeamento de água bruta na captação, com Baixa Carga e Alta Carga, otimizando a operação. No total são três reservatórios de compensação de água bruta na ETA, com capacidade de 25 milhões de litros cada.

O desnível geométrico 330 m de entre o ponto de captação (Represa Cachoeira do França) e o divisor de águas da Serra de Paranapiacaba, em Ibiúna, sem dúvida é, segundo a Sabesp,  o principal desafio técnico para a equipe de construção.  Outro ponto crítico foi a operação com tubulação em aço carbono norma API (normalmente utilizado no segmento de óleo e gás), devido à classe de pressão no trecho de recalque de água bruta.  A distribuição de fluxo de água floculada será realizada através de difusores na decantação

A obra ainda emprega outros sistemas de alta carga para a implantação das tubulações, tais como revestimento dos tubos das adutoras em Poliuretano (PU). De forma complementar, a solda das juntas dos tubos foi realizada por arame tubular semiautomático, e empregou-se ultrassom automático para ensaio das juntas soldadas dos tubos, alta tecnologia muito empregada na área de Petróleo & Gás. A especificação dos materiais inclui também tubos em aço carbono (norma API) no trecho de recalque da adutora.

A obra faz uso intenso das novas ferramentas tecnológicas para o monitoramenteo e acompanhamento dos canteiros. Um dos destaques é o uso de videowall e sistemas computacionais, que permitem o compartilhamento das informações e decisões em tempo real, tudo para ser operacionalizado ainda em 2017. O Sistema Cantareira agradece.

 

 

 

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