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Revista GC - Ed.10 - Novembro 2010
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Editorial

Por uma estratégia de longo prazo para o setor de energia no Brasil

O Brasil está diante de grandes e inúmeros desafios em seu caminho para atingir o status de País desenvolvido, garantindo o bem estar econômico e social para sua população, estimada agora, oficialmente, em cerca de 200 milhões de habitantes. Com um crescimento demográfico da ordem de 1,4% ao ano, e forte demanda por infraestrutura para fazer frente ao aumento da capacidade produtiva, tanto para atender às exportações quanto para o mercado consumidor interno, impulsionado por uma classe média emergente, um dos mais difíceis entre os desafios a serem enfrentados é o da geração e distribuição de energia.

Analistas desse setor concordam, em sua maioria, que os riscos de um apagão, nos próximos anos, está afastado, graças à execução de dezenas de projetos de geração, dos mais diversos tamanhos e orçamentos, que permaneceram nos fundos das gavetas dos burocratas durante décadas. Um dos exemplos é Belo Monte, no Rio Xingu, estado do Pará, com capacidade instalada de 11 mil MW, o que a tornará a segunda maior hidrelétrica do País, depois da binacional Itaipu, que tem 14 mil MW de capacidade. Belo Monte levou mais de 21 anos para sair do papel e somente agora tem suas obras em andamento. Somente em outubro deste ano, outras seis hidrelétricas foram inauguradas, no estado de Goiás, como mostra matéria especial nesta edição.

Estimulados pela estabilidade econômica e política, e pela existência de um arcabouço jurídico e institucional que define regras claras, direitos


O Brasil está diante de grandes e inúmeros desafios em seu caminho para atingir o status de País desenvolvido, garantindo o bem estar econômico e social para sua população, estimada agora, oficialmente, em cerca de 200 milhões de habitantes. Com um crescimento demográfico da ordem de 1,4% ao ano, e forte demanda por infraestrutura para fazer frente ao aumento da capacidade produtiva, tanto para atender às exportações quanto para o mercado consumidor interno, impulsionado por uma classe média emergente, um dos mais difíceis entre os desafios a serem enfrentados é o da geração e distribuição de energia.

Analistas desse setor concordam, em sua maioria, que os riscos de um apagão, nos próximos anos, está afastado, graças à execução de dezenas de projetos de geração, dos mais diversos tamanhos e orçamentos, que permaneceram nos fundos das gavetas dos burocratas durante décadas. Um dos exemplos é Belo Monte, no Rio Xingu, estado do Pará, com capacidade instalada de 11 mil MW, o que a tornará a segunda maior hidrelétrica do País, depois da binacional Itaipu, que tem 14 mil MW de capacidade. Belo Monte levou mais de 21 anos para sair do papel e somente agora tem suas obras em andamento. Somente em outubro deste ano, outras seis hidrelétricas foram inauguradas, no estado de Goiás, como mostra matéria especial nesta edição.

Estimulados pela estabilidade econômica e política, e pela existência de um arcabouço jurídico e institucional que define regras claras, direitos e deveres da iniciativa privada, permitindo cálculos reais de riscos e das margens de remuneração dos investimentos, cada vez mais empresas privadas são atraídas para participar de projetos de geração, tanto de PCHs quanto de energia eólica. Já se fala até de um novo "pré-sal dos ventos", no Nordeste brasileiro.

Porém, mesmo com esse boom do setor, algumas questões devem ser consideradas para que não voltemos a conviver com o fantasma do desabastecimento.

O governo que agora toma posse para um mandato de quatro anos deve ter como bandeira nacional a definição de uma política energética de longo prazo para o Brasil, de maneira a assegurar a continuidade das atuais ações bem sucedidas, mas transformando investimentos pontuais e emergenciais em uma efetiva estratégia nacional para o setor.

Isso inclui a definição do tipo de matriz energética que se quer para o País. É preocupante observar que o governo federal tem dado prioridade aos novos leilões de usinas termelétricas, altamente poluidoras, sob o pretexto de poupar água nos reservatórios de hidrelétricas.

Outro grande desafio para o próximo governo será a definição de políticas públicas voltadas para a racionalização do consumo. Estudo recente divulgado pela Confederação Nacional da Indústria revelou que a indústria brasileira pode economizar até 25% da energia que consome, a começar pela indústria siderúrgica, seguida pelos setores de cerâmica, química, papel e celulose e cimento.

A pesquisa ratifica outro estudo, realizado em 2006 pela Unicamp em parceria com outras instituições, dando conta de que o País pode viver tranquilamente com metade da energia que consome.

Para isso teria apenas que estimular a população a reduzir 30% do que consome, como fez em 2001, sob a ameaça de um apagão de grandes dimensões; mais 10% com ganhos nas linhas de transmissão (que hoje perdem entre 15% e 17% da energia que transmitem); e mais 10% repotenciando geradores antigos de usinas, que atualmente estão com baixo rendimento.

É bom lembrar que todo bom projeto econômico é refém de uma boa administração do setor de energia elétrica. É de se esperar, com esses novos ventos de progresso, uma nova mentalidade para gerir o setor, de modo competente e sem hiatos.

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