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Na crise, estradas pioram

Dos 103,3 mil quilômetros de estradas pavimentadas do País, nada menos que 60,2 mil, o equivalente a 58,3% do total, apresentam algum tipo de problema e foram classificados como em estado péssimo, ruim ou regular

O Estado de São Paulo

22/12/2016 11h30


A falta de investimentos públicos em razão da crise em que o País foi lançado nos anos finais da administração lulopetista provocou a interrupção do processo de melhoria da malha rodoviária nacional. Era um processo lento, por isso seria demorada a eliminação ou pelo menos a redução do ônus que a precariedade das rodovias vem impondo à economia e dos riscos a que se sujeitam seus usuários. Mas, nos últimos tempos, em vez de melhorar, ainda que de maneira pouco significativa, a malha, que continuava ruim, ficou pior. É o que mostra a mais recente Pesquisa CNT de Rodovias, avaliação anual da situação das estradas que vem sendo realizada há 20 anos pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

Dos 103,3 mil quilômetros de estrad

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A falta de investimentos públicos em razão da crise em que o País foi lançado nos anos finais da administração lulopetista provocou a interrupção do processo de melhoria da malha rodoviária nacional. Era um processo lento, por isso seria demorada a eliminação ou pelo menos a redução do ônus que a precariedade das rodovias vem impondo à economia e dos riscos a que se sujeitam seus usuários. Mas, nos últimos tempos, em vez de melhorar, ainda que de maneira pouco significativa, a malha, que continuava ruim, ficou pior. É o que mostra a mais recente Pesquisa CNT de Rodovias, avaliação anual da situação das estradas que vem sendo realizada há 20 anos pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

Dos 103,3 mil quilômetros de estradas pavimentadas do País, nada menos que 60,2 mil, o equivalente a 58,3% do total, apresentam algum tipo de problema e foram classificados como em estado péssimo, ruim ou regular. É um porcentual maior do que o constatado na pesquisa anterior, que classificou como deficiente 57,3% da malha examinada.

A pesquisa considerou em péssimo estado 6.487 km de estradas, ou 6,3% do total avaliado. Em porcentagem, o resultado é igual ao da pesquisa anterior. Mas aumentou a proporção de rodovias consideradas ruins, de 16,1% para 17,3% do total. Diminuiu, em contrapartida, a parcela das estradas consideradas em bom ou ótimo estado (31.158 km e 11.936 km, respectivamente), de 42,7% do total da malha em 2015 para 41,8% na pesquisa de 2016.

Outro indicador da piora das condições das estradas é o aumento dos pontos considerados críticos, nos quais o excesso de buracos ou o risco de quedas de acostamento torna o tráfego quase impossível. Eram 317 pontos na pesquisa de 2015, agora são 414, com aumento, portanto, de 27%.

Os itens avaliados na pesquisa da CNT são as condições do pavimento, a sinalização e a geometria das estradas. Boa parte das rodovias pavimentadas apresenta problemas em todos os itens. No que se refere à pavimentação, a pesquisa constatou que 48,3% estavam em estado ruim, péssimo ou regular. A sinalização apresenta algum tipo de deficiência em 51,7% das rodovias. Quanto à geometria – que inclui variáveis como traçado, alinhamento, distância de visibilidade, quantidade e largura de faixas, raios de curvas, existência ou não de acostamentos, entre outras –, quatro em cinco estradas (ou exatamente 77,9% do total) apresentam problemas.

A insuficiência de investimentos é, há vários anos, um dos principais fatores da persistência da má qualidade da malha rodoviária nacional e da infraestrutura de transporte e de logística de maneira geral. Para mostrar como tem sido lenta a expansão da malha, a CNT lembra que, entre julho de 2006 e junho de 2016, a frota nacional de veículos aumentou 110%, mas a extensão das rodovias federais cresceu apenas 11%, ou seja, um décimo do crescimento da frota. Além de insuficiente, a malha, como vêm mostrando as pesquisas das rodovias brasileiras, tem pavimento em mau estado de conservação na maior parte de sua extensão.

Há uma constatação animadora na pesquisa da CNT. Mesmo no quadro de penúria de recursos que os governos vêm enfrentando nos últimos anos, políticas públicas eficientes têm produzido resultados surpreendentemente positivos para a qualidade da rodovia e, consequentemente, para os custos dos transportes de cargas e de passageiros e para a segurança dos usuários.

Quando examinadas pelo ângulo do sistema de gestão das rodovias, constata-se uma notável diferença entre as operadas diretamente pelo poder público (governos federal e estaduais) e as concedidas à iniciativa privada. Enquanto apenas 32,9% das estradas administradas pelo governo são consideradas em estado bom ou ótimo, nas operadas por empresas privadas o índice é de 78,7%.

Não por acaso, o Estado de São Paulo, onde o programa estadual de concessões mais avançou, abriga todas as dez ligações rodoviárias consideradas as melhores do País.

 

 

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