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Revista GC - Ed.60 - Junho 2015
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Entrevista

Cerimônia de casamento

Entrevista com Luiz Gustavo de Pereira, Diretor-Presidente da Tracbel, e João Ney Colagrossi, Presidente Mundial da Metso, Mineração e Agregados

Tracbel e Metso criam parceria para atender ao mercado de agregados/construção, incluindo serviços de manutenção e reposição de peças em cinco estados brasileiros.

A Metso, líder no fornecimento de soluções para agregados, e a Tracbel, especializada na distribuição, pós-venda e prestação de serviços em máquinas e equipamentos pesados, acabam de fechar um acordo exclusivo. Com a parceria, divulgada oficialmente, em Belo Horizonte (MG) no início de maio, a Tracbel passa a atuar como dealer exclusivo da marca europeia para os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Goiás e Distrito Federal. O contrato envolve especificamente a distribuição de equipamentos para o mercado de agregados/construção e inclui os serviços completos de manutenção e reposição de peças.

O acordo envolve a unidade brasileira da Metso, que faz parte de uma estrutura de 14 mil profissionais (em nível global) e tem presença em 50 países. No ano passado, a corporação apresentou um faturamento de 3.7 bilhões de euros em vendas líquidas e um aumento de 55% das vendas de ordens de serviços.<


Tracbel e Metso criam parceria para atender ao mercado de agregados/construção, incluindo serviços de manutenção e reposição de peças em cinco estados brasileiros.

A Metso, líder no fornecimento de soluções para agregados, e a Tracbel, especializada na distribuição, pós-venda e prestação de serviços em máquinas e equipamentos pesados, acabam de fechar um acordo exclusivo. Com a parceria, divulgada oficialmente, em Belo Horizonte (MG) no início de maio, a Tracbel passa a atuar como dealer exclusivo da marca europeia para os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Goiás e Distrito Federal. O contrato envolve especificamente a distribuição de equipamentos para o mercado de agregados/construção e inclui os serviços completos de manutenção e reposição de peças.

O acordo envolve a unidade brasileira da Metso, que faz parte de uma estrutura de 14 mil profissionais (em nível global) e tem presença em 50 países. No ano passado, a corporação apresentou um faturamento de 3.7 bilhões de euros em vendas líquidas e um aumento de 55% das vendas de ordens de serviços.

A Tracbel, por sua vez, tem uma estrutura que cobre 70% do território brasileiro e a experiência acumulada de 47 anos de atuação em diversos mercados, com destaque para o de agregados, que é foco do acordo. A empresa, sediada em Contagem (MG), representa outras marcas líderes, incluindo a Volvo Construction Equipment, Volvo Penta, Atlas Copco, Michelin, Massey Ferguson, SP Maskiner e Tigercat.

Segundo Marcelo Motti, principal executivo da Metso no Brasil, “a parceria com a Tracbel nos dá a oportunidade de oferecer um atendimento ainda melhor para o mercado de agregados nas regiões abrangidas pelo acordo. A Tracbel tem recursos, equipe capacitada e experiência, o que nos dá a certeza de termos escolhido um ótimo parceiro de negócios para a Metso e principalmente para nossos clientes”.

Para o diretor-presidente do Grupo Tracbel, Luiz Gustavo de Magalhães Pereira, a parceria chega para abrilhantar ainda mais o portfólio de produtos da empresa. “Nós, do Grupo Tracbel, temos a certeza que será uma parceria de sucesso. A força, a inovação e a qualidade dos produtos Metso, estarão aliados a nossa experiência na distribuição de equipamentos e no pós-venda, uma referência da Tracbel no País”, diz. Luiz Gustavo frisou que o Grupo está muito honrado com a nova parceria e que o objetivo da empresa é continuar oferecendo produtos de primeira linha e um pós-venda qualificado e eficiente.

A revista Grandes Construções participou da entrevista coletiva concedida por Luiz Gustavo de Magalhães Pereira, diretor presidente da Tracbel, e por João Ney Colagrossi, Presidente Mundial da Metso, Mineração e Agregados e reproduz, aqui, os trechos mais importantes do encontro com jornalistas especializados e das editorias de Economia, para que se possa saber o que esperar desse casamento e seus impactos sobre o mercado.

Pergunta: Qual é a posição da Tracbel hoje, no mercado nacional de peças e equipamentos pesados?

Respostas: Luiz Gustavo de Magalhães Pereira – A Tracbel se posiciona entre o fabricante de equipamento pesado e os usuários desses equipamentos. Nós não fabricamos nada. Nosso negócio é fazer o link entre a fábrica e o usuário e garantir o maior up time de equipamentos, com o menor custo operacional para os nossos clientes. Nossa missão, portanto, é sermos reconhecidos pelos clientes como o melhor provedor de soluções nos segmentos em que atuamos. O que nos coloca muito alinhados com a estratégia de qualidade da Metso.

Essa parceria é um marco importante na trajetória da Tracbel, e acreditamos que esse negócio vá ter um volume de crescimento muito rápido, mesmo em momento de crise, bastante difícil, como o que estamos vivendo hoje. O momento é de investir, porque as diversas regiões do País com certeza vão ter seu crescimento, apesar de todas as dificuldades. O Brasil não está parado. Nas visitas que fazemos aos clientes Brasil afora, o que observamos é que os clientes estão muito capitalizados, embora muito inseguros de fazer os investimentos neste momento. Mas existe a consciência de que esses investimentos, em algum momento, terão que ser feitos. Nós acreditamos nisso, por esse motivo estamos fazendo esses investimentos, junto com a Metso, vislumbrando que o momento é de plantar para depois colher os frutos.

Pergunta: Como o senhor descreve o crescimento da Tracbel, nos últimos anos, em termos de faturamento? Ele reflete essa trajetória de crescimento da empresa?

Resposta: Luiz Gustavo – Sim, certamente. Em 2002, por exemplo, a empresa faturava R$ 108 milhões. Em 2005, esse faturamento cresceu para R$ 213 milhões, passando, três anos depois, em 2008, para R$ 531 milhões. Já em 2011, esse faturamento evoluiu para R$ 786 milhões e em 2014, passou para R$ 840 milhões.

Pergunta: Como a Tracbel está estruturada hoje, em termos de pessoal, equipe técnica, etc.?

Resposta: Luiz Gustavo – A nossa estrutura de pessoal é muito parecida com a estrutura da Metso. Nós temos hoje cerca de 55% da nossa equipe na área de serviço. O grande foco da Tracbel é pós-venda, serviço, para estarmos mais próximos dos nossos clientes, dentro da sua operação. O pós-venda está no nosso DNA. Nós nascemos no pós-venda como uma empresa de assistência técnica. Não é à toa que essa é a área que recebe os maiores investimentos da empresa. Este ano, ainda, nós estamos investindo aproximadamente R$ 12 milhões em um Centro de Distribuição de máquinas e peças e manutenção de equipamentos pesados, no município de Bebedouro (SP), para trazer essa cobertura mais próxima do cliente. E esse investimento é totalmente pautado na área de serviço e no pós-venda. Provavelmente, esse CD será a mais moderna estrutura do nosso segmento, em todo o Brasil.

Essa mesma prioridade nos levou a investir, em 2014, no Centro de Excelência Técnica (Cetec). Trata-se de uma central técnica que fica na nossa matriz, em Contagem, desenvolvida dentro de um conceito muito parecido com o que a Embraer desenvolve, cujo objetivo principal é botar equipamentos pra rodar, ter uma equipe técnica acessível por e-mail, por telefone, via site, disponível a qualquer hora pra botar o equipamento do cliente pra rodar.  É o atendimento técnico profissionalizado que vai fazer com que os nossos clientes tenham segurança para adquirir os nossos equipamentos, sabendo que vão contar com uma disponibilidade real.

Pergunta: Como o senhor pode dimensionar hoje a estrutura de pós-venda, de assistência técnica ao cliente, em todo o Brasil?

Resposta: Luiz Gustavo – Nós temos hoje mais de 200 mil itens em estoque, peças de reposição. São 21 filiais em todo o Brasil, e todas elas com estoques de itens de reposição, atendendo a mecânicos regionais. Investimos muito também na logística, para a entrega de peças. Essas peças têm que chegar até o nosso cliente, ou até o mecânico que está mais próximo, o mais rápido possível, pra colocar esse equipamento pra rodar.

Fizemos, ainda, investimentos em modernas oficinas móveis, em simuladores de treinamento e capacitação de operadores de equipamentos e engenheiros especializados nos produtos. E agora, com essa parceria com a Metso, nós estamos trazendo engenheiros especialistas nesses produtos, para dar continuidade a esse trabalho que vem sendo feito pela Metso. E o nosso objetivo é ampliar esse conceito, levando esses serviços para outras regiões, onde atuaremos junto com a Metso.

Pergunta: Como fica a atuação da Tracbel no mercado nacional, agora, com a sua nomeação como novo distribuidor Metso para o mercado de agregados e construção? O que muda, de fato?

Resposta: Luiz Gustavo – Com esse acordo, passamos a ser o primeiro distribuidor da marca para os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Goiás e Distrito Federal, atuando na distribuição de equipamentos, serviços completos, manutenção e reposição de peças. Com a linha Metso, a Tracbel passa a ser um dealer com diversas soluções para esse segmento de agregados, construção, com outros produtos como perfuratrizes, equipamentos de carga, equipamentos de britagem, assistência , etc, com o grande objetivo de reduzir o custo operacional do cliente, oferecendo a possibilidade dele centralizar o seu contato num ponto focal de pós-venda.

Pergunta: Paralelamente ao atendimento profissional ao mercado, a Tracbel vem desenvolvendo um trabalho social relevante, através do Projeto Profissionalizar. O que vem a ser esse projeto?

Resposta: Luiz Gustavo – Esse projeto já existe há 20 anos. Através dele nós já formamos 20 turmas, ou 550 alunos, meninos de 16 a 18 anos. O grande objetivo desse programa é tirar esses meninos das ruas, já que eles passam 10 meses dentro da Tracbel, estudando e fazendo aulas práticas de manutenção de equipamentos. E ao fim desse período nós tentamos encaixar esses meninos no mercado de trabalho.

Nós temos hoje grandes exemplos de muitos desses garotos que se tornaram chefes de família, alguns dos quais, empregados dentro da própria Tracbel. É o caso do nosso Gerente Nacional de Serviços e do nosso Gerente Nacional de Suprimentos, que saíram dessas escolinhas. Sem falar em inúmeros profissionais de sucesso, hoje absorvidos pelo mercado, formados pelo Projeto Profissionalizar.

Pergunta: Nós vivemos um momento de forte desaquecimento no setor da mineração. Qual a sua avaliação desse mercado?

Resposta: João Ney Colagrossi - De fato, o mercado da mineração passa por momentos difíceis. Mas nós entendemos que, pelo menos na área do minério de ferro, esse mercado vai começar a se estabilizar. Acreditamos que, até 2017, esse equilíbrio entre demanda e suprimento será atingido. Mas não alimentamos a expectativa de que o minério de ferro vai voltar a atingir os preços que alcançou a quatro, cinco ou seis anos atrás. Até porque eram níveis totalmente irreais.

Essa é uma questão da economia mundial, ligada ao crescimento da economia da China. E a China já não está crescendo tanto. Eu estive na China três vezes, nos últimos três meses. Os negócios continuam rolando, há hoje, lá duas trades de minerações novas, que estão abrindo, o mercado não está morto.

Dentro deste novo cenário, as empresas competitivas, as que estão capitalizadas, num momento de espera, vão sobreviver.

Nós estamos preocupados porque a China está com um crescimento de 7%, e não de 10%, ou 11%. Mas, gente, são 7%. Se o Brasil estivesse crescendo nessa taxa, nós estaríamos felizes.

Quanto à Índia, – e eu estive lá a dois meses atrás –  fiquei muito impressionado com a atmosfera positiva de negócios, a partir da posse do novo primeiro ministro. Já se observa que a Índia tem potencial, se não de suplantar a China, de contrabalançar um pouco a redução do seu ritmo de crescimento econômico.

Pergunta -- Em que medida essa parceria poderá trazer resultados no reaquecimento dos negócios nesse setor, especificamente?

Resposta: João Ney Colagrossi – Todos sabem que o Brasil passa por um momento de ajustes. Mas quando fazemos nosso planejamento, nós não pensamos em curto prazo. Nos últimos 80 anos, nós assistimos a vários ciclos no mercado de mineração. A diferença é que antes, os ciclos eram longos, entre os picos e as depressões. Agora, as crises são mais curtas. Nós já estamos acostumados com esses ciclos econômicos.

Na área de agregados, nós sempre olhamos as nossas parcerias com uma visão de longo prazo. Nós estamos no Brasil desde 1919. Completamos 95 anos, aqui. A Tracbel, por sua vez, está no Brasil há quase 50 anos. Ou seja, a nossa aliança estratégica com a Tracbel é voltada para médio e longo prazos. E esse é o momento correto.

Eu costumo dizer que os momentos de crise nos permitem separar os homens dos meninos. Nos momentos de crise temos que ter calma, mas isso não significa postergar decisões, mas sim analisar friamente quais as perspectivas do país, de médio e longo prazos, implementar as reorganizações necessárias para a melhoria da eficiência das nossas operações, melhorar o atendimento, etc. Enfim, nas nossas decisões, nós levamos muito pouco em consideração os cenários de curto prazo.

Pergunta – Na prática, como se dará esse modelo de negócios? De que maneira os clientes serão atendidos, a partir de agora?

Resposta: João Ney Colagrossi – A partir de agora, todo o relacionamento, contato, primeiro suporte com os clientes Metso ou potenciais clientes Metso, dos segmentos de pedreiras e agregados, passam a ser feitos pela Tracbel, nessas regiões, tanto na venda de máquinas, quanto para venda dos serviços.

Com essa parceria, a Tracbel está absorvendo oito profissionais da Metso, capacitados, com bastante experiência. São técnicos, engenheiros etc. E há um plano de desenvolvimento para a contratação de outras pessoas, para dar suporte aos clientes Metso e captar novos clientes.

Pergunta – Quanto os senhores estão investindo nessa parceria e qual é a expectativa de retorno?

Resposta: Luiz Gustavo – Nós estamos pensando em investir algo entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões em estoques de peças e componentes, consumíveis, treinamento e desenvolvimento de pessoal, contratação de mais pessoas. E o nosso objetivo é de que essa parceria Metso/Tracbel passe a representar entre 20% e 25% dos negócios da Tracbel, num período de três a cinco anos.

 

 

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