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Revista GC - Ed.12 - Jan/Fev 2011
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Editorial

Belo Monte: apesar das críticas, a melhor opção

Após mais de 35 anos de espera – os primeiros Estudos de Inventário Hidrelétrico da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu foram iniciados em 1975 – e intensa discussão envolvendo os mais diversos setores da sociedade brasileira, foi finalmente assinada, pelo consórcio Norte Energia, a ordem de serviço autorizando a instalação o canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, no Pará. Desde a sua primeira concepção, o projeto é alvo de protestos de organizações ambientalistas, indígenas e populações ribeirinhas da região do Xingu. A polêmica chegou até a Organização dos Estados Americanos (OEA), que recentemente exigiu do governo brasileiro esclarecimentos sobre o processo de licenciamento das obras. Segundo os movimentos sociais, Belo Monte gerará fortes impactos ambientais e sociais, desrespeitando direitos de comunidades. Para os representantes do governo e das empresas envolvidas no empreendimento, todas as providências para mitigar os impactos sócio-ambientais estão sendo adotadas.

Até agora, foram liberadas pelo IBAMA apenas a construção do canteiro de obras e outras ações preparatórias, como abertura de estradas de acesso ao local da futura hidrelétrica. Mas o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, principal interlocutor do governo com os movimentos sociais, já declarou que a construção da Usina, que é a “meninas dos olhos” do PAC, será levada adiante “de qualquer jeito, apesar das manifestações contrárias”.<


Após mais de 35 anos de espera – os primeiros Estudos de Inventário Hidrelétrico da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu foram iniciados em 1975 – e intensa discussão envolvendo os mais diversos setores da sociedade brasileira, foi finalmente assinada, pelo consórcio Norte Energia, a ordem de serviço autorizando a instalação o canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, no Pará. Desde a sua primeira concepção, o projeto é alvo de protestos de organizações ambientalistas, indígenas e populações ribeirinhas da região do Xingu. A polêmica chegou até a Organização dos Estados Americanos (OEA), que recentemente exigiu do governo brasileiro esclarecimentos sobre o processo de licenciamento das obras. Segundo os movimentos sociais, Belo Monte gerará fortes impactos ambientais e sociais, desrespeitando direitos de comunidades. Para os representantes do governo e das empresas envolvidas no empreendimento, todas as providências para mitigar os impactos sócio-ambientais estão sendo adotadas.

Até agora, foram liberadas pelo IBAMA apenas a construção do canteiro de obras e outras ações preparatórias, como abertura de estradas de acesso ao local da futura hidrelétrica. Mas o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, principal interlocutor do governo com os movimentos sociais, já declarou que a construção da Usina, que é a “meninas dos olhos” do PAC, será levada adiante “de qualquer jeito, apesar das manifestações contrárias”.

Polêmicas à parte, é líquido e certo que Belo Monte é necessária. Tal afirmação é sustentada por estudos realizados pelo economista e professor Delfim Neto, segundo o qual o Brasil precisará acrescentar ao sistema elétrico 70.000 MW de energia para fazer frente às necessidades de uma sociedade que em 2030 terá 216 milhões de brasileiros –151 milhões dos quais compondo a população economicamente ativa. Também não há dúvidas de que a energia produzida pelas forças das águas, que atualmente representa 70,7% da matriz energética brasileira, constitui-se em uma das alternativas mais limpas, seguras e baratas.  Como mostramos em matérias nesta edição, o Brasil tem enorme potencial em geração de energia eólica, mas essa ainda é uma tecnologia muita nova entre nós e seu custo gira em torno de 60 e 70% a mais que a mesma quantidade gerada por uma usina hidrelétrica. Por outro lado, a energia termonuclear já mostrou que pode gerar outro tipo de custo que não estamos dispostos a pagar, como comprovaram os últimos acontecimentos no Japão.

Por tudo isso, o modo hidrelétrico de geração ainda é a nossa melhor alternativa, e Belo Monte, por sua vez, poderá atender boa parte da demanda estimada para a sociedade em evolução, nos próximos 20 anos, ansiosa por conforto e empregos. E entre os geradores de empregos, em volumes significativos, merece destaque a indústria, que demanda grandes volumes de energia.

Delfim Neto também afirma que as crises que o Brasil viveu tiveram somente duas causas; ou energia ou déficit em Conta Corrente. Desta forma, a população brasileira, que atravessou crises difíceis, tem como evitar a repetição dessas tormentas.

Quanto às polêmicas, elas são altamente positivas. No caso de Belo Monte, se constituíram no principal fator de amadurecimento do projeto. Ao longo desses 35 anos, ocorreram pelo menos seis mudanças no conceito original, geradas por inúmeras críticas que fizeram com que ele fosse melhorando reduzindo os possíveis impactos para a região. Hoje, Belo Monte é muito melhor do que era na década de 1970.

E se para suprir a demanda de energia elétrica nos próximos anos o Brasil terá de construir meia Belo Monte por ano, que pelo menos sejam projetos sustentáveis do ponto de vista econômico e socioambiental, resultante de projetos amplamente discutidos pela sociedade.

Mário Humberto Marques,

vice-presidente da Sobratema.

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