Infraestrutura
Jornal do Comércio
01/11/2012 08h05
Depois de anos de expansão acelerada, a construção civil brasileira atingiu seu ápice e deve manter um nível de crescimento moderado nas próximas temporadas. Essa é a avaliação do vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins. Ontem o dirigente esteve em Porto Alegre e palestrou para empresários do setor sobre as perspectivas e os desafios da atividade no País. Segundo ele, o segmento deve apresentar evolução de 2% a 3% em 2012, e de 4% a 5% em 2013.
“Um mercado que movimentava R$ 2,3 bilhões ao ano, em 2003, saltou para mais de R$ 100 bilhões neste ano. É um crescimento muito expressivo. Agora, o mercado está mais maduro e passará a ter um crescimento vegetativo em função da economia
...Depois de anos de expansão acelerada, a construção civil brasileira atingiu seu ápice e deve manter um nível de crescimento moderado nas próximas temporadas. Essa é a avaliação do vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins. Ontem o dirigente esteve em Porto Alegre e palestrou para empresários do setor sobre as perspectivas e os desafios da atividade no País. Segundo ele, o segmento deve apresentar evolução de 2% a 3% em 2012, e de 4% a 5% em 2013.
“Um mercado que movimentava R$ 2,3 bilhões ao ano, em 2003, saltou para mais de R$ 100 bilhões neste ano. É um crescimento muito expressivo. Agora, o mercado está mais maduro e passará a ter um crescimento vegetativo em função da economia”, argumenta Martins. Diante deste cenário, na avaliação dele, o ramo ainda precisa passar a um novo patamar, o que só seria possível com alterações visando à diminuição de burocracia no Brasil. Para o dirigente, as rotinas nos cartórios, de Norte a Sul, são uma das principais questões que necessitam de ajuste.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Paulo Garcia, segue o mesmo raciocínio. Para ele, o Estado deve manter ritmo de ascensão semelhante à média nacional. Mesmo assim, restam pendências a serem equacionadas. “Para o Estado e o Brasil mudarem de patamar só com mudanças fiscais e na legislação trabalhista. O País precisava aproveitar esse momento que está vivendo e tirar suas amarras”, defende Garcia.
Atualmente, a CBIC trabalha em um projeto que pretende mapear as potencialidades e as carências do mercado imobiliário nos próximos 15 anos. A intenção é, a partir do diagnóstico, sugerir medidas para o segmento. Martins descarta qualquer risco de bolha no setor. Para ele, o rigor dos bancos na concessão do crédito e um conjunto de fatores, que inclui diminuição dos juros, aumento de renda e subsídios do governo federal, garantem segurança suficiente.
Martins ainda destaca que o modelo de crescimento do País guiado pelo consumo na última década dá sinais de esgotamento e já começa a ser substituído por um ciclo de expansão guiado por investimentos. Neste sentido, o dirigente destaca que a construção civil pode assumir papel de protagonismo nessa mudança. Mas, para que isso ocorra, o setor precisa, entre outras coisas, investir em inovação e aumentar sua produtividade. Além disso, o nível de informalidade entre os trabalhadores, que atinge 63% atualmente, é outro foco de preocupação.
Em sua estada na Capital, o vice-presidente da CBIC relatou algumas das propostas que a entidade está discutindo com o governo federal em diferentes áreas. No momento, uma das prioridades é o saneamento básico. Nos próximos dias, a entidade deve entregar aos ministérios das Cidades e do Planejamento uma série de proposições para melhorar a qualidade da área. “É preciso regulamentar algo que permita a realização de parcerias público-privadas (PPPs) para complementar os investimentos das empresas públicas”, define. Entre as sugestões para esse tema está a isenção de impostos, como PIS e Cofins, conforme o atingimento de metas em relação aos serviços prestados.
No Rio Grande do Sul, para que haja investimento privado em saneamento, seria necessário modificar a legislação atual, lembra o presidente do Sinduscon-RS. “Aqui, só empresa pública pode lidar com tratamento de água e esgoto e investir nisso. É uma pena, pois estamos perdendo uma bela oportunidade de melhorar o saneamento básico do Estado, que, hoje, está entre os mais deficitários do Brasil”, afirma Garcia.
16 de abril 2020
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