Entrevista com Milton Luiz de Melo Santos, presidente da Agência de Desenvolvimento Paulista – Desenvolve SP.
No mundo moderno, as novas tecnologias desempenham cada vez mais um papel fundamental na capacidade das empresas otimizarem seus recursos e se tornarem competitivas. As inovações, tanto no que diz respeito aos modelos de gestão quanto à produção propriamente dita, oferecem infinitas possibilidades de crescimento, mudando profundamente o cenário dos negócios e gerando novas oportunidades e novos desafios.
Nesse cenário, as grandes empresas apostam partes importantes de suas receitas na inovação e, principalmente, em análises prospectivas de negócio, já que existe uma grande instabilidade apresentada pelo ambiente externo. Mas, o que fazem as pequenas e médias empresas, que não contam com recursos de sobra para investir em inovação e tecnologia?
Um dos caminhos percorridos por essas empresas é a Desenvolve SP –Agência de Desenvolvimento Paulista, entidade de fomento especializada em projetos de investimento para ampliar e moderniz
Entrevista com Milton Luiz de Melo Santos, presidente da Agência de Desenvolvimento Paulista – Desenvolve SP.
No mundo moderno, as novas tecnologias desempenham cada vez mais um papel fundamental na capacidade das empresas otimizarem seus recursos e se tornarem competitivas. As inovações, tanto no que diz respeito aos modelos de gestão quanto à produção propriamente dita, oferecem infinitas possibilidades de crescimento, mudando profundamente o cenário dos negócios e gerando novas oportunidades e novos desafios.
Nesse cenário, as grandes empresas apostam partes importantes de suas receitas na inovação e, principalmente, em análises prospectivas de negócio, já que existe uma grande instabilidade apresentada pelo ambiente externo. Mas, o que fazem as pequenas e médias empresas, que não contam com recursos de sobra para investir em inovação e tecnologia?
Um dos caminhos percorridos por essas empresas é a Desenvolve SP –Agência de Desenvolvimento Paulista, entidade de fomento especializada em projetos de investimento para ampliar e modernizar empresas e impulsionar o desenvolvimento do Estado, com crédito de longo prazo e taxas mínimas em relação ao mercado.
Nesta edição, Grandes Construções entrevista Milton Luiz de Melo Santos, presidente da Desenvolve SP, que tem se destacado também pelo apoio às startups, através do financiamento ou pela aquisição de participação societária na empresa e às Parcerias Público-Privadas (PPPs), em programas de privatização da infraestrutura.
Milton Luiz de Melo Santos fala das diretrizes da Agência e do volume de recursos disponíveis tanto para as empresas quanto para as prefeituras e os órgãos da administração direta e indireta dos municípios. “A finalidade de nossos recursos é bem clara: financiar projetos que melhorem o desempenho do negócio e se revertam em benefícios para a sociedade, como aumento de produtividade, inovação, emprego e renda”, sintetiza Milton Luiz de Melo Santos.
Revista Grandes Construções – Quais os objetivos da Desenvolve SP – Agência de Desenvolvimento Paulista?
Milton Luiz de Melo Santos – O objetivo da Desenvolve SP é financiar o crescimento planejado das pequenas e médias empresas e municípios, a fim de promover o fortalecimento da economia paulista e colaborar para a melhoria da qualidade de vida da população e o desenvolvimento de todas as regiões do Estado. Para isso, trabalhamos com linhas de crédito sustentáveis, que aliam baixas taxas de juros e longos prazos para pagamento, como forma de incentivar, sobretudo, o investimento em formação bruta de capital fixo para que as pequenas e médias empresas possam ampliar sua capacidade produtiva, condição fundamental para o fortalecimento da economia do país. No lado do setor público, também com condições diferenciadas, financiamos investimentos municipais necessários à infraestrutura das cidades paulistas.
GC – Qual a origem dos recursos com que a instituição opera?
Melo Santos – A Desenvolve SP dispõe de R$ 1 bilhão para operar, recursos aportados pelo Governo do Estado de São Paulo, seu acionista controlador.
GC – Qual o volume de recursos envolvidos nas operações de financiamento já aprovadas e contratadas, desde a sua criação, em 2009?
Melo Santos – Em sete anos de atuação, a Agência ultrapassou a marca de R$ 2 bilhões em desembolsos para mais de 3.200 operações de crédito em mais de 250 cidades. Do total de recursos liberados, 81% foram destinados para Pequenas e Médias Empresas (PMEs) e os outros 19% para municípios paulistas.
GC – Qual o volume de recurso disponibilizado ao longo de 2016? Quanto foi efetivamente contratado pelas empresas?
Melo Santos – Não há uma quantia de recursos disponibilizados, a Desenvolve SP financia empresas e municípios de acordo com a demanda. No primeiro semestre de 2016, a Agência já desembolsou R$ 140 milhões em financiamentos de projetos de investimento públicos e privados.
GC – Que setores da economia são os maiores captadores de financiamentos?
Melo Santos – Dos R$ 2 bilhões já financiados pela Desenvolve SP nos últimos sete anos, 45% foram tomados pelo setor da indústria, seguido de Serviços, com 31%, Comércio, com 5% e prefeituras, com 19%. Em relação às empresas atendidas, 84% dos recursos foram destinados para negócios de médio porte e 16% para os de pequeno porte.
GC – Quais as vantagens dos financiamentos concedidos pela Agência em relação aos ofertados pelos bancos comerciais?
Melo Santos – As principais vantagens estão relacionadas a juros baixos e longos prazos. As agências de fomento não visam a obtenção de lucro e sim o desenvolvimento econômico regional e a geração de emprego e renda para a população. Na Desenvolve SP, a empresa também não precisa adquirir produtos nem abrir conta bancária.
GC – Qual o custo do dinheiro? Qual a taxa de juros?
Melo Santos – Para o setor privado, a Desenvolve SP oferece linhas de crédito com juros a partir de 0,53% ao mês (+IPCA) e prazos de até 10 anos, incluído carência de até dois anos para que o empresário comece a pagar. No caso das prefeituras, as taxas são a partir de 0,60% ao mês (+IPCA), prazos de até seis anos e carência máxima de um ano.
GC – Qual o perfil das empresas que podem se habilitar a um financiamento junto à Agência? E quais são os pré-requisitos para a concessão desses financiamentos?
Melo Santos – O foco da Desenvolve SP são as pequenas e médias empresas, mas a instituição também atende, por meio de linhas de crédito especiais para inovação, startups e empresas de tecnologia com perfil inovador. Em todos os casos, as empresas precisam estar sediadas no Estado de São Paulo e em dia com as suas documentações, como certidões municipais e estaduais e balancetes.
GC – Qual o nível de inadimplência?
Melo Santos – Quem atua com agência de fomento sabe que o risco é maior e inerente ao setor. No entanto, hoje temos um nível mais baixo de inadimplência do que a média do mercado. Enquanto o Banco Central informou um índice de 5%, a Desenvolve SP está agora com 3%.
GC – O financiamento contratado pode ser aplicado em que? Os tomadores de recursos podem aplica-los em obras civis, aquisição de máquinas e equipamentos, treinamento e qualificação de mão de obra, por exemplo?
Melo Santos – Oferecemos um amplo leque de linhas de financiamento para ampliação, modernização, aumento da capacidade produtiva, implantação de novas plantas e relocalização de empreendimentos e inovação. Financiamos também a aquisição isolada de máquinas e equipamentos, a abertura e ampliação de franquias, além de investimentos em projetos sustentáveis, que preservem o meio ambiente. Os detalhes sobre as mais de 20 linhas oferecidas pela instituição, como condições e itens financiáveis, podem ser conferidos no site www.desenvolvesp.com.br.
GC – A Agência atua no apoio a empresas privadas interessadas nas concessões de infraestrutura, através de PPPs ou de outro modelo de parceria com o Estado?
Melo Santos – Em abril a Desenvolve SP passou a financiar até 50% da Outorga Fixa do lance de arrematação do leilão dos aeroportos de Itanhaém, Ubatuba, Jundiaí, Bragança Paulista e Campinas, bem como os investimentos em obras civis de infraestrutura e despesas pré-operacionais. O valor máximo do financiamento é de até R$ 30 milhões com taxa de juros de 9,5% ao ano, acrescida da variação do IPCA, e prazo de até 120 meses com carência incluída de até 12 meses. Ainda não houve propostas para a linha.
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