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Revista GC - Ed.49 - Junho 2014
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Entrevista

Construção, uma atividade mortal. Até quando?

Entrevista com Cosmo Palasio, técnico em Segurança do Trabalho, e membro da Associação Brasileira dos Profissionais de Segurança e Saúde no Trabalho e do Meio Ambiente (Abraphiset)

Todos os dias morrem três operários na construção civil no Brasil. O cenário dramático ficou evidenciado e ganhou as páginas dos jornais com a sequência de mortes de operários nove em obras de modernização ou construção dos estádios para a Copa do Mundo de 2014, e dois nas intervenções para ampliação de um shopping center em Campinas (SP). No entanto, essa série de eventos que não chega a retratar a gravidade do problema. O setor ocupa o terceiro lugar em número de acidentes, em relação às demais atividades econômicas. Segundo a Previdência Social, a Construção está em segundo lugar em número de óbitos decorrentes de acidentes de trabalho, perdendo apenas para o setor de Transporte Rodoviário de Cargas.

Em 2012, o Brasil registrou 705.239 acidentes de trabalho, sendo 22.330 relacionados ao setor da construção. O índice apresentou uma pequena redução se comparado ao ano anterior, quando foram notificados 720.649 acidentes em todo o País, dos quais, 22.382 nos canteiros de obras. Já em 2010, dos 709.474 acidentes relatados nas diversas atividades produtivas, 20.3


Todos os dias morrem três operários na construção civil no Brasil. O cenário dramático ficou evidenciado e ganhou as páginas dos jornais com a sequência de mortes de operários nove em obras de modernização ou construção dos estádios para a Copa do Mundo de 2014, e dois nas intervenções para ampliação de um shopping center em Campinas (SP). No entanto, essa série de eventos que não chega a retratar a gravidade do problema. O setor ocupa o terceiro lugar em número de acidentes, em relação às demais atividades econômicas. Segundo a Previdência Social, a Construção está em segundo lugar em número de óbitos decorrentes de acidentes de trabalho, perdendo apenas para o setor de Transporte Rodoviário de Cargas.

Em 2012, o Brasil registrou 705.239 acidentes de trabalho, sendo 22.330 relacionados ao setor da construção. O índice apresentou uma pequena redução se comparado ao ano anterior, quando foram notificados 720.649 acidentes em todo o País, dos quais, 22.382 nos canteiros de obras. Já em 2010, dos 709.474 acidentes relatados nas diversas atividades produtivas, 20.336 ocorreram no setor da construção.

A queda é a causa morte mais comum entre os profissionais da construção civil. Na sequência, aparecem os soterramentos e os choques elétricos.

Para entender o problema, Grandes Construções ouviu um dos maiores especialistas no assunto. Cosmo Palasio, é técnico em Segurança do Trabalho, e membro da Associação Brasileira dos Profissionais de Segurança e Saúde no Trabalho e do Meio Ambiente (Abraphiset).

Provocador, ele reconhece que as empresas do setor têm empreendido esforços louváveis para reverter a situação. Mas sentencia: “Há uma distância imensa entre o louvável e o necessário”.

Grandes Construções – O grande volume de obras nos últimos anos, no Brasil, principalmente aquelas relacionadas à preparação para os jogos da Copa do Mundo, trouxe para a primeira página dos jornais questões relacionadas às condições de trabalho da cadeia da construção. Porque ainda ouvimos falar em problemas como negligência com segurança e prevenção de acidentes, trabalhador não qualificado e falta de condições de trabalho, em pleno Século XXI?

Cosmo Palasio – Creio que isso ocorre por pelo menos por dois grandes motivos. O primeiro é que se tem a impressão, no Brasil, de que tudo se muda através de leis, e isso não é verdade. Tanto que temos aí uma serie de "leis que não pegaram", que apenas criam a falsa sensação de modernidade e mudanças. Para se ter algum sucesso com esse "modelo" de mudanças, há necessidade de ações rápidas por parte da Justiça, e isso ainda não temos no Brasil. O segundo diz respeito à cultura existente em relação a certos assuntos, que hora se baseia em comparações singelas do como era antes e do como é hoje. E é claro sempre se acha que temos o melhor, quando muitas vezes o “melhor” não atende minimamente à legislação. Por detrás disso tudo existe o desconhecimento da grande maioria das pessoas sobre o assunto, do que é necessário não apenas para cumprir leis, mas para promover transformações reais nas relações de trabalho no setor.

GC – Há alguma estatística sobre aumento do número de acidentes e paralisações decorrentes desses problemas?

Cosmo Palasio – O brilhante Ariano Suassuna certa vez disse que há três tipos de mentira: a pequena, a cabeluda e a estatística. Óbvio que a estatística é e sempre será uma excelente ferramenta. Mas apenas para quem se propõe a trabalhar com ela de forma isenta e imparcial, o que não acontece muito. As questões de segurança e saúde no trabalho são muito sensíveis e cercadas por aspectos legais. São associadas a questões de arrecadação e, em dado momento, isso dificulta trabalhar com números reais. Veja o exemplo daquelas placas de dias sem acidentes, que vemos em muitos locais de trabalho. Quase sempre são manipuladas. Isso tudo gera um grande problema: os resultados que temos são irreais. Mas é em cima deles que as organizações planejam suas ações. Assim é construído um ciclo de erro de análise e de soluções frustrantes, que geram a sensação de que a prevenção é mesmo impossível e inatingível.

GC – As construtoras brasileiras são reféns de condições sociais herdadas e não conseguem mudar essa realidade? Porquê?

Cosmo Palasio – Infelizmente isso não é um privilégio das construtoras. Penso que a sociedade como um todo está refém. E isso não diz respeito a esse momento da política ou a quem nos governa. É uma herança construída ao longo de muitos anos, e que é bastante visível. Em termos de segurança e saúde no trabalho, o que se tenta fazer muitas vezes beira ao milagre, porque o despreparo é tão grande que não há mesmo como começar um trabalho para reverter a cultura ou a ausência dela em relação ao assunto. E parece que quando falamos assim nos referimos apenas a mão de obra mais simples – o que causa um certo incômodo ou soa como incorreto. Na verdade o problema é muito maior, e eu diria que causado pelo excesso de teorias e pela ausência de práticas mais simples.

Qualquer pessoa um pouco mais informada sabe que o trabalho pode ferir, adoecer, mutilar ou matar. Essa mesma pessoa também sabe que em algum momento da vida a grande maioria da população terá que trabalhar. Isso é fato! Apesar disso, não temos em qualquer fase da nossa educação ou formação, aprendizado sobre isso. Há um buraco imenso em meio a tudo isso que, em alguns casos, se associa à precariedade das condições em que vive parte da nossa população. Essa parcela da população, para sobreviver, acaba assumindo o risco como uma verdade definida. Do outro lado, há gente com mais conhecimento, mas sem qualquer preparo para atuar na mudança desse cenário, porque entendem que o fatalismo também é uma realidade. Isso tudo custa muito caro para todo mundo.

GC – Como mudar essa cultura?

Cosmo Palasio – Para dirigir um veiculo você é obrigado a frequentar um centro de formação, passar por treinamentos e se submeter a exames. Para obter um porte de armas você passa por um processo bastante criterioso. Mas para abrir uma empresa você apenas precisa ter dinheiro e vontade. Não precisa ter nenhuma noção sobre os danos que sua atividade pode causar. Ou olhamos para isso, ou vamos seguir tentando tirar água de pedra.

GC – Esses problemas interferem no resultado do empreendimento ou do próprio contrato? As empresas tem conhecimento disso?

Cosmo Palasio – Com certeza interferem e poucos conseguem ter essa dimensão. Há obras que, com ou sem acidente ou doenças ocupacionais, já perdem muito dinheiro pela falta de planejamento quanto às necessidades de segurança e saúde no trabalho.  Em segurança do trabalho, tudo que é feito como adequação, correção ou retrabalho, implica sempre em custos significativos. Boa parte deles, diga-se de passagem, dissimulados por gestores incompetentes que o fazem para salvar o próprio pescoço e seguem dentro das organizações causando problemas. E a impressão que chega à alta direção é que a segurança ou o cliente é que são os problemas. Na verdade, o problema é bem outro. E isso tende a piorar com o detalhamento das normas.

Para minimizar esses problemas, as organizações precisam trabalhar desde o inicio dos projetos com o envolvimento e participação ativa de especialistas.

GC – Quais são as questões que mais paralisam uma obra? Acidentes, greves, reclamações de maus-tratos, assédio?

Cosmo Palasio – Em termos práticos e legais, são os chamados “riscos graves”  e “iminentes”. São as situações que podem causar acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho, com lesão grave à integridade física do trabalhador. É interessante notar que a maioria das pessoas que planejam e tocam uma obra nem ao menos sabem o que isso significa, na prática. Por ai podemos entender o quanto a falta de informação leva aos problemas.

Vejo hoje muitas obras sendo paradas pela falta de condições mínimas das chamadas áreas de vivência – alojamentos, refeitórios, etc. -, e pela falta de higiene no fornecimento de água e alimentação. As organizações que contratam pagam, mas não levam, ou seja, gastam recursos para não ter o que seria adequado -- muito especialmente pela falta de preparo e conhecimento por parte dos que contratam.

Do ponto de vista da segurança do trabalho propriamente dita, as questões da insegurança em atividades em altura são sempre motivo de embargo/paralisação. É possível, em qualquer esquina das cidades, encontrar trabalho em altura realizado sem mínimas condições de segurança. As questões dos maus tratos e assédios ainda são uma realidade muito distante de serem avaliadas em canteiros de obras.

GC – Está havendo um grande esforço das empresas para a conscientização do trabalhador. O senhor diria que é possível ver mudanças de comportamento nos canteiros de obras por conta disso?

Cosmo Palasio – E muito louvável tudo que vem sendo feito por muitas organizações, em termos de conscientização. Mas há uma distância imensa entre o louvável e o necessário. Muitas vezes, quando visito obras, sou recebido por pessoas que, com orgulho, mostram seus programas de conscientização. Mas quando vamos caminhar pelas frentes de trabalho notamos que há uma falsa sensação de segurança, que se instala com a repetição de chavões e slogans, enquanto que a realidade não mudou muito.

Boa parte dos esforços nessa direção atinge apenas os trabalhadores mais simples. Chefias e lideranças jamais estão em sala de aula, porque não têm tempo ou porque acham que não precisam. Nas auditorias que realizamos, fica fácil entender que algumas pessoas só assinaram a lista de presenças. Assim, sem o preparo e a verdadeira responsabilidade por parte dos que planejam e supervisionam trabalhos, tudo segue muito parecido. E nisso há também culpa de nós, profissionais especializados no assunto.  Muita gente tem a impressão, por exemplo, que obras cheias de documentos são seguras. E pensam assim porque jamais leram esses documentos, porque parte deles é cópia de padrões que nem de longe poderão ser seguidos naquela realidade. Isso ocorre pela falta de envolvimento dos executores no planejamento da segurança.

GC – Muitas vezes as construtoras adotam programas de treinamento interno, processos de gestão e etc, mas o problema pode ocorrer com operários de empresas terceirizadas. Qual o risco e como evitar esse problema?

Cosmo Palasio – O primeiro passo para fazer frente a esse problema é lembrar-se de que, quando realizamos ações de segurança e saúde no trabalho, nosso objetivo maior não é emitir um papel, e sim preservar uma vida. Isso nos afasta da frieza das formalidades e no leva na direção do sucesso. A distância entre o mundo de quem contrata e o mundo de quem de fato realiza é muito comum. E isso se dá muitas vezes pela falta de planejamento, que obriga a correr para não parar a obra.

Penso que há necessidade de padronizar e avaliar, ou seja, fornecer padrões mínimos ao possível contratado, e depois, mesmo que por amostragem, avaliar a realidade. Certa vez, quando trabalhava em u ma grande organização, recebi a documentação de uma equipe que viria fazer a reforma de um telhado. Não era um telhado qualquer algo acima de 30 metros de altura. Muitas coisas me chamaram a atenção. Primeiro a faixa etária de todos os trabalhadores, muito jovens para ter experiência naquele tipo de atividade. Chamou-me a atenção, também, o fato de quase todos serem de uma mesma cidade, no interior do Nordeste. Resolvi, então, convidá-los para uma reunião prévia. Vieram todos com sapatos de segurança novos, e notava-se que alguns deles jamais tinham posto um daqueles nos pés. Dei um cinto de segurança nas mãos deles e ficou claro que não tinham intimidade com o equipamento. Depois de muita conversa, ficamos sabendo que todos eram inexperientes, captados no interior. Tivemos um final feliz, que só foi possível pela sensibilidade e vivência de quem analisou. Hoje pedimos documentos e colocamos na gaveta: a formalidade foi cumprida, a vida segue em risco e o negócio também.

GC – Frequentemente o operário que sofre o acidente é também acusado de não ter respeitado as normas de segurança com respeito ao EPI. Como mudar essa realidade?

Cosmo Palasio – Essa pergunta merecia um estudo, e a resposta certamente seria maior do que toda essa entrevista. Primeiramente, um acidente, em tese, não é para ninguém um evento desejado. Não precisamos ir muito longe para compreendermos que a grande maioria das pessoas não se auto mutila. Ninguém sai de casa às 4 horas da manhã para atentar contra a própria vida ou integridade física. Tal cultura fez com que, ao longo de décadas, os estudos sobre segurança do trabalho fossem inibidos, pois tendo de imediato um culpado, não era preciso avançar na compreensão real dos fatos.

O segundo ponto diz respeito a cumprir ou não as normas de segurança. A primeira análise é tentar entender se existem normas de segurança, já que na maioria das vezes elas não existem na organização. Na sequência, é preciso analisar se os trabalhadores conhecem e foram treinados para o cumprimento dessas normas. A minha experiência mostra que em boa parte das vezes alguém escreve, publica e esquece apenas de avisar aos demais, inclusive os principais interessados.

A próxima analise implica em compreender se é possível cumprir aqueles procedimentos, pois, na tentativa de isentar-se de responsabilidades, muitas vezes se escreve tudo e nem mesmo existem os meios disponíveis para cumprir o que está escrito.

GC – É possível evitar acidentes naturais com pessoais e máquinas? Como fazer?

Cosmo Palasio – Precisamos, aqui também, refazer um conceito quanto à ideia de que acidentes sejam naturais. Acidentes não ocorrem, eles são causados. Durante todos esses anos, estivemos diante de situações que nos chamaram a atenção pela simplicidade do que poderia ter evitado aquele acidente e, ao mesmo tempo, pela sofisticação e tempo gasto para tentar explicá-lo.

GC – A pressa é inimiga da perfeição? Este tem sido um grande gerador de demandas nos canteiros?

Cosmo Palasio – Na minha forma de ver, há uma falsa ideia que relaciona a pressa a acidentes. É obvio que há casos em que a pressa é uma das suas causas. Mas a urgência é uma realidade e existem, dentro das técnicas prevencionistas, formas de tratá-la e controlar seus riscos, sem custos humanos.

GC – As empresas estão preocupadas com essas demandas judiciais. Isso pode ajudá-las a adotar programas de melhoria, ou ainda não há essa consciência?

Cosmo Palasio – Hoje em dia qualquer organização mais estruturada tem preocupações com essas demandas. Quando vai se fazer negócio – especialmente aquisição de organizações um dos pontos mais relevantes é a questão do passivo ocupacional, que em muitos casos inviabiliza o negócio.

Por consequência, muitas dessas organizações tentam criar e adotar programas para fazer frente ao assunto. Mas muitas também erram porque simplesmente escrevem e não cumprem ou porque simplesmente o fazem por modismos ou com base em experiências de outras organizações.

Digo sempre que segurança do trabalho não é confecção, é alfaiataria. E sendo assim, não existe um modelo que se adeque de forma justa a duas organizações, mesmo que similares. E às vezes, nem a mais de uma área ou departamento da mesma organização. O que vemos é que as coisas começam erradas e que, ao invés de mudarem, se insiste em empurrar o erro de forma grosseira. Isso torna a segurança ainda mais problemática. Grandes e conhecidas organizações têm "ótimos" programas de segurança e saúde no trabalho, que fazem e conseguem quase tudo – menos ser agentes para a prevenção.

GC – Como ficam os canteiros de grandes obras, que precisam montar estruturas semelhantes a pequenas cidades? O senhor acha viável manter esse modelo diante da nossa legislação trabalhista?

Cosmo Palasio – Hoje em dia encontramos pelo Brasil afora estruturas em obras que jamais imaginaríamos antes. E sempre me pergunto o quanto isso é bom, se compararmos com o que tínhamos antes. E a resposta é sim. Mas isso não quer dizer que as condições sejam as mais adequadas. Algumas dessas obras causam verdadeiros êxodos, com problemas inestimáveis em todos os sentidos. E nós tratamos sintomas como se fosse o verdadeiro problema. Nesse caso, a legislação faz seu papel e foi a partir dela que evoluímos. Mas ela não resolve o problema na raiz. A resposta é planejar o desenvolvimento, o que fará com que as estruturas sejam menores, para atender apenas o que não se tem no local.

A imprensa muitas vezes nos dá a sensação de que os problemas são resolvidos – especialmente quando nos limitamos a um ou outro fato. Na verdade, temos aí pelas ruas um exército de incapacitados pelo trabalho, sem acesso a qualquer tipo de direito. Apenas uma pequena parte dos acidentes e doenças é tratada pela Justiça. Da conta da saúde não tem como escapar, ela apenas pode ser diluída em meio a outros problemas sociais. No entanto, a grande conta disso tudo é paga por todos nós, inclusive pelas organizações sérias, que investem e trabalham com segurança e saúde no trabalho. Temos que entender que esconder números pode ser fácil e interessante, mas não elimina o real significado do problema.

GC - É possível contabilizar o custo de demandas trabalhistas em uma obra ou isso é uma utopia?

Cosmo Palasio – Eu penso que não. É óbvio que há alguma ideia sobre isso, alguns controles, mas tenho visto algumas organizações sendo supreendidas em certas situações e lamentavelmente algumas delas deixando o mercado. O mesmo processo não ensina a fazer prevenção, sua necessidade e importância têm como subproduto situações assim. É bonito falar em empreendedorismo, mas seria útil a todos falar também em responsabilidades.

GC – Trabalhadores imigrantes são cada vez mais comuns nos canteiros. Quais os problemas relacionados a essas contratações?

Cosmo Palasio – Precisamos entender que "imigrantes" são esses, suas origens, culturas em relação ao trabalho e prevenção. Outro ponto importante é buscar a garantia que a sua vulnerabilidade pela situação de origem não permita que as relações de trabalho e especialmente o poder de comando, sigam determinados critérios.

GC – A ideia de que o prejuízo pode ser revertido na hora da demada judicial é verdadeira ou não é bem assim?

Cosmo Palasio – Há muitos tipos de prejuízos. Alguns nem podem ser fielmente mensurados. Não creio que sejam reversíveis. Podem talvez ser minimizadas. Chamo a atenção apenas para o processo histórico dessas questões: há poucos anos todo esforço dava em nada, mas hoje isso começa a mudar, embora muita gente ainda não tenha se dado conta disso. Nossa sociedade começa a se sensibilizar com questões para as quais antes nem dava atenção. Com certeza, chegaremos ao dia em que o consumidor ira distinguir as organizações, preferindo comprar de quem cuida melhor da sociedade.

GC – Qual o conselho que o senhor daria para que as construtoras possam melhorar sua gestão do trabalho, evitando tais?

Cosmo Palasio – Primeiro elas devem construir um reconhecimento do direito à vida e à saúde das pessoas, passando do discurso para a realidade. Feito isso - ou durante esse processo devem ajustar a gestão para a realidade, com menos enfeites e mais praticas.

 

 

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