Foi inaugurado, na tarde de ontem, o Trecho IV do Eixão das Águas e, na oportunidade, o governador Cid Gomes anunciou que o Trecho V - que liga o açude Gavião ao Porto do Pecém, através de adutora (coberto) -, estará concluído até o fim deste ano. Oinvestimento realizado na obra foi de, aproximadamente, R$ 195 milhões, sendo que Governo Federal aplicou R$ 148 milhões, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e o Governo do Estado, entrou com uma contrapartida de R$ 47 milhões. Ele também destacou que aumentará em 50% a oferta de água tratada para a população. “O Ceará possui apenas uma Estação de Tratamento de Água, com capacidade para 10 mil litros por segundo. Estamos construindo mais uma, que tratará 5 mil litros por segundo e sua obra está bastante adiantada”, revelou.

De acordo com o titular do Ministério da Integração Nacional (MI), Fernando Bezerra, a inauguração de ontem lhe deu a oportunidade de voltar na história do Ceará, para os idos de 1993. Ele lembrou que, naquela época, Fortaleza estava sofrendo com a falta d’água e o então governador, Ciro Gomes, surpreendeu a todos com o projeto do Canal do Trabalhador. “Naquele momento o Ceará deu um exemplo para o Brasil, na gestão de recursos hídricos. Isso porque entendeu que não bastava construir açudes e acumular água, mas sim fazer com que ela corra pelo Estado. Temos mais de R$ 18 bilhões em investimentos de recursos hídricos no Nordeste, e até 2014 queremos universalizar o acesso à água em todo o território nacional”, disse.

EXEMPLO
Ele afirmou, ainda, que não bastava ter o açude Castanhão - o maior açude público do País -, mas era preciso fazer a água nele acumulada andar. Destacou que o Eixão das Águas é uma obra gigantesca, com mais de 250 quilômetros de extensão, indo do Castanhão ao Porto do Pecém. “Esta obra se transformou em algo muito importante, não apenas para o Ceará, mas para todo o Brasil. Se transformou num exemplo nacional, tanto que recebeu apoio do Banco Mundial e recursos do PAC. Vale salientar que, dos 250 quilômetros de canais, Cid Gomes executou e concluiu mais de 150. É muito bom trabalhar com um governador como ele, pois as obras saem e os prazos de conclusão se encurtam”, destacou Fernando Bezerra.

O governador Cid Gomes ressaltou que o projeto foi elaborado por técnicos da Secretaria de Recursos Hídricos há 20 anos, pois o Ceará tem uma concentração de chuvas em apenas três, quatro ou cinco meses por ano. “Para piorar, a gente enfrenta, às vezes, de um a quatro anos de invernos irregulares. Então se percebeu que a construção de açudes como o Pacoti, o Riachão e o Gavião não atenderia à demanda da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), que praticamente dobrou nos últimos anos. Era preciso um reservatório maior e foi feito o Castanhão. Foi preciso fazer essa água correr pelo Estado e houve muitos percalços durante essa obra. Mas ela está prestes de ser concluída”, asseverou Cid.

TRANSPOSIÇÃO
Ele lembrou que a transposição das águas do rio São Francisco ampliará a oferta de água no Ceará, chegando a Jati, depois ao Castanhão e à RMF. Com isso, a região central e mais a Leste do Ceará ficará bem servida de recursos hídricos. “Mas ao Norte e Oeste, para o lado do Piauí, ainda enfrentará problemas. Então, a mesma água que chegar a Jati, descerá por gravidade para o Cariri cearense e, na sequência, cortará a região Norte do Estado, chegando até Acaraú. Este projeto é mais ambicioso, passará para outros governos – que deverão fazer a sua parte -, mas garantirá a segurança hídrica de todo o Ceará”, advertiu Cid.

O Trecho IV é composto por cerca de 33,8 quilômetros de canais abertos; 2,9 quilômetros de sifões; 1.075 metros de túneis, e um aqueduto de 110 metros, sobre o Canal do Trabalhador. Ele vem do açude Castanhão, passa por diversos municípios e chega ao açude Gavião, na RMF. O deputado federal Danilo Forte, o secretário de Recursos Hídricos Daniel Sanford e o secretário de Infraestrutura Hídrica do MI, Francisco Teixeira, também ressaltaram a importância da obra. “Com este volume que chegará à Região Metropolitana de Fortaleza, a oferta de água bruta para o Porto do Pecém, que hoje é de 1.500 litros por segundo, passará a receber mais 3.500 litros por segundo, ou seja, triplicará, para atender a todos os empreendimentos estruturantes que estão se instalando ali”, concluiu Cid Gomes.