O túnel (aliás, “bitúnel” pois as linhas ficarão segregadas na maior parte do trajeto) entre as estações Barra da Tijuca e São Conrado terá mais de seis quilômetros e com isso entrará no livro dos recordes quando a futura linha 4 do metrô do Rio for inaugurada. Falta pouco (180 metros em uma seção e 280 metros na outra) para que as estações sejam interligadas. Se tudo continuar indo bem nas escavações, até fevereiro isso ocorrerá.

A construção da nova linha do metrô tem sido desafiadora, pois ocorre no meio de vias urbanas de grande movimento. A estação da Barra, por exemplo, vem sendo encavada por trechos. Da área de manobra até o acesso pelo qual os trens “mergulharão” e “emergirão” da estação, são 850 metros em linha reta. Desvios no tráfego foram feitos para permitir a escavação no início e no fim desse trajeto, e agora o fluxo de veículos retornará ao traçado original porque chegou a hora de escavar a parte central.

É quase uma operação de guerra. As paredes laterais são feitas antes da retirada da terra por máquinas retroescavadeiras. O lençol freático ali é rebaixado com a ajuda de centenas de bombas. Uma laje de concreto com altura de dois metros faz o contrapiso, para que o seu peso “ancore” a futura estação e o restante da linha nesse trecho subterrâneo.

A estação Barra da Tijuca está projetada para receber 91 mil passageiros por dia. E a de São Conrado, 65 mil. O túnel já está sendo aberto dentro da rocha na direção do Leblon (também em duas seções paralelas, já avançando cerca de 500 metros), onde se encontrará com o que virá de Ipanema, perfurado pelo “tatuzão” equipamento gigantesco que entrou em fase de testes. Antes desse encontro, o “tatuzão” terá a parte da frente preparada para perfurar rochas, e mais ou menos na altura da rua Igarapava, no Leblon, seguirá abrindo um túnel na direção da futura estação Gávea.

Há visitas guiadas à obra, em alguns domingos, partindo da Barra da Tijuca.