Dyogo Oliveira, presidente do BNDES
As concessões de infraestrutura, nos últimos anos, tiveram forte dependência das linhas subsidiadas do BNDES, sobretudo na área de logística, e da Caixa Econômica Federal, nos segmentos de saneamento e mobilidade urbana, para o financiamento de longo prazo. Havia pouco ou nenhum espaço para fundos de pensão, fundos de investimento, investidores internacionais e outros agentes dispostos a financiar os recursos no longo prazo, já que ninguém conseguia bater os juros subsidiados desses bancos públicos. Os bancos comerciais participavam apenas concedendo empréstimos-ponte, por prazos de 12 a 18 meses, desde o início da concessão até a liberação do financiamento de longo prazo.
Alegando a falência desse modelo, o BNDES definiu nova estratégia, focada em aplicar, por meio da subsidiária BNDESPAR, recursos em fundos de investimentos voltados para infraestrutura, em vez de financiar diretamente os novos projetos. O objetivo, segundo a diretoria do banco, é ampliar as alternativas disponíveis v
Dyogo Oliveira, presidente do BNDES
As concessões de infraestrutura, nos últimos anos, tiveram forte dependência das linhas subsidiadas do BNDES, sobretudo na área de logística, e da Caixa Econômica Federal, nos segmentos de saneamento e mobilidade urbana, para o financiamento de longo prazo. Havia pouco ou nenhum espaço para fundos de pensão, fundos de investimento, investidores internacionais e outros agentes dispostos a financiar os recursos no longo prazo, já que ninguém conseguia bater os juros subsidiados desses bancos públicos. Os bancos comerciais participavam apenas concedendo empréstimos-ponte, por prazos de 12 a 18 meses, desde o início da concessão até a liberação do financiamento de longo prazo.
Alegando a falência desse modelo, o BNDES definiu nova estratégia, focada em aplicar, por meio da subsidiária BNDESPAR, recursos em fundos de investimentos voltados para infraestrutura, em vez de financiar diretamente os novos projetos. O objetivo, segundo a diretoria do banco, é ampliar as alternativas disponíveis via mercado de capitais para o financiamento de projetos e atrair investidores para o mercado de títulos de dívida de longo prazo.
Os Fundos de Infraestrutura apoiáveis pela BNDESPAR deverão ser constituídos sob a forma de condomínio fechado, com prazo determinado ou indeterminado, regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários, e que invistam prioritariamente em debêntures ou em recebíveis relacionados a projetos de logística e transporte, mobilidade urbana, energia, telecomunicações e saneamento básico.
Na visão da diretoria do banco, essa modalidade de Fundos de Crédito dá aos investidores a oportunidade de ter uma gestão profissional para análise e acompanhamento dos projetos financiados, além de acesso a uma carteira diversificada, dividindo riscos, custos de análise e de acompanhamento. “As empresas se beneficiam com a ampliação e a diversificação das fontes financiamento de projetos com recursos de longo prazo”, assegurou o BNDES no comunicado da mudança ao mercado.
O montante de investimento disponível para essa modalidade é de até R$ 5 bilhões. Fundos de crédito de infraestrutura poderão pleitear investimento da BNDESPAR de até R$ 500 milhões, limitado a 30% do capital total do fundo. A BNDESPAR também irá investir até R$ 1 bilhão em cotas de fundos fechados de crédito corporativo com prazo determinado, com o objetivo de ampliar a oferta de crédito de longo prazo para as empresas. Fundos focados em pequenas e médias empresas (que faturem até R$ 300 milhões por ano) poderão receber até R$ 300 milhões cada, em investimento da BNDESPAR, limitado a até 50% de suas cotas subscritas.
Para Dyogo Oliveira, presidente do BNDES, a principal vantagem desse modelo é que o banco assume um risco menor do que quando bancava sozinho os projetos. “Os fundos detêm uma capacidade de fazer negócio que pode ser mais rápida na etapa subsequente, que é a de aplicar os recursos nos projetos. Vamos passar a fomentar o mercado para que também atue atraindo mais recursos”, assegurou Oliveira.
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