Infraestrutura
Folha de S. Paulo
24/05/2013 10h42 | Atualizada em 24/05/2013 16h26
O atraso nas concessões de ferrovias do governo federal pode acabar por despejar mais 200 mil caminhões por ano nas estradas do Estado de São Paulo, principalmente no Rodoanel, a partir de 2015, ampliando a dependência do porto de Santos do transporte rodoviário.
Esse volume corresponde ao número de viagens de caminhões de 25 toneladas necessárias para substituir trens de carga que hoje cruzam a área central da capital transportando açúcar, soja, contêiner, bauxita e aço do interior do país para Santos e também para o Sul.
A partir do próximo ano, essa circulação de cargueiros não poderá mais ser feita. É que a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos)
...O atraso nas concessões de ferrovias do governo federal pode acabar por despejar mais 200 mil caminhões por ano nas estradas do Estado de São Paulo, principalmente no Rodoanel, a partir de 2015, ampliando a dependência do porto de Santos do transporte rodoviário.
Esse volume corresponde ao número de viagens de caminhões de 25 toneladas necessárias para substituir trens de carga que hoje cruzam a área central da capital transportando açúcar, soja, contêiner, bauxita e aço do interior do país para Santos e também para o Sul.
A partir do próximo ano, essa circulação de cargueiros não poderá mais ser feita. É que a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) vai aumentar a quantidade de trens de passageiros na ferrovia e considera que será "inviável" continuar a compartilhar as linhas com o transporte de carga.
Em 2012, entre 4 milhões e 5 milhões de toneladas de produtos atravessaram a região central da cidade em trens. Esse volume só poderá continuar a ser transportado por ferrovia quando pelo menos um dos novos trechos do Ferroanel de São Paulo estiver pronto.
A obra faz parte de um corredor ferroviário de exportação que interliga o Centro-Oeste ao maior porto do país.
Idas e Vindas
Em 2011, os governos federal e de São Paulo decidiram fazer em parceria os trechos sul e norte do Ferroanel. A intenção era começar a obra do trecho norte junto com o Rodoanel, o que aceleraria e baratearia as obras.
Mas indefinições do governo federal sobre como construir a ferrovia fizeram com que, até hoje, o Ferroanel não tenha sequer licitação em andamento. A avaliação é que será impossível concluí-lo no ano que vem, como previsto inicialmente.
Com isso, as alternativas são: reduzir horários para o transporte de passageiros, deixar de transportar a carga o que pararia algumas indústrias ou transportá-la em 200 mil viagens de caminhão.
Essa última alternativa representaria um incremento de cerca de 2% na movimentação média diária do trecho do Rodoanel, segundo dados do DER-SP de 2012.
Volume em Dobro
Levantamento feito pela Folha, com base nos números do governo, demonstra que o volume de carga transportada sobre caminhões para Santos quase dobrará em dez anos.
Do movimento total de 230 milhões de toneladas previstos para 2024, o transporte rodoviário será responsável por 150 milhões de toneladas. A ferrovia será responsável por transportar 80 milhões de toneladas.
Em 2013, quando o porto movimentará 110 milhões de toneladas, a divisão será a seguinte: 83,6 milhões de toneladas transportadas por caminhões; e 26,4 milhões de toneladas, por ferrovia.
"É evidente que o governo, com a aprovação da MP, deve discutir a redistribuição da carga para outros portos", disse Renato Barco, presidente da Codesp, administradora do porto de Santos.
16 de abril 2020
16 de abril 2020
Av. Francisco Matarazzo, 404 Cj. 701/703 Água Branca - CEP 05001-000 São Paulo/SP
Telefone (11) 3662-4159
© Sobratema. A reprodução do conteúdo total ou parcial é autorizada, desde que citada a fonte. Política de privacidade