Infraestrutura
Cimento Itambé
19/08/2013 12h18
A crise europeia, deflagrada em 2008, causou um impulso tecnológico na indústria brasileira de tubos de concreto. Como os mercados na Alemanha, na Espanha e na Itália minguaram, os fabricantes de equipamentos destes países voltaram-se para prospectar clientes na América do Sul. O Brasil foi o alvo preferido, sobretudo por que a época coincidiu com o lançamento de programas como PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e Minha Casa, Minha Vida. O financiamento facilitado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) também ajudou os fabricantes nacionais a modernizarem suas linhas de produtos. “Aquele momento desencadeou parcerias entre fabricantes nacionais e estrangeiros e fez maquinários de qualidade chegarem ao país”, re
...A crise europeia, deflagrada em 2008, causou um impulso tecnológico na indústria brasileira de tubos de concreto. Como os mercados na Alemanha, na Espanha e na Itália minguaram, os fabricantes de equipamentos destes países voltaram-se para prospectar clientes na América do Sul. O Brasil foi o alvo preferido, sobretudo por que a época coincidiu com o lançamento de programas como PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e Minha Casa, Minha Vida. O financiamento facilitado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) também ajudou os fabricantes nacionais a modernizarem suas linhas de produtos. “Aquele momento desencadeou parcerias entre fabricantes nacionais e estrangeiros e fez maquinários de qualidade chegarem ao país”, revela Jean Royer, ex-diretor de marketing da Associação Brasileira de Tubos de Concreto (ABTC) e diretor da Concrepar-Marco Tubos.
A entrada de novas tecnologias no Brasil coincidiu com a revisão da ABNT NBR 8890 – Tubo de Concreto, de seção circular, para águas pluviais e esgotos sanitários -, que exigiu evolução nas peças, sobretudo das armaduras de aço. A norma também tornou o mercado mais seletivo e, consequentemente, mais competitivo. “Tubo de concreto tem várias formas de ser feito. Do modo antigo, como há 50 anos, ou de um modo mais moderno. Com a evolução das normas, elas passaram a exigir cada vez mais a padronização dos produtos em itens como resistência, compressão diametral, recobrimento da ferragem e absorção de água. Enfim, o produto pode ser fabricado de vários modos, mas tem de suportar o que exigem as normas. Quando eu adquiro um equipamento, ele me dá a garantia de que eu vou fabricar com uniformidade, de que uma peça será igual a outra, sem deformidades”, explica Jean Royer.
O poder público, como principal cliente, também tem ajudado a melhorar a qualidade dos tubos de concreto. Uma evolução visível está relacionada à forma de encaixe das peças. Hoje, no Brasil, são usados o macho-fêmea e o ponta e bolsa. Alguns estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, consomem bastante os tubos com encaixe em ponta e bolsa. Outros, como o Paraná, utilizam o macho-fêmea. Há um debate sobre a padronização. Para isso, é necessário investir em pesquisa para comprovar qual o melhor encaixe. Porém, são poucas as empresas que fazem isso. “Estima-se que no Brasil haja entre cinco mil e seis mil fabricantes de tubos de concreto, mas nem trinta têm laboratórios. No caso do nosso laboratório, ele é aferido pela Tecpar e pelo Inmetro. Tudo isso, para fabricar e saber o que está sendo fabricado”, diz o diretor da Concrepar.
Um problema é que boa parte das companhias de saneamento requer ensaios laboratoriais, mas somente para tubos aplicados em esgoto sanitário. O correto seria seguir o exemplo de países desenvolvidos, onde os ensaios para peças usadas em água pluvial também são exigidas. “Na Europa e nos Estados Unidos percebe-se que o produto é melhor. Por quê? Porque existe investimento em equipamento, pesquisa, normalização e tecnologia. Lá, todos os tubos de esgoto são em ponta e bolsa com anel de borracha. É a preocupação com a questão ambiental. Aqui, essa preocupação existe em algumas empresas de saneamento, cito a Sanepar, e em alguns setores privados”, avalia Jean Royer, para quem ainda há um bom espaço para a evolução dos tubos de concreto no Brasil. “Ainda estamos aquém do ideal. Tem espaço para crescer e qualificar cada vez mais os produtos”, finaliza.
16 de abril 2020
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