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Revista GC - Ed.36 - Abril 2013
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Editorial

A nova energia que vem do Sol

O Brasil é um país rico em incidência de raios solares. Alguns municípios nordestinos, como Petrolina (PE), Floriano (PI) e Bom Jesus da Lapa (BA), recebem radiação solar comparável à Dongola, no Sudão, reconhecido como o ponto do planeta onde o sol incide com maior potência. Como sabemos, o sol é fonte de energia alternativa, com grandes vantagens sobre as demais: é abundante, permanente, renovável, não poluente e gratuita. No entanto, o Brasil tem negligenciado seu grande potencial de aproveitamento do sol como fonte direta de geração de eletricidade. Calcula-se que a produção energética a partir dessa fonte alcance anualmente 20 milhões de megawatts-hora de eletricidade, o suficiente para abastecer somente 15 mil residências de dois cômodos. Mas o que falta para avançarmos na conquista dos benefícios da energia solar?

O alto custo de produção e a falta de incentivos são alguns dos fatores que atrasam o crescimento dessa fonte energética entre nós. Precisamos desenvolver novas tecnologias, mais racionais e baratas, capazes de reduzir os custos de geração e torná-la comercialmente viável. Em comparação com outras fontes, como eólica e hidrelétrica, a solar é cerca de três vezes mais cara.

Os investimentos em tecnologia nessa área vêm acontecendo no Brasil em ritmo lento, mas promissor. Cientistas da Universidade Federal de Pernambuco trabalham no desenvolvimento de um painel solar inédito no mundo, capaz de gerar o dobro da energia elétrica com a mesma qua


O Brasil é um país rico em incidência de raios solares. Alguns municípios nordestinos, como Petrolina (PE), Floriano (PI) e Bom Jesus da Lapa (BA), recebem radiação solar comparável à Dongola, no Sudão, reconhecido como o ponto do planeta onde o sol incide com maior potência. Como sabemos, o sol é fonte de energia alternativa, com grandes vantagens sobre as demais: é abundante, permanente, renovável, não poluente e gratuita. No entanto, o Brasil tem negligenciado seu grande potencial de aproveitamento do sol como fonte direta de geração de eletricidade. Calcula-se que a produção energética a partir dessa fonte alcance anualmente 20 milhões de megawatts-hora de eletricidade, o suficiente para abastecer somente 15 mil residências de dois cômodos. Mas o que falta para avançarmos na conquista dos benefícios da energia solar?

O alto custo de produção e a falta de incentivos são alguns dos fatores que atrasam o crescimento dessa fonte energética entre nós. Precisamos desenvolver novas tecnologias, mais racionais e baratas, capazes de reduzir os custos de geração e torná-la comercialmente viável. Em comparação com outras fontes, como eólica e hidrelétrica, a solar é cerca de três vezes mais cara.

Os investimentos em tecnologia nessa área vêm acontecendo no Brasil em ritmo lento, mas promissor. Cientistas da Universidade Federal de Pernambuco trabalham no desenvolvimento de um painel solar inédito no mundo, capaz de gerar o dobro da energia elétrica com a mesma quantidade de coletores de um equipamento convencional. O painel poderá fornecer energia elétrica a 16 moradias ao mesmo tempo, o que antes só era possível através de painéis individuais.

Já engenheiros da PUC do Rio de Janeiro estão testando uma geladeira solar que produz 5 kg de gelo por dia. Ela pode ser útil em colônias de pescadores ou em postos de saúde isolados para conservar vacinas.

Esse, aliás, tem sido um espaço onde a energia solar tem alcançado crescimento sensível: o da cogeração e da produção individual, com aplicação residencial. Estudo divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Energia, apontou que o custo da geração nas residências brasileiras, a partir de um equipamento de pequena potência é de R$ 602 por megawatt-hora (MWh), mais barato do que a energia vendida por dez das mais de 60 distribuidoras de energia. Essa comparação, no entanto, só é favorável porque no Brasil o custo da energia elétrica para o consumidor final está entre os três mais caros do mundo. Um mau exemplo é o de uma concessionária de energia elétrica no Rio de Janeiro, que cobra uma tarifa de R$ 0,302 por quilowatt-hora (kWh). Na Inglaterra e nos Estados Unidos, cujas matrizes energéticas têm forte presença da geração nuclear ou térmica bem mais caras que a hidrelétrica a tarifa média é de US$ 0,05 e US$ 0,04, respectivamente.

Para alguns pesquisadores, o que nos falta mesmo é uma política governamental mais ousada, dedicada ao incremento de tecnologia e à redução dos custos de empreendimentos de geração de energia solar, a exemplo das que existem em vários países, onde os governos chegam a subsidiar a compra e instalação de sistemas geradores de energia solar.

Nesse momento, tramita na Câmara dos Deputados projeto que cria incentivos à produção de energia solar, como a instituição de fundos para investimentos no setor, a concessão de incentivos tributários para quem utilizar essa alternativa de energia e a remuneração da produção excedente. Deverá ser criado também o Programa Nacional de Crédito aos Pequenos Produtores de Energia Solar, com o objetivo de financiar a construção de pequenas centrais de energia solar.

O texto obriga, ainda, os bancos do Sistema Financeiro da Habitação a incluir o custo de sistema de aquecimento solar de água e de sistema de geração elétrica nos financiamentos imobiliários com recursos públicos, se o construtor solicitar.

Enquanto o projeto não é aprovado, o BNDES estuda a criação de linhas de financiamento para a construção de pequenos projetos de energia fotovoltaica, a exemplo do que existe para Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs).

A indústria da construção, com longa atuação em projetos de energia hidrelétrica que contribuíram para o desenvolvimento econômico e tecnológico do Brasil, observa, atenta, essas iniciativas, certa de poder contribuir nesse processo com a sua experiência e capacidade de realização. São novos desafios que virão consolidar a matriz energética do Brasil como uma das mais limpas do mundo, com forte presença de fontes renováveis.

 

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