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Revista GC - Ed.79 - Maio 2017
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Editorial

Quando o progresso anda a pé

Nas últimas ouvimos falar muito em “Connected Smart Cities ou Cidades Inteligentes e Conectadas. O conceito tem sido usado para designar núcleos urbanos de tamanhos variados onde as tecnologias assumem papéis cada vez mais importantes na governança pelos entes públicos, na otimização e conexão das estruturas de gestão,entre sí e com a população, integração dos serviços e diminuição de problemas reais da população. Em uma escala maior, uma cidade inteligente procura aproveitar as tecnologias para proporcionar uma maior qualidade de vida aos cidadãos, respondendo de forma mais rapidamente aos problemas e desafios globais através da informação. Isso não significa uma cidade sem problemas, mas sim que ela busca as inovações tecnológicas para contorná-los.

Não há dúvidas de que esse é o caminho natural e que essa é uma das melhores maneiras de se utilizar o conhecimento tecnológico: a serviço da qualidade de vida da humanidade. No entanto – não em contraposição a esse conceito, mas de maneira complementar – muitos urbanistas, arquitetos e pessoas que “repensam” as cidades modernas têm levantado discussões sobre outra tendência: a das “cidades amigáveis”. Nesse conceito, as cidades são vistas a partir de uma perspectiva mais holística, onde o domínio da tecnologia deve se submeter à evolução criativa, para formar um "todo" que é maior do que a soma das suas partes. Numa cidade amigável, todos os entes devem viver e prosperar graças à adoção de soluções sustentáveis de mo


Nas últimas ouvimos falar muito em “Connected Smart Cities ou Cidades Inteligentes e Conectadas. O conceito tem sido usado para designar núcleos urbanos de tamanhos variados onde as tecnologias assumem papéis cada vez mais importantes na governança pelos entes públicos, na otimização e conexão das estruturas de gestão,entre sí e com a população, integração dos serviços e diminuição de problemas reais da população. Em uma escala maior, uma cidade inteligente procura aproveitar as tecnologias para proporcionar uma maior qualidade de vida aos cidadãos, respondendo de forma mais rapidamente aos problemas e desafios globais através da informação. Isso não significa uma cidade sem problemas, mas sim que ela busca as inovações tecnológicas para contorná-los.

Não há dúvidas de que esse é o caminho natural e que essa é uma das melhores maneiras de se utilizar o conhecimento tecnológico: a serviço da qualidade de vida da humanidade. No entanto – não em contraposição a esse conceito, mas de maneira complementar – muitos urbanistas, arquitetos e pessoas que “repensam” as cidades modernas têm levantado discussões sobre outra tendência: a das “cidades amigáveis”. Nesse conceito, as cidades são vistas a partir de uma perspectiva mais holística, onde o domínio da tecnologia deve se submeter à evolução criativa, para formar um "todo" que é maior do que a soma das suas partes. Numa cidade amigável, todos os entes devem viver e prosperar graças à adoção de soluções sustentáveis de mobilidade, saneamento básico, segurança viária, eficiência energética e desenvolvimento humano.

Numa cidade inteligente, a mobilidade urbana, por exemplo, está fortemente associado à instalação de centros integrados de coordenação e controle, onde se dá o monitoramento das demandas cotidianas da cidade, como transporte público, engenharia de tráfego, serviços de atendimento de urgência à saúde, segurança pública etc.

Já numa cidade amigável, as calçadas são o principal elemento do sistema de mobilidade urbana, sendo responsáveis pelas articulações necessárias entre as edificações, as pessoas e os produtos. Construir calçadas largas, confortáveis e acessíveis para todos, independentemente de eventuais restrições de mobilidade, é democratizar o espaço público, inserindo no processo de desenvolvimento das cidades todas as forças vivas das comunidades. A acessibilidade é pensada com o foco na pessoa e não nos veículos.

Mas é, também, importante fator de desenvolvimento econômico. Esse tipo de arquitetura urbana também contribui para a saúde financeira, de acordo com um novo estudo feito pela George Washington University School of Business and Smart Growth America.

O estudo concluiu que cidades amigáveis com as pessoas são chamarizes de talentos, e que os centros urbanos com essas características são capazes não apenas de aproximar, mas também de produzir capital intelectual novo. Isto realimenta a cadeia local de geração de empregos de qualidade, e por tabela causa um considerável impacto na economia. No futuro bem próximo, os “negócios” vão acontecer nas cidades onde as pessoas gostarem de morar.

Atenta a essa discussão, a Sobratema assinou acordo de cooperação mútua com a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), visando apoiar as gestões municipais na difusão e consolidação do conhecimento técnico e inovações construtivas para transformar as cidades em locais mais humanos, amigáveis, confortáveis e sustentáveis (ver matéria nesta edição).

O acordo foi assinado durante o IV Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável (EMDS), promovido pela FNP em Brasília, de 25 a 28 de abril, onde estiveram presentes 512 prefeitos de municípios das diversas regiões do País, além de 9.458 participantes, entre urbanistas, arquitetos, representantes do poder público municipal responsável pelo desenvolvimento da infraestrutura urbana, entre outros. Também foram signatários do acordo com a FNP o Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva.(Sinaenco) e a WRI Cidades Sustentáveis.

O acordo de cooperação tem seu ponto alto no “Projeto Ruas Completas”. Trata-se de um “protótipo” de uma rua, com 130 m2 de área construída, que reúne as condições ideais de acessibilidade segura a todos os usuários.  Além de ser apresentado em 10 cidades brasileiras, o projeto será levado também para a Construction Expo 2017, durante a Semana das Tecnologias Integradas para Construção, Meio Ambiente e Equipamentos, que a Sobratema realizará de 7 a 9 de junho, no São Paulo Expo, em São Paulo. Dessa forma, a Sobratema dá a sua contribuição para a troca de experiências que venham a transformar as nossas cidades em locais mais humanos, amigáveis, confortáveis e sustentáveis.

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