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Revista GC - Ed.75 - Nov/Dez 2016
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Entrevista

Transporte sobre trilhos reassume prioridade

Depois de dois anos, obras do Monotrilho - Linha 17 são retomadas, sinalizando novo impulso nos projetos de mobilidade urbana no Estado de São Paulo

O balanço de 2016 na área dos transportes metropolitanos em São Paulo, à primeira vista, talvez não pareça muito favorável. Canteiros abandonados, obras paradas, e irregularidades que afetam a já tão baqueada infraestrutura. Depois de dois anos paralisada, a Linha 17– Ouro, do Monotrilho, é símbolo de um período de incertezas no campo político e econômico. Por isso, a retomada dessa obra a partir de setembro também é uma importante sinalização de mudança de cenário. Os paulistanos aguardam ainda ansiosamente pela operação da Linha 5 – Lilás, que fará a importante ligação do centro da cidade à região de Santo Amaro (Chácara Klabin - Adolfo Pinheiro). E a Linha 13 Jade, prometida para 2018, da Estação Engenheiro Goulart até o Aeroporto de Guarulhos.

Segundo o secretário dos Transportes Metropolitanos Clodoaldo Pelissioni, são R$ 23 bilhões em 15 anos. Cifra significativa e que mostra o tamanho da demandada por transportes no Estado, e aponta que ainda há muito o que fazer para melhorar a mobilidade na região. A preocupação agora fica por conta da Linha 6 – Laranja que, por decisão unil


O balanço de 2016 na área dos transportes metropolitanos em São Paulo, à primeira vista, talvez não pareça muito favorável. Canteiros abandonados, obras paradas, e irregularidades que afetam a já tão baqueada infraestrutura. Depois de dois anos paralisada, a Linha 17– Ouro, do Monotrilho, é símbolo de um período de incertezas no campo político e econômico. Por isso, a retomada dessa obra a partir de setembro também é uma importante sinalização de mudança de cenário. Os paulistanos aguardam ainda ansiosamente pela operação da Linha 5 – Lilás, que fará a importante ligação do centro da cidade à região de Santo Amaro (Chácara Klabin - Adolfo Pinheiro). E a Linha 13 Jade, prometida para 2018, da Estação Engenheiro Goulart até o Aeroporto de Guarulhos.

Segundo o secretário dos Transportes Metropolitanos Clodoaldo Pelissioni, são R$ 23 bilhões em 15 anos. Cifra significativa e que mostra o tamanho da demandada por transportes no Estado, e aponta que ainda há muito o que fazer para melhorar a mobilidade na região. A preocupação agora fica por conta da Linha 6 – Laranja que, por decisão unilateral a Concessionária Move São Paulo, responsável pela implantação, paralisou as atividades em 2 de setembro, alegando dificuldades na obtenção de financiamento de longo prazo.

Revista Grandes Construções - Qual o balanço da sua pasta para este ano, tendo em vista a crise orçamentária do estado?

Clodoaldo Pelissioni - Na Secretaria dos Transportes Metropolitanos tivemos grandes desafios na frente de expansão da rede. A crise econômica e o desenrolar da operação Lava-Jato trouxeram adversidades para as obras tocadas pelas empreiteiras envolvidas nas investigações. Algumas delas abandonaram seus canteiros e nos forçaram a rescindir contratos. Trata-se de um ano de superação, em que podemos dizer que temos enfrentado os desafios e obstáculos com a retomada das obras que apresentaram dificuldades.

GC - Que investimentos nos trilhos foram continuados e quais foram paralisados?

Clodoaldo Pelissioni - Não houve paralisação de investimentos na ampliação da rede metroferroviária em São Paulo. Os investimentos continuam, mas, diante da atual escassez de recursos, houve priorização das frentes de obras mais avançadas para acelerar a entrega dos serviços para a população. Aliás, nunca se investiu tanto na expansão em mobilidade urbana no Estado. Apenas no Metrô paulistano foram mais de R$ 23 bilhões em 15 anos.

GC - Quais as obras que deverão ser concluídas durante 2017? Qual o montante para cada uma delas?

Clodoaldo Pelissioni

Do Metrô devem ser entregues 10 estações e 10 km de trilhos:

A estação Higienópolis-Mackenzie da Linha 4-Amarela;  As estações Alto da Boa Vista, Borba Gato, Brooklin, Eucaliptos, Moema, AACD-Servidor, Hospital São Paulo, Santa Cruz e Chácara Klabin , completando o prolongamento  da Linha 5-Lilás entre  Adolfo Pinheiro – Chácara Klabin. Somente a estação Campo Belo deve ficar para 2018.

Da CPTM está programada a operação parcial da Estação Eng. Goulart, que foi reconstruída com a Linha 12 (Safira) para maio de 2017.

Da EMTU estão previstas: - Corredor Biléo Soares (Noroeste)

Estação de Transferência Km 110 da Rodovia Anhanguera.– abril de 2017

Viário entre Hortolândia e Sumaré, com 4,8 km, passando pela ponte Estaiada em Hortolândia – agosto de 2017

Do VLT serão entregues:

- Estação Ana Costa – Santos – dezembro de 2016

- Estação Washington Luiz – Santos – dezembro de 2016

- Estação Conselheiro Nébias – Santos – janeiro de 2017

- Terminal Barreiros - São Vicente – janeiro de 2017

- Ciclovia Bernardino de Campos até Conselheiro Nébias – 6,5km – janeiro de 2017

- Chegada do 18º VLT – dezembro de 2016

No Corredor Itapevi/São Paulo ficarão prontos:

- Trecho Itapevi/Jandira – dezembro de 2017

- Trecho Viário Jandira/Carapicuíba – dezembro de 2016

- Terminal Carapicuíba – dezembro de 2017

- Trecho Viário Carapicuíba/Km 21 – dezembro de 2016

- Terminal Km 21 – dezembro de 2016

- Viaduto Amerindia/Itapevi – dezembro de 2017

GC - E quanto aos monotrilhos? O que deve ser concluído ainda até o final dessa gestão?

Clodoaldo Pelissioni - Os trechos prioritários de ambas as linhas de monotrilho devem ser entregues até o fim da gestão (2018). A exceção é a estação Iguatemi da Linha 15, que será entregue depois. O trecho que vai da estação Jardim Aeroporto até a estação Morumbi da Linha 17-Ouro (8 estações) e o trecho que vai da estação São Lucas até a estação São Mateus da Linha 15-Prata (8 estações) devem ser entregues até o fim da atual gestão.

GC - Esse sistema é novo para a cidade. Na sua avaliação, ele foi a melhor escolha, uma vez que tem apresentado problemas para sua conclusão?

Clodoaldo Pelissioni - O monotrilho foi a melhor escolha para atender as demandas das regiões por onde passa. Os desafios que se apresentam no monotrilho são decorrentes do fato de o modal ser uma novidade, o que requer o desenvolvimento de uma tecnologia inédita. Como tudo é novo, são necessários muitos testes, muito trabalho.

GC - Os monotrilhos podem vir a se tornar um obstáculo estético para as cidades, como o Minhocão?

Clodoaldo Pelissioni - Pelo contrário. O monotrilho possui características distintas do “minhocão”. As vias e a tela metálica de segurança não impedirão a passagem de luz solar e água da chuva, permitindo manter o tratamento paisagístico e a conservação da ciclovia que será construída sob as vigas-guia da estrutura. Não há fechamento total do espaço entre as vigas, que são implantadas a uma altura que varia de 12 a 15 metros de acordo com o trecho da obra. A conclusão das linhas em monotrilho trará valorização das áreas atendidas.

GC – Porque não se consegue dar mais velocidade na implementação dos sistemas de transporte?

Clodoaldo Pelissioni - A entrega das obras em execução trarão uma enorme melhoria para o transporte público da capital e da RMSP. São 7 obras em andamento no Metrô e na CPTM que geram mais de 11 mil empregos. Não há frente de expansão tão robusta quanto a nossa no País. Em qualquer lugar do mundo, os trilhos crescem com forte aporte dos governos federais. Aqui não tem 1 centavo do Governo Federal a fundo perdido.

GC - O governo pensar em antecipar algum processo de licitação ou privatização dessas linhas?

Clodoaldo Pelissioni - Está sendo elaborado o edital de licitação para a concessão das Linhas 5 e 17, que segue os prazos e etapas legais. Já foi realizada uma audiência pública em que foi apresentada a modelagem desenvolvida pelo Metrô. A próxima etapa é a Consulta Pública.

GC - E quanto aos sistemas de trens metropolitanos? Que avanços esse transporte alcançou e quais são as perspectivas para o futuro próximo?

Clodoaldo Pelissioni - Nos últimos anos, observamos o transporte individual aumentar, tornando o trânsito mais moroso. Mas, diferente do que se imagina, não diminuiu o número de usuários do transporte sobre trilhos.

Em 2010, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) transportou 642 milhões de passageiros. Em 2013, esse número saltou para 795,4 milhões e, em 2015, para 831,5 milhões.

O motivo do aumento da demanda é a melhoria no sistema: redução de intervalo, maior regularidade, estações modernas e mais segurança. As integrações gratuitas com o Metrô também são fatores de atração de passageiros que têm à disposição as seis linhas da CPTM e as 6 linhas do Metrô, pagando uma única tarifa.

Nos últimos 10 anos, o Governo do Estado investiu na modernização da CPTM. As obras contemplam a recapacitação da infraestrutura, com implantação de novos sistemas de sinalização, rede aérea, energia, telecomunicações e via permanente, além da modernização das estações, viando torná-las acessível.

Neste ano, entraram em operação mais cinco trens, do lote dos 65 encomendados. Com esses, já são 110 novos trens em operação, desde 2006.

Para os próximos anos, nossa meta é tornar todas as estações acessíveis. Das 92 existentes, 47 já estão prontas. Quatro estão em obras e as demais aguardam liberação dos recursos do PAC da Mobilidade para as obras serem licitadas.

Hoje a CPTM é a maior operadora de transporte de passageiros ferroviários da América do Sul. São 260,8 km de vias operacionais, seis linhas e 92 estações, que atendem 22 municípios da Região Metropolitana de São Paulo, com cerca de 2,8 milhões de usuários transportados por dia útil. Só na capital, a CPTM tem 136,5 km de extensão e 46 estações. Para se ter ideia, por dia são programadas mais de 2.750 viagens, o que equivale a aproximadamente 80 mil km de percurso, o que representa quase duas voltas entorno da terra.

 

 

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