Em visita a Pernambuco, marcada para hoje, a presidente Dilma Rousseff deve anunciar investimentos importantes no Estado governado por Eduardo Campos (PSB), o ex-aliado que ela deve enfrentar nas urnas em 2014.

O principal anúncio deve ser a licitação da primeira fase do arco metropolitano do Recife, projeto orçado em pouco mais de R$ 1 bilhão e que pretende ligar o Litoral Norte ao Litoral Sul de Pernambuco sem passar pela capital, Recife.

Previsto inicialmente para ser executado pelo governo estadual, a obra acabou sendo “adotada” pela União. O arco pretende ligar o polo automotivo capitaneado pela Fiat, ao norte, ao Complexo Portuário de Suape, ao sul da capital.

Segundo o próprio Campos, Dilma também poderá anunciar outras duas obras de mobilidade no centro do Recife que foram inseridas no Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC.

Questionado sobre uma eventual saia justa no encontro com a presidente Dilma a quem ele tem criticado com frequência, Campos disse que estará ao lado da primeira-dama, Renata Campos, para receber a presidente no aeroporto. “A relação vai ser como sempre foi: cordial, fraterna e institucional”, disse o governador de Pernambuco.

A agenda da presidente em Pernambuco prevê visitas às obras da refinaria Abreu e Lima e ao Estaleiro Atlântico Sul. Ambos empreendimentos ficam no Complexo de Suape, localizado no município de Ipojuca, 50 km ao sul do Recife. Há a possibilidade de que Dilma e Campos conversem reservadamente.

O governador participou ontem da inauguração de uma fábrica de margarinas no município de Vitória de Santo Antão, que fica a 50 km do Recife.

Também esteve presente o ex-ministro do Desenvolvimento Luiz Fernando Furlan, que integra o conselho da companhia.

Ao lado do governador, o presidente do Conselho de Administração da BRF, Abílio Diniz, disse que “os empresários também gostam de carinho”.

Questionado, entretanto, se estaria faltando carinho aos empresários no Brasil, Diniz contemporizou: “Eu disse apenas que empresário gosta de carinho, nada além disso”.

Campos agradeceu a Furlan pelo investimento em Pernambuco e aproveitou para alfinetar o governo federal, ao registrar a queda na participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) do país.

O governador tem se aproximado do empresariado em busca de apoio para a disputa presidencial de 2014. Ele critica principalmente a falta de diálogo do Palácio do Planalto com os empresários.