Infraestrutura
DCI
24/05/2018 08h43 | Atualizada em 24/05/2018 14h44
Velocidade abaixo do necessário na produção de projetos de infraestrutura tem deixado cada vez mais distante a meta de obter investimentos de até R$ 8,7 trilhões entre 2018 e 2038. Para não desperdiçar o atual cenário de liquidez, e recuperar o tempo perdido, é preciso acelerar o planejamento e priorizar os ativos com maior retorno.
“É inconcebível que tenhamos demanda e liquidez dos ativos e não conseguimos ligar as pontas”, diz o sócio-diretor de governo e regulação da KPMG e coordenador-geral do projeto Infra2038, Diogo Mac Cord.
Segundo ele, para recuperar as taxas necessárias de investimento em infraestrutura
...Velocidade abaixo do necessário na produção de projetos de infraestrutura tem deixado cada vez mais distante a meta de obter investimentos de até R$ 8,7 trilhões entre 2018 e 2038. Para não desperdiçar o atual cenário de liquidez, e recuperar o tempo perdido, é preciso acelerar o planejamento e priorizar os ativos com maior retorno.
“É inconcebível que tenhamos demanda e liquidez dos ativos e não conseguimos ligar as pontas”, diz o sócio-diretor de governo e regulação da KPMG e coordenador-geral do projeto Infra2038, Diogo Mac Cord.
Segundo ele, para recuperar as taxas necessárias de investimento em infraestrutura – que tiveram redução abrupta em 2017 –, os anos de 2018 e 2019 são cruciais para produção de projetos de qualidade que possam começar a ser licitados em 2020. Isso, no entanto, está caminhando em uma velocidade inferior ao aguardado pelo mercado.
Na opinião de Mac Cord, a grande conquista do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), lançado em maio de 2016, foi o modelo de licitação e não o volume de projetos que fizeram. “As grandes empreiteiras saíram dos leilões e eles conseguiram atrair fundos e players internacionais”, diz.
Até agora, o PPI concluiu 74 projetos e ainda tem 101 em andamento, o que ainda é pouco, se comparado ao necessário para atingir em 2038 patamares de excelência em infraestrutura. “Para chegar em 2020 com investimentos na ordem de R$ 300 bilhões ao ano, o volume de projetos deve ser maior, porque não todos são viáveis. É necessário ter mais do que o que você precisa para priorizar e você só prioriza com uma carteira.”
De acordo com o levantamento do projeto Infra2038, para atingir o estoque de investimentos que o País possuía em 2016, em 2018 e 2019 seria necessário aporte na ordem de R$ 323 bilhões.
Entre os gargalos para desenvolver os projetos, ele destaca que é necessário equalizar um impasse: quem vai produzir e arcar com os custos? “O governo faz e depois licita? Ou a empresa faz, e se é escolhido o projeto ela recebe depois? Existem vários modelos, mas qual o melhor? Tal vez precisemos de todos eles, mas é necessário reorganizar”, conta.
Para ele, uma ideia seria criar uma entidade blindada de influências externas. “Hoje temos a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), mas os cargos são comissionados, ou seja, a cada quatro anos podemos ter uma mudança. Precisamos de uma visão de estado separada da do governo para conseguir um planejamento de longo prazo”. Um caso elogiado por ele é da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), onde os cargos são concursados. “Não por acaso é um setor que vai melhor”, conclui.
Além dos projetos, ele retrata como importante resolver a repactuação das concessões. “Não repactuar pode ter um custo de R$ 33 bilhões por ano na logística.”
Prioridades
Apesar de tudo, ele destaca que já há estudos em andamento atrativos e com potencial de sair do papel. “Dá para aproveitar o cenário de liquidez, mas precisamos começar agora. Existem projetos de curto prazo – ou seja, com demanda já existente – interessantes para o capital internacional, muitos do setor logístico, saneamento básico e mobilidade urbana, onde aperta mais o calo do Brasil”, explica. Na opinião dele, as áreas de energia e de telecomunicações têm um quadro um pouco mais confortável.
16 de abril 2020
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