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Revista GC - Ed.77 - Março 2017
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Mobilidade Urbana

Um trem para o aeroporto

Linha 13 – Jade, da CPTM, que fará a conexão com o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, entra em fase final após maratona de problemas

O governo de São Paulo tem sofrido para cumprir as promessas e concluir o elevado volume de obras de mobilidade, que foram iniciadas nos últimos cinco anos. Dentre elas está a Linha 13 – Jade da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. A linha 13- Jade parte da estação Engenheiro Goulart, da linha 12 - Safira (Brás – Calmon Viana) até a região do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. A previsão inicial de conclusão das obras era 2014, para a Copa do Mudo, mas a linha sofreu diversos atrasos, foi retomada em março do ano passado, e a nova previsão de entrega ficou para final de 2018.

Assim, a Linha13 representa um salto de qualidade na infraestrutura de mobilidade do estado,  aproximando o usuário de 22 cidades atendidas pelos ramais da CPTM, além do sistema de metro, até o Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro, de Cumbica/Guarulhos.  Hoje a única forma de chegar ao aeroporto é por meio de veículo rodoviário.

Além disso, as novas estações trazem uma arquitetura arrojada, empregando estruturas leves e envidraçadas


O governo de São Paulo tem sofrido para cumprir as promessas e concluir o elevado volume de obras de mobilidade, que foram iniciadas nos últimos cinco anos. Dentre elas está a Linha 13 – Jade da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. A linha 13- Jade parte da estação Engenheiro Goulart, da linha 12 - Safira (Brás – Calmon Viana) até a região do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. A previsão inicial de conclusão das obras era 2014, para a Copa do Mudo, mas a linha sofreu diversos atrasos, foi retomada em março do ano passado, e a nova previsão de entrega ficou para final de 2018.

Assim, a Linha13 representa um salto de qualidade na infraestrutura de mobilidade do estado,  aproximando o usuário de 22 cidades atendidas pelos ramais da CPTM, além do sistema de metro, até o Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro, de Cumbica/Guarulhos.  Hoje a única forma de chegar ao aeroporto é por meio de veículo rodoviário.

Além disso, as novas estações trazem uma arquitetura arrojada, empregando estruturas leves e envidraçadas, com bastante iluminação natural e amplos mezaninos e devem se constituir em novos marcos urbanos na região. As novas estações foram dimensionadas para atender com conforto a nova demanda de passageiro, estimada em 130 mil usuários por dia.

A estrutura dos novos prédios conta com plataformas cobertas e as estações serão dotadas de todos os itens de acessibilidade, como elevadores, comunicação em Braille, corrimãos e rampas adequadas, piso e rotas táteis, e também vão dispor de banheiros públicos comuns e exclusivos para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. O local terá sistema de captação de água da chuva, que após tratamento, será utilizada na limpeza e banheiros da estação. A comunicação visual moderna facilitará o deslocamento dos usuários no interior do edifício, que também terá lixeiras para descarte de lixo comum e reciclável.  Do ponto de vista da Engenharia, o projeto representa um grande desafio da Engenharia Civil, com transposições de rios e rodovias, sendo grande parte do trajeto em traçado elevado.
Vencendo desafios
Com um total de 12,2 km de extensão, a Linha 13-Jade atenderá a demanda em expansão da ligação de Guarulhos com São Paulo. A linha terá três estações: Aeroporto-Guarulhos, Guarulhos-Cecap (novas) e Engenheiro Goulart (em reconstrução), onde haverá integração com a Linha 12-Safira (Brás-Calmon Viana), na capital paulista. A operação será atendida por oito trens.
De acordo com secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, a conta dos atrasos deve-se a problemas de liberação de recursos pelo governo federal e pela demora nos processos de desapropriação de imóveis, além de mudanças nos projetos de viadutos. Fatores específicos também alteraram o cronograma, como a demora na obtenção das licenças ambientais. Também foi preciso um prazo maior do que o estimado para aprovação do projeto de transposição das rodovias Presidente Dutra e Ayrton Senna junto às agências Agência Nacional dos Transportes Terrestres e ARTESP. Além disso, teve que ser realizado ajuste geométrico do traçado da linha, em virtude de demandas externas, dentre elas  o projeto futuro de ampliação do campus da USP Leste e a solicitação do Serviço Regional de Proteção ao Vôo da Aeronáutica e GRU Airport de rebaixamento do trecho em elevado na região próxima do atual Terminal 1.
Mas a principal característica da obra fica por conta das diversas interferências a serem vencidas, destaca o engenheiro Jackson Eugenio, da CPTM. “As transposições de rios e rodovias são grande parte do trajeto em elevado. Ao todo, serão executadas cinco transposições realizadas por meio da técnica dos Balanços Sucessivos. A principal transposição é sobre a rodovia Presidente Dutra, com 120 metros”, diz ele.
As obras estão divididas em quatro lotes. Para os Lotes 1 e 3, os responsáveis são o Consórcio HFTS Jade, composto pelas empresas Heleno & Fonseca Construtécnica, Trail Infraestrutura e Spavias Engenharia. Para os Lotes 2 e 4, os responsáveis são o  Consórcio CST Linha 13-Jade, composto pelas empresas Consbem Construções e Comércio, Serveng-Civilsan Empresas Associadas de Engenharia e TllSA (Triunfo IESA Infraestrutura).
As obras
O trecho do Lote 1 é executado em superfície e tem 4,5 km de extensão. Compreende obras de reconstrução da estação Engenheiro Goulart, que integrará as linhas 12-Safira e 13-Jade. A obra está sendo realizada sem paralisar a operação ferroviária da Linha 12.
Já o trecho do Lote 2 é elevado, com 4,9 km de extensão, cruzando a área do Parque Ecológico do Tietê, os rios Tietê e Baquirivú-Guaçú, as rodovias Ayrton Senna, Presidente Dutra e Hélio Smidt e a avenida Monteiro Lobato. Neste ponto, além dos serviços de drenagem, também está sendo implantado isolamento acústico por conta da proximidade com o campus da USP Leste.
O trecho do Lote 3 é em elevado, com 1,7 km de extensão, e está às margens da rodovia Hélio Smidt, onde está sendo implantada a Estação Guarulhos-Cecap. Neste ponto, além dos serviços de drenagem, o isolamento acústico da Estação Guarulhos-Cecap foi necessário pela existência de um hospital próximo.  O trecho do Lote 4 também é em elevado, com 1,35 km de extensão, e contempla a construção da Estação Aeroporto-Guarulhos, além de serviços de drenagem entre outros.
Um dos pontos mais emblemáticos da obra fica por conta da intersecção com o aeroporto.  O projeto original da CPTM para implantação da Linha 13-Jade previa a construção de estação próxima à área do estacionamento do aeroporto de Cumbica. No entanto, em agosto de 2012, a Invepar, concessionária na época, devido a seu plano de negócios na região, não concedeu a autorização de implantação do terminal como no projeto original e indicou novo local, próximo ao Terminal 1. Por esse motivo, a CPTM mudou o local de implantação da Estação Aeroporto-Guarulhos e a concessionária do aeroporto, atualmente a GRU Airport, ficou responsável pelo translado gratuito dos passageiros até a estação ferroviária.
O trecho em elevado começa no entroncamento com a Linha 12 da CPTM, nas proximidades do centro de treinamento do Corinthians, e prossegue por 700 metros após a estação Aeroporto-Guarulhos. Neste trecho, além da execução de estacas, blocos de fundação, pilares e travessas, estão sendo lançadas 750 vigas pré-moldadas, que darão suporte aos trechos dos tabuleiros onde já está sendo implantada a via férrea.  Para efeito de comparação, cada viga mede 31 metros de extensão e pesa 96,8 toneladas, o equivalente a 121 fuscas com peso médio de 800 kg.
Detalhes do projeto
Consórcio Consultor EPC (Engevix Engenharia / Planservi Engenharia / Concremat Engenharia)
Arquitetura: Luiz Esteves Arquitetura
Autores: Arq. Luiz Carlos Esteves e Arq. Thiago Henrique Pontes
Estação Aeroporto - Guarulhos
A estação está localizada na Rodovia Hélio Smith próximo ao acesso do Terminal 1 do Aeroporto Internacional André Franco Montoro, em Guarulhos. O corpo da estação elevada é constituído de plataformas laterais, mezanino com bilheterias e bloqueios e nível térreo. Estão previstos quatro acessos à estação: o primeiro é o Acesso GRU, próximo ao Terminal 1 do aeroporto, que deverá interligar a estação aos terminais de passageiros 1, 2 e 3; o segundo  é o Acesso Térreo, para embarque e desembarque de ônibus, vans, táxis e outros serviços de suporte ao aeroporto; o terceiro é  Acesso Guarulhos, localizado junto a Avenida marginal do Rio Baquirivu, permite o acesso lindeiro do bairro; o quarto é o  Acesso EMTU, que permite a integração dos usuários com corredor de Ônibus intermunicipal da EMTU. O corpo da estação é formado por pórticos de concreto implantados a cada 17,20m, onde se apoiam vigas pré-moldadas de concreto para a plataforma. A via permanente se apoia em vigas-caixão de concreto e laje pré-moldada. A cobertura da plataforma é composta de uma grande cobertura em arco de aço e apoios em “V” posicionados na extensão dos pórticos.
A estação caracteriza-se pela transparência na plataforma. Assim que o passageiro desembarcar do trem já terá uma ampla visão das pistas do aeroporto e terminais. O mezanino, fechado por empenas de concreto, possui grande abertura com venezianas de vidro permitindo ampla iluminação e ventilação naturais. Concreto, vidro e aço são os principais materiais que compõem a estação. No aspecto funcional, a estação foi concebida e dimensionada levando em conta as necessidades específicas dos passageiros contemplando plataformas mais largas para embarque e desembarque de passageiros com bagagem;  elevadores duplos, para acomodar estes passageiros; circulações mais generosas; espaços no mezanino para locação de informação relevante aos passageiros que vão embarcar no aeroporto.
Estação Eng. Goulart
A estação está localizada entre a Av. Dr. Assis Ribeiro e o Parque Ecológico do Tietê, a estação terá três acessos. O corpo da estação é constituído de duas plataformas centrais, uma para a Linha 12 e outra para a Linha 13, e um mezanino de integração entre as linhas. O mezanino é composto de pequena área para comércio próximo das bilheterias. A estação contará ainda com dois bicicletários, no Acesso 1 e no Acesso 3, já na área do Parque Ecológico do Tietê. A estrutura da estação é caracterizada por uma sucessão de pórticos em concreto a cada 15,00 m, que englobam as quatro vias das linhas 12 e 13 e dão apoio ao mezanino. Uma leve estrutura em grelha de aço e  apoiada em braços espaciais dá cobertura ao mezanino. Característica marcante da estação é a transparência e leveza, com ampla iluminação e ventilação naturais, tanto na plataforma como no mezanino, totalmente abertos ao exterior, mas dispondo de ampla proteção a chuva.
Estação Guarulhos - CECAP
A estação está localizada entre a Rodovia Hélio Smidt e a Av. Marginal do Rio Baquirivu, junto ao Hospital Geral de Guarulhos. O corpo da estação é constituído de plataforma central elevada e mezanino abaixo desta, em cota também elevada em relação ao viário do entorno.Estão previstos dois acessos à estação.
Junto ao corpo da estação haverá ainda um acesso feito a partir de um conjunto de escadas rolantes, escada fixa e elevador, com a implantação de baia para ônibus e ponto de parada rápida para embarque e desembarque de passageiros além de taxis, vans e outros. A estrutura do corpo da estação é formada por pórticos de concreto implantados a cada 17,20m, onde se apoiam as vigas pré-moldadas de concreto para a plataforma. A via permanente se apoia em vigas-caixão de concreto e laje pré-moldada. A cobertura da plataforma é composta de uma grande cobertura em arco de aço e apoios em “V” posicionados na extensão dos pórticos.
Problemas em série nas linhas revelam dificuldades com área de manutenção por parte do Metro e CPTM, em São Paulo
Com a expansão dos transportes sobre trilhos em São Paulo, as companhias do Metro e da CPTM terão um desafio pela frente. Manter o padrão de qualidade da manutenção, outrora modelo de exportação, mas que em tempos recentes tem sido bastante questionado.  No período de um mês, foram registrados três descarrilamentos no transporte público de São Paulo.  O primeiro descarrilamento ocorreu no dia 7 de fevereiro, na Linha Vermelha do Metrô, a mais movimentada, na Zona Leste da capital paulista. O segundo caso ocorreu no dia 21,  na Linha Lilás, a menor do sistema, na Zona Sul. E o terceiro ocorreu dia 23, na Linha 12-Safira, que liga o Brás a Calmon Viana, na linha da CPTM.
No descarrilamento ocorrido na Zona Leste, o equipamento que apresentou defeito chama-se truck. Ele possui rolamentos, que derreteram e foram substituídos. O trem da Linha Vermelha é o da frota K, uma das mais antigas do Metrô. O rolamento por algum motivo que não conhecemos superaqueceu e rompeu. Já no caso do descarrilamento da Zona Sul, da Linha Lilás, com trens fabricados pela empresa francesa Alstom, em 2002, o modelo F, saiu do trilho, durante a madrugada.Dentro dele, estavam nove passageiros. O trem descarrilou no único trecho inaugurado até agora na obra de extensão da Linha Lilás do Metrô, na Estação Adolfo Pinheiro. Não bastasse isso, duas ocorrências com cachorro nas vias, no mesmo período exigiram a paralisação da operação. Esses episódios demonstram a importância de ampliar os investimentos em manutenção.

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