O FI-FGTS, fundo de investimento em infraestrutura do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviços),aprovou a lista de projetos do BNDES que receberão recursos do fundo.

A decisão, tomada em reunião do comitê de investimento do fundo nesta quarta-feira (15), era a última etapa a ser cumprida para a transferência de dinheiro ao banco público.

O BNDES apresentou uma lista que demandaria empréstimos de cerca de R$ 13 bilhões, mas o grupo reduziu os empreendimentos para que o repasse ficasse limitado aos R$ 10 bilhões previstos inicialmente, segundo apurou a Folha.

Os projetos encaminhados ao comitê já foram contratados pelas empresas no BNDES. Os recursos, assim, serão usados para dar continuidade às obras.

Cerca de R$ 6 bilhões serão destinados a projetos de energia e rodovia —ou 60% do valor que será repassado.

Para a seleção dos projetos, o comitê do FI-FGTS utilizou como critério o andamento da obra e o número de empregos associados ao empreendimento.

No caso dos projetos de energia e rodovia, optou-se por manter na lista apenas aqueles com execução de até 50% da obra até o momento.

Por isso, os pedidos de recursos para a Triunfo Transbrasiliana, que tem concessão de rodovia, e para a hidrelétrica de Santo Antônio foram negados, apurou a Folha.

A Caixa Econômica Federal, que administra o FI-FGTS, passará a acompanhar os projetos e uso dos recursos.

Com a transferência ao BNDES, o fundo terá agora cerca de R$ 5 bilhões para investir.

RENTABILIDADE

Em 2014, o FI-FGTS investiu em cinco novos projetos, nos segmentos de energia, rodovia, hidrovia, porto e saneamento. Os valores aprovados para desembolso somaram R$ 3,1 bilhões.

O fundo fechou o ano passado com rentabilidade de 7,05%, desempenho inferior ao de 2013, quando obteve rentabilidade recorde de 8,22%.

Nos próximos meses, deve ser aprovada a criação de um fundo, atrelado ao FI-FGTS, na qual os trabalhadores poderão aplicar até 30% do saldo do fundo de garantia.

O governo ainda analisa qual a melhor forma de constituir o novo fundo. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) alertou que seria necessária uma mudança na lei atual, mas o governo discorda.