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Novas ferrovias podem revolucionar o transporte de cargas no Sul do Brasil

Estados do Sul do Brasil projetam mais de 3 mil quilômetros de ferrovias. O objetivo do projeto é criar alternativas eficientes ao transporte rodoviário, que domina o cenário logístico para escoamento de cargas a granel, madeira, minérios e contêineres

Gazeta do Povo

11/04/2025 10h28 | Atualizada em 11/04/2025 10h38


Os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul planejam a ampliação da malha ferroviária e a construção de novas linhas para a transformação do modal de transporte de cargas, que é considerado fundamental para as operações logísticas e escoamento da produção via trilhos até os portos na região Sul do país.

Em Santa Catarina, o porto de Itapoá solicitou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a outorga da construção e operação de duas ferrovias no norte do estado para ligação do terminal à malha ferroviária nacional

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Os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul planejam a ampliação da malha ferroviária e a construção de novas linhas para a transformação do modal de transporte de cargas, que é considerado fundamental para as operações logísticas e escoamento da produção via trilhos até os portos na região Sul do país.

Em Santa Catarina, o porto de Itapoá solicitou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a outorga da construção e operação de duas ferrovias no norte do estado para ligação do terminal à malha ferroviária nacional.

Uma das linhas férreas prevê a conexão de Itapoá a Araquari, também no norte catarinense, pelo trajeto de 113 quilômetros de extensão. Segundo o projeto, a outra ligação por trilhos terá 83 quilômetros entre Itapoá e Morretes, no litoral do Paraná.

O porto de Itapoá movimenta mais de 70 mil contêineres por mês e realiza entre 1,6 mil e 2 mil transações diárias de carregamento de cargas em caminhões.

Com a obra de dragagem do acesso à Baía da Babitonga, lançada no último dia 22, o porto será o primeiro do Brasil a receber navios de 366 metros de comprimento com capacidade máxima, sem restrições, o vai possibilitar um aumento de até 60% na movimentação de contêineres.

“O porto possui linhas de navegação para todos os mercados do mundo, destacando-se a Ásia, sobretudo a China, além da Europa e dos EUA. Por isso, é importante a adequação de outros modais de transporte, aumentando sua capacidade, segurança e previsibilidade”, avalia o CEO do porto de Itapoá, Ricardo Arten.

O objetivo do projeto é criar alternativas eficientes ao transporte rodoviário, que domina o cenário logístico para escoamento de cargas a granel, madeira, minérios e contêineres.

Outro projeto na região Sul prevê a construção da linha férrea em um percurso de 1.549 quilômetros entre Terra Roxa (PR) e Arroio do Sal (RS).

A ligação é considerada estratégica pelo trajeto que vai do noroeste do Paraná, na divisa com o estado do Mato Grosso do Sul e próximo à fronteira com o Paraguai, até a cidade gaúcha, onde deve ser construído um novo porto com recursos federais.

No final do ano passado, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, anunciou o investimento de quase R$ 1,3 bilhão para a construção do porto de Arroio do Sal.

A construção da linha férrea foi solicitada à ANTT pela Doha Investimentos e Participações, com apoio de investidores russos, que poderá administrar a ferrovia por 99 anos. As novas estradas de ferro no Sul do país ainda não foram aprovadas pela ANTT. Após a autorização, os projetos devem avançar para o estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental para definição dos traçados e custos das obras.

Paraná prepara ampliação da Ferroeste – O Governo do Paraná adiou para 2025 o leilão do projeto de ampliação da estrada de Ferro Paraná Oeste S.A, mais conhecida como Ferroeste.

O novo traçado, com 1.567 quilômetros, vai ligar o município de Maracaju, no Mato Grosso do Sul, até o porto de Paranaguá, no litoral paranaense. Também será criado um ramal entre Foz do Iguaçu e Cascavel e a conexão com Chapecó (SC).

Após a concessão, a expectativa é que a Nova Ferroeste seja o segundo maior corredor de grãos e contêineres do país. A administração da malha paranaense é feita pela Rumo, que administra 2.039 quilômetros de ferrovias, e pela Ferroeste, uma sociedade de economia mista que opera 248,5 quilômetros de malha.

Enquanto o Brasil conta com menos de 30 mil quilômetros de ferrovias, os Estados Unidos, por exemplo, possuem uma malha ferroviária de 295 mil quilômetros. A Argentina, com território menor cerca de três vezes em comparação ao Brasil, possui uma malha ferroviária de 36,9 mil quilômetros.

Rede ferroviária brasileira é insuficiente – O sistema ferroviário brasileiro possui 29 mil quilômetros de extensão, distribuídos pelas cinco regiões do país, segundo dados do Plano Nacional de Logística (PNL). São apenas 7 mil quilômetros em plena operação, 13 mil quilômetros com baixa densidade de tráfego e 8 mil quilômetros subutilizados ou sem operação comercial. A falta de conectividade eficiente com outros modelos de transporte, também compromete a logística.

Atualmente, a Malha Sul é composta por cerca de 7 mil quilômetros de ferrovias. No Rio Grande do Sul, a malha ferroviária possui aproximadamente 3,3 mil quilômetros de extensão, dos quais cerca de 1,5 mil quilômetros estão desativados ou com operações suspensas. Santa Catarina possui 763 quilômetros de ferrovias ativas. Trechos como a Ferrovia do Contestado, que liga Porto União (SC) a Marcelino Ramos (RS), estão sem tráfego desde os anos 2000.

As novas ferrovias podem contribuir para a redução do número de caminhões nas estradas e a melhora do tráfego de veículos, como na BR-101, que conecta o Paraná a Santa Catarina.

A rodovia é um dos gargalos logísticos em nível crítico na região Sul, de acordo com o PNL. O plano nacional aponta a necessidade de estudos para a migração das cargas transportadas pela BR-101 para outras vias ou para outros modais.

Só em janeiro deste ano foram registradas 130 ocorrências nas rodovias federais de Santa Catarina, envolvendo veículos de carga, com duas mortes e 131 pessoas feridas. Na BR-101, foram 61 acidentes com caminhões, com 10 pessoas feridas, mas sem registro de mortes.

O transporte de carga acima do limite é outro problema sério nas rodovias, pois prejudica as condições das estradas e aumenta o risco de acidentes.

Em 2024, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) retirou mais de 4,7 milhões de quilos de excesso de peso de circulação. O peso extra nos veículos danifica o pavimento, causando rachaduras buracos e desníveis. O excesso de peso ainda sobrecarrega o sistema de freios e suspensão dos caminhões, comprometendo a segurança.

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