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Revista GC - Ed.19 - Setembro 2011
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Entrevista

Belo Monte é desafio histórico para Sotreq

Entrevista com David Moraes, diretor da Unidade de Construção da Sotreq

A Sotreq, referência no mercado nacional no fornecimento de bens de produção e soluções voltadas ao desenvolvimento da infraestrutura, com atuação nos segmentos de Construção, Mineração, Industrial, Agrícola, Florestal, Energia, Petróleo e Marítimo, está completando 70 anos. Uma trajetória marcada pela oferta de produtos com elevado padrão tecnológico e pelo desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis, em parceria com seu principal representado no Brasil, a Caterpillar.

E é justamente neste ano que tanto a Sotreq quanto a Caterpillar vivem um marco nas suas histórias, no que diz respeito ao fornecimento de soluções para obras de grande porte no Brasil: trata-se do contrato para o fornecimento de 100% das máquinas da linha amarela para o Consórcio Construtor, responsável pelas obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Serão nada menos que 1.000 unidades, que serão disponibilizadas até o pico da obra, a ser atingido provavelmente em meados de 2013. Desse total, 700 máquinas serão entregues até julho de 2012.

Além das maquinas, a Sotreq montará em Vitória do Xingu, no Pará, uma mega estrutura de suporte para não deixar máquinas paradas. Os investimentos deverão superar o montante de R$ 12 milhões.

Nesta entrevista, David Moraes, diretor da Unidade de Construção da Sotreq, detalha os investimentos na nova unidade, fala do desafio que foi transportar as máquinas até o meio da floresta paraense, por rodovias e rio – até atravessando o oceano, no caso das máquinas importadas –, analisa a participação da Sotreq/Caterpillar no mercado brasileiro e fala das expectativas de continuidade de aquecimento do mercado nacional.

Grandes Construções – Qual é o market share da Caterpillar no mercado de equipamentos para construção e qual foi o desempenho da marca no primeiro semestre deste ano?

David Moraes – De acordo com a última leitura que temos do comportamento do mercado de máquinas, feita em maio deste ano, nossa participação era de 31%, nos mercados onde a Sotreq atua. Isso corresponde a 75% de todo o território brasileiro, ficando de fora apenas os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e todos os estados do Nordeste. Todo o restante do território brasileiro


A Sotreq, referência no mercado nacional no fornecimento de bens de produção e soluções voltadas ao desenvolvimento da infraestrutura, com atuação nos segmentos de Construção, Mineração, Industrial, Agrícola, Florestal, Energia, Petróleo e Marítimo, está completando 70 anos. Uma trajetória marcada pela oferta de produtos com elevado padrão tecnológico e pelo desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis, em parceria com seu principal representado no Brasil, a Caterpillar.

E é justamente neste ano que tanto a Sotreq quanto a Caterpillar vivem um marco nas suas histórias, no que diz respeito ao fornecimento de soluções para obras de grande porte no Brasil: trata-se do contrato para o fornecimento de 100% das máquinas da linha amarela para o Consórcio Construtor, responsável pelas obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Serão nada menos que 1.000 unidades, que serão disponibilizadas até o pico da obra, a ser atingido provavelmente em meados de 2013. Desse total, 700 máquinas serão entregues até julho de 2012.

Além das maquinas, a Sotreq montará em Vitória do Xingu, no Pará, uma mega estrutura de suporte para não deixar máquinas paradas. Os investimentos deverão superar o montante de R$ 12 milhões.

Nesta entrevista, David Moraes, diretor da Unidade de Construção da Sotreq, detalha os investimentos na nova unidade, fala do desafio que foi transportar as máquinas até o meio da floresta paraense, por rodovias e rio – até atravessando o oceano, no caso das máquinas importadas –, analisa a participação da Sotreq/Caterpillar no mercado brasileiro e fala das expectativas de continuidade de aquecimento do mercado nacional.

Grandes Construções – Qual é o market share da Caterpillar no mercado de equipamentos para construção e qual foi o desempenho da marca no primeiro semestre deste ano?

David Moraes – De acordo com a última leitura que temos do comportamento do mercado de máquinas, feita em maio deste ano, nossa participação era de 31%, nos mercados onde a Sotreq atua. Isso corresponde a 75% de todo o território brasileiro, ficando de fora apenas os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e todos os estados do Nordeste. Todo o restante do território brasileiro é coberto pela Sotreq. Temos hoje 35 filiais espalhadas em todo esse território. Nesse território que descrevi, a Sotreq é responsável por 100% das vendas da marca Caterpillar. Esse é o formato de representação escolhido pela marca. Cada diller é responsável integral pelas vendas em seus territórios, tanto de máquinas quanto de peças e na prestação de serviços. Em relação aos volumes de vendas, estamos experimentando, até o mês de julho, um crescimento de vendas em torno de 35% em relação ao mesmo período do ano passado.

GC – Na sua avaliação, o mercado brasileiro permanece aquecido?

David Moraes – O mercado está aquecido. Poderia estar mais aquecido se não tivessem essas confusões todas relacionadas às obras do Denit, do Ministério do Turismo, etc. Nós estamos tendo este ano uma disponibilidade maior de equipamentos do que tivemos no ano passado, ou seja, a Caterpillar está aumentando sua capacidade de produção para atender a esse mercado. A Caterpillar tem uma fábrica em Piracicaba, onde produz grande parte dos equipamentos, e está inaugurando agora em setembro uma nova fábrica no Paraná, que vai produzir basicamente equipamentos de menor porte. Com isso, ela vai liberar espaço em Piracicaba para aumentar sua linha de produção de produtos de maior porte. É importante salientar que quando nós falamos de Unidade de Construção, estamos falando de vários segmentos dentro deste mercado. O segmento Florestal, por exemplo, está dentro de Construção, na Sotreq.  O mesmo ocorre com o segmento de Pavimentação, Areia e Brita. E o que mais cresceu, nesse primeiro semestre, foi exatamente o segmento de Pequenas, Médias e Grandes Construtoras. O projeto Belo Monte, por exemplo,  contribuiu muito para esse crescimento, uma vez que nós já começamos a faturar os primeiros equipamentos para o projeto.

GC – O senhor citou recentes escândalos envolvendo ministérios do governo Dilma Rousseff. Em sua opinião, esses fatos impactaram mais o mercado interno de máquinas para construção que a crise econômica, envolvendo os Estados Unidos e vários países da Europa?

David Moraes – Esses escândalos no Denit, por exemplo, impactam diretamente o nosso dia a dia, porque, no mínimo, os empreiteiros retardam algumas obras e, consequentemente, postergam a compra de equipamentos. Já o reflexo da crise econômica mais recente – que eu diria que é mais uma crise de confiança que uma crise financeira propriamente instalada –, eu diria que nós só vamos sentir verdadeiramente mais à frente, dependendo da sua continuidade ou não. A gente nunca sabe se essas crises duram uma semana ou se duram seis meses. Mas os impactos diretos nos nossos negócios são gerados muito mais pelos nossos problemas internos, demora na liberação dos recursos por parte dos governos federal, estaduais e municipais, já que existem vários programas de incentivo ao crescimento da infraestrutura, mas todos eles dependem da liberação de recursos. Mas, se considerarmos um crescimento de 32% a 35% de um ano para o outro, teremos um crescimento já animador. A expectativa, na verdade, é de um acrescimento ainda maior.

GC – Por quanto tempo o senhor ainda vê essa perspectiva de crescimento?

David Moraes – Se o Brasil quiser aproveitar essa onda de grandes eventos para realmente criar uma boa infraestrutura viária, de urbanização, de qualidade de vida nas grandes cidades, nós vamos ter obras para, no mínimo, os próximos seis ou sete anos, de maneira crescente e contínua. Eu acredito na manutenção dos atuais índices de crescimento no Brasil, a menos que aconteça algum revés na economia mundial que dê uma parada geral. Se nós conseguirmos passar imunes a essa nova crise, que talvez não nos afete muito no primeiro momento, eu acredito na manutenção desse mesmo ritmo de crescimento.

GC – O senhor citou as obras da Hidrelétrica de Belo Monte, que acabaram de receber os primeiros lotes de máquinas para construção. Nessa primeira aquisição de máquinas, qual foi a participação da marca Caterpillar e da Sotreq?

David Moraes – A Sotreq e a Caterpillar fecharam com o Consórcio Construtor de Belo Monte contrato de fornecimento de 100% das máquinas da linha amarela. O consórcio tem o dimensionamento de máquinas para essa obra da ordem de 1.000 unidades, que estarão sendo utilizadas no pico da obra, provavelmente em 2013. Mas são 700 unidades, num primeiro momento, que começaram a ser entregues em abril deste ano, e serão completadas até meados de 2012. Até julho deste ano, nós já entregamos 124 equipamentos desse primeiro lote. Em agosto foram mais 60 equipamentos, e vamos nesse ritmo até chegarmos às 700 máquinas em julho de 2012. Além desse contrato de exclusividade com a Sotreq/Caterpillar, o consórcio fechou a compra dos caminhões rodoviários com a Mercedes-Benz. As 300 unidades seguintes têm a possibilidade de serem equipamentos alugados da própria Sotreq e de outras empresas que locam equipamentos, ou o consórcio pode vir a demandar a compra de novas máquinas.

GC – Dada a localização do empreendimento, o transporte dos equipamentos deve ter se constituído em um desafio especial. Como foi montada essa logística?

David Moraes – Os equipamentos nacionais, fabricados pela Caterpillar na unidade de Piracicaba (SP), foram transportados em carretas, por rodovias, até Belém (PA), de lá eles foram embarcados em balsas e transportados por rios até Vitória do Xingu. A viagem por rodovia levou de uma semana a 10 dias, dependendo das ocorrências registradas nas estradas. O trecho via fluvial, por sua vez, levou mais uma semana. O porto em Vitória do Xingu fica colado no canteiro de obras.  Já as máquinas importadas fazem quase o mesmo deslocamento, só que elas chegam ao Brasil pelo porto de Vitória, no Espírito Santo, seguindo por rodovia até Belém do Pará, completando a viagem via fluvial.

GC – Qual o percentual de máquinas importadas nesse primeiro lote?

David Moraes – Cerca de 40%. As importadas são as máquinas de maior porte, que não são produzidas na unidade de Piracicaba. Estamos falando de caminhões fora de estrada, articulados, etc., alguns são produzidos nos Estados Unidos, outros na Inglaterra.

GC – A Sotreq já havia se envolvido numa logística tão complexa quanto essa, envolvendo até três modais de transporte no deslocamento de máquinas?

David Moraes – A Sotreq é uma empresa muito experiente nesse tipo de obra, tendo participado ativamente de obras como Tucuruí, por exemplo, também lá no Pará, e que também envolveu o mesmo nível de dificuldade. A Sotreq tem uma experiência muito grande também no setor de mineração, onde se transporta equipamentos até de maior porte que esses de Belo Monte, com elevado grau de dificuldade. Muitos são até transportados em partes e a montagem final é feita dentro da obra. Portanto, essa experiência de Belo Monte, apesar de parecer muito complicada, não é tão difícil quanto suportar a operação desses equipamentos lá na obra. Esse, sim, é um grande desafio.

GC – Como a Sotreq pretende dar conta dessa missão? Além da manutenção e assistência técnica, a Sotreq vai dar até o treinamento para os operadores das maquinas?

David Moraes – Não, o treinamento dos operadores vai ser dado pelo Consórcio Construtor. Para facilitar esse treinamento, a Sotreq fez a doação de seis simuladores de operação. O que nós estamos formando é mão de obra de mecânicos, para suportar a manutenção dos equipamentos durante todo o período de obras. Já temos uma filial provisória instalada em Altamira, e estamos finalizando um projeto para a criação de outra filial definitiva, numa área de 27 mil m2, com 4 mil m2 de área construída. Nós vamos ter nessa filial um grande estoque de peças e componentes. Nela abrigaremos, no pico da obra, aproximadamente 150 pessoas, entre mecânicos, pessoal administrativo, pessoal para cuidar das peças, etc. E nós vamos criar, dentro dessa unidade, um laboratório de análise de óleo, hoje existente apenas em Contagem (MG).

GC – Qual a finalidade desse laboratório?

David Moraes – Ele auxiliará no processo de análise de óleo de todos os equipamentos, mesmo daqueles de outras marcas, além de Caterpillar, que serão utilizados na obra. Essa análise de óleo será como um apurado exame de sangue, que aponta o nível de desgaste de todos os componentes, auxiliando na manutenção preventiva. Esse exame permite identificar quando cada componente está começando a ter um desgaste anormal antes de ele quebrar, minimizando o tempo de parada dos equipamentos.

GC – Qual o volume de investimento que a Sotreq fará nessa unidade?

David Moraes – Os números são muito significativos. Só na construção dessa filial definitiva nós vamos gastar aproximadamente R$ 7 milhões, mas ainda tem os investimentos no treinamento dos mecânicos e demais funcionários; no estoque das peças, com recursos acima de R$ 5 milhões. Mas nós não temos ainda o número final, porque os investimentos serão feitos de acordo com as necessidades da obra, que só está começando.

GC – Já tem máquinas rodando em Vitória do Xingu?

David Moraes – Sim, tem máquinas com mais de 250 horas de uso. Essas máquinas serão submetidas a um uso intensivo, porque nesta região chove muito em boa parte do ano. Então, de dezembro a março, que é o período de chuvas mais intensas, praticamente a obra para. Portanto, esse é o período da janela hidrológica durante o qual a obra tem que ser acelerada. As atividades acontecem em três turnos, as máquinas trabalham dia e noite. Ainda existe uma inércia natural causada pela mobilização recente da obra, mas acredito que em 2012, nesse período do ano que nós estamos agora, já haverá uma movimentação incrível nos diversos sítios de Belo Monte.

GC – Em sua opinião, quais foram os fatores decisivos na escolha da Sotreq e da Caterpillar para o fornecimento de 100% da frota de máquinas da linha amarela para o consórcio responsável pelas obras?

David Moraes – Em primeiro lugar foi a confiabilidade da Caterpillar, uma marca forte, consolidada no mercado mundial, presente nas maiores obras de infraestrutura em todo mundo. Exemplo disso é que as obras de duplicação do Canal do Panamá contaram praticamente com 100% de máquinas Caterpillar. Outro fator foi a proposta que a Sotreq e a Caterpillar fizeram, de montar toda a estrutura de suporte local, o que só foi possível porque teremos um grande volume de máquinas que justifica o investimento. Se o Consórcio Construtor tivesse tomado a decisão de dividir o fornecimento de máquinas com diversos fabricantes, talvez ele não contasse com um fornecedor de porte que aceitasse fazer esses investimentos. A Sotreq e a Caterpillar querem fazer desse fornecimento para Belo Monte um marco na sua capacidade de suportar uma obra desse porte.

 

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