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Paralisia de grandes obras derruba cadeia de fornecedores

A conclusão ou a paralisação de grandes obras de infraestrutura vêm provocando estragos na cadeia de supridores de máquinas e insumos para a construção civil.

Folha de S. Paulo

07/01/2016 13h55


O segmento mais prejudicado até agora, de máquinas de construção pesada, prevê queda de 50% nas vendas neste ano. Cimento, aços longos e tintas veem retração entre 5% e 12%.

A crise pega as empresas após quase uma década de investimentos em expansão de capacidade.

Especialistas ouvidos pela reportagem afirmam que o cenário não tem perspectiva de melhora no médio prazo.

"O ciclo de grandes obras no Brasil acabou. Até 2018, teremos um período caracterizado por baixos investimentos em infraestrutura e construção pesada", afirma Paulo Resende, professor da Fundação Dom Cabral.

Em novembro, com o enchimento do reservatório da usina hidrelétrica de Belo Monte (Pará), encerrou-se a fase de construção pesada da ma

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O segmento mais prejudicado até agora, de máquinas de construção pesada, prevê queda de 50% nas vendas neste ano. Cimento, aços longos e tintas veem retração entre 5% e 12%.

A crise pega as empresas após quase uma década de investimentos em expansão de capacidade.

Especialistas ouvidos pela reportagem afirmam que o cenário não tem perspectiva de melhora no médio prazo.

"O ciclo de grandes obras no Brasil acabou. Até 2018, teremos um período caracterizado por baixos investimentos em infraestrutura e construção pesada", afirma Paulo Resende, professor da Fundação Dom Cabral.

Em novembro, com o enchimento do reservatório da usina hidrelétrica de Belo Monte (Pará), encerrou-se a fase de construção pesada da maior obra em curso no país.

Antes, já tinham sido desmobilizados os canteiros das usinas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira (Rondônia), e da refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, em Pernambuco.

Angra 3 e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) estão paralisados em decorrência da Lava Jato. Duas refinarias da Petrobras foram canceladas.

Nos quatro setores analisados pela Folha, as perspectivas de vendas em 2015 equivalem a níveis de 2009, ano impactado pela crise financeira internacional. A estatística de estoque de emprego em grandes obras segue a mesma tendência.

"A grande preocupação é que não há obra nova começando", afirma o presidente da BMC Hyundai no Brasil, Felipe Cavalieri.

A companhia inaugurou em 2013 uma fábrica em Itatiaia (RJ) com capacidade para produzir, por ano, 3.000 unidades de máquinas para construção pesada – da chamada linha amarela: escavadeiras, pás carregadeiras.

Outro termômetro do setor é o cimento, que também sofre impacto da crise. Devido ao cenário econômico, a Votorantim Cimentos, por exemplo, suspendeu a produção em sua fábrica de Ribeirão Grande (SP) e transformou o local em um centro de distribuição temporário.

"O setor fechará este ano com uma ociosidade muito grande por causa da falta de novas obras", afirma o presidente do Snic (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento), José Otávio Carvalho. A expectativa é que haja queda de 10% nas vendas.

De acordo com IBGE, o PIB da construção civil encolheu 6,3%, e o investimento, indicador que inclui grandes obras, caiu 15% no terceiro trimestre.

"A construção tem grande potencial de arraste, carregando consigo uma enorme cadeia de fornecedores", diz o economista da FGV Cláudio Fristchtak. De acordo com ele, cada R$ 1 milhão investido na construção civil gera R$ 1,6 milhão em encomendas de bens e serviços.

Rio-2016 é alívio com data certa para terminar - Para Paulo Resende, professor da Fundação Dom Cabral, o ciclo que se encerra tinha como protagonista o setor público, na condução das obras e no financiamento via BNDES.

A crise fiscal, afirma, coloca sob a responsabilidade da iniciativa privada levar adiante novos investimentos em infraestrutura.

Porém, a recessão, aliada à crise política e à Lava Jato, deixa o cenário ainda mais incerto. "A perspectiva não é favorável ao surgimento, no médio prazo, de novos players para tocar obras pesadas", disse.

As obras para a Olimpíada do Rio têm contribuído para minimizar a crise, dizem empresários do setor. Mas a desmobilização também está no horizonte, uma vez que a entrega da maioria dos projetos deve ocorrer no início de 2016.

Há, na cidade, desde grandes obras civis, como a construção do parque olímpico, até projetos de infraestrutura viária, como os sistemas de BRT (corredores de ônibus) e de VLT (veículo leve sobre trilhos).

"O Rio é o grande canteiro de obras do Brasil", diz Eurimílson Daniel, diretor da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração.

"Como vão ficar as obras e os empregos em 2016, quando o Rio estiver pronto?", questiona o presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento, José Otávio Carvalho.

 

 

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