Pode ter passado despercebido para alguns, a inauguração da fábrica da Jeep, da FCA – Fiat Chrysler Automobiles, em Goiana, Pernambuco. Mas é sem dúvida uma das melhores notícias para o País neste ano. Não se negue a queda abrupta de vendas no segmento automobilístico, que não veio sozinha. O governo acaba de anunciar um contingenciamento de R$ 69,9 bilhões e previsão de queda de 1,2% no PIB (Produto Interno Bruto). O corte atinge o Programa de Aceleração do Crescimento, que terá R$ 25,7 bilhões de redução, sendo R$ 7 bilhões do Minha Casa Minha Vida.
Associada a outras medidas, essas ações são, segundo o governo, remédios amargos necessários para o ajuste das contas públicas e para a recuperação da capacidade de investimento, a partir de 2016.
Dentro desse contexto, de retração econômica, são extremamente relevantes os investimentos no novo polo automobilístico, que superaram os R$ 7 bilhões, sendo R$ 3 bilhões para a fábrica Jeep, R$ 2 bilhões no parque de fornecedores e no desenvolvimento de produtos e outros investimentos. Desse total, dois terços vieram de bancos públicos ou fundos constitucionais.
A indústria automobilística tem sido o vetor que sinaliza para as grandes mudanças tecnológicas, desde a Revolução Industrial, com a produção em escala disseminada por Henry Ford, seguida pela obsessão de qualidade dos japoneses, com seu sistema just-in-time e melhoria contínua. No Brasil, ela é a principal propulsora da economia, junto com a indústr
Pode ter passado despercebido para alguns, a inauguração da fábrica da Jeep, da FCA – Fiat Chrysler Automobiles, em Goiana, Pernambuco. Mas é sem dúvida uma das melhores notícias para o País neste ano. Não se negue a queda abrupta de vendas no segmento automobilístico, que não veio sozinha. O governo acaba de anunciar um contingenciamento de R$ 69,9 bilhões e previsão de queda de 1,2% no PIB (Produto Interno Bruto). O corte atinge o Programa de Aceleração do Crescimento, que terá R$ 25,7 bilhões de redução, sendo R$ 7 bilhões do Minha Casa Minha Vida.
Associada a outras medidas, essas ações são, segundo o governo, remédios amargos necessários para o ajuste das contas públicas e para a recuperação da capacidade de investimento, a partir de 2016.
Dentro desse contexto, de retração econômica, são extremamente relevantes os investimentos no novo polo automobilístico, que superaram os R$ 7 bilhões, sendo R$ 3 bilhões para a fábrica Jeep, R$ 2 bilhões no parque de fornecedores e no desenvolvimento de produtos e outros investimentos. Desse total, dois terços vieram de bancos públicos ou fundos constitucionais.
A indústria automobilística tem sido o vetor que sinaliza para as grandes mudanças tecnológicas, desde a Revolução Industrial, com a produção em escala disseminada por Henry Ford, seguida pela obsessão de qualidade dos japoneses, com seu sistema just-in-time e melhoria contínua. No Brasil, ela é a principal propulsora da economia, junto com a indústria da construção, puxando atrás de si um universo de outros setores industriais.
Então, olhar para o complexo robotizado, incrustado onde antes só havia a monocultura da cana – praticada exatamente do mesmo jeito, há séculos – fala por si só. Representa uma mudança no eixo de desenvolvimento nacional, até então centralizado entre Sul e Sudeste, e revela a quebra de barreiras para os futuros investimentos em inovação.
O Brasil vive, sem dúvida, um processo de globalização interna e é preciso enxergar esse novo momento para definir não somente os investimentos públicos ou privados, mas principalmente aproveitar de maneira racional as vocações e capacidades de cada região, formatando um projeto de crescimento integrado para o País.
A maior dificuldade da região está justamente na formação e qualidade da mão de obra, área que receberá um plano de investimento a longo prazo sob o guarda-chuva da companhia. A meta é propiciar a melhoria das escolas de ensino básico locais, com aulas em período integral. Uma parceria com oito universidades da Região Nordeste pretende fomentar um polo de conhecimento automotivo, inédito no Brasil.
Dentre outras ações, vão surgir novos cursos de pós-graduação e especialização voltados para a área, assim como haverá a participação da indústria já na formação do aluno, que poderá trabalhar na produção de veículos e na indústria de máquinas e equipamentos, além de laboratórios de pesquisa científica e tecnológica dentro do seu período de formação.
Sem dúvida, é uma revolução a caminho para o estado do Pernambuco e o Nordeste, que precisará, por sua vez, investir mais em melhorias urbanas, como saneamento, transporte, saúde e educação, para dar conta desse desenvolvimento.
Tudo isso se traduzirá em novas oportunidades para o setor da construção. A Jeep simboliza o amadurecimento do Nordeste como polo atrativo de investimentos e de desenvolvimento econômico. E esta, sim, é uma excelente notícia a ser comemorada pelos brasileiros.
Paulo Oscar Auler Neto
Vice-presidente da Sobratema
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