Infraestrutura
Gazeta do Povo - PR
08/11/2012 08h10
O pacote de concessões de rodovias lançado há pouco mais de dois meses pelo governo federal ainda não convenceu os empresários, que vem reforçando o lobby junto ao governo para flexibilizar algumas exigências previstas no programa, como os prazos para a realização das obras. O principal descontentamento estaria na regra de executar 60% dos investimentos – R$ 23,5 bilhões do total de R$ 42 bilhões previstos – nos primeiros cinco anos.
O ministro dos Trans¬portes, Paulo Sérgio Passos, chegou a se reunir com 15 potenciais investidores do setor de rodovias para explicar as regras. O governo estaria preocupado com o pouco entusiasmo demonstrado até agora entre os grandes grupos do setor na disputa pelos projetos.
“Há uma preoc
...O pacote de concessões de rodovias lançado há pouco mais de dois meses pelo governo federal ainda não convenceu os empresários, que vem reforçando o lobby junto ao governo para flexibilizar algumas exigências previstas no programa, como os prazos para a realização das obras. O principal descontentamento estaria na regra de executar 60% dos investimentos – R$ 23,5 bilhões do total de R$ 42 bilhões previstos – nos primeiros cinco anos.
O ministro dos Trans¬portes, Paulo Sérgio Passos, chegou a se reunir com 15 potenciais investidores do setor de rodovias para explicar as regras. O governo estaria preocupado com o pouco entusiasmo demonstrado até agora entre os grandes grupos do setor na disputa pelos projetos.
“Há uma preocupação, por parte das empresas, com questões como a exigência de que todos os trechos tenham de estar duplicados em até cinco anos e com a permissão de que o pedágio passe a ser cobrado depois de 10% das obras de duplicação terem sido concluídas”, diz o presidente da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR), Moacyr Duarte.
Com a exigência, o governo busca evitar as dores de cabeça que teve, por exemplo, com a OHL, vencedora de cinco dos sete lotes de rodovias concedidas em 2007 – incluindo Fernão Dias e Régis Bittencourt. Até hoje, a regra para o início da cobrança de pedágio era a execução de “serviços iniciais” nos seis primeiros meses de contrato, um trabalho que se resumia a pouco mais do que a poda de vegetação e um tapa-buracos. Os principais investimentos da empresa espanhola ainda não saíram do papel.
As empresas do setor evitam fazer comentários sobre as negociações, mas tudo indica que o governo tem disposição para alterar algumas regras. “O governo já dá sinais de que deve rever algumas restrições. Cobrar pedágio só depois de 10% das duplicações realizadas nas rodovias, por exemplo, pode encarecer a tarifa para o usuário”, diz o empresário Joel Malucelli, presidente do grupo J.Malucelli, que atua na área de concessões e planeja entra na briga pelos próximos leilões.
O governo tem pressa em fechar as regras para poder iniciar as licitações ainda este ano – o leilão da BR-116 em dezembro e o da BR-040, em janeiro, ambas em Minas Gerais. Os sete lotes restantes serão licitados em abril de 2013. O resultado do leilão dos dois lotes deve servir de “termômetro” para as demais licitações.
Leilão - Acompanhe os lotes que deverão ser ofertados dentro do pacote de infraestrutura lançado pelo governo em agosto:
1 – BR-101, na Bahia.
2 – BR-262, entre Espírito Santo e Minas Gerais.
3 – BR-153, entre Tocantins e Goiás.
4 – BR-050, entre Goiás e Minas Gerais.
5 – BR-163, no estado do Mato Grosso.
6 – BRs 163, 262 e 267, no Mato Grosso do Sul.
7 – BR-060, entre o Distrito Federal e Goiás, BR-153, entre Goiás e Minas Gerais, e BR-262, em Minas Gerais.
8 – BR-116, em Minas Gerais.
9 – BR-040, entre o Distrito Federal e os estados de Goiás e Minas Gerais.
Projetos pedem ambiente mais confiável para investimentos. Com restrições orçamentárias, o governo depende do capital privado para os investimentos em transporte e energia R$ 2 trilhões até 2032. Para isso, porém, terá de criar um ambiente mais favorável ao setor privado.
O último “recado errado” veio em setembro, das mudanças regulatórias nas concessões de energia que vencerão até 2017, impondo retornos menores aos controladores. O “choque” derrubou as ações do setor em até 30% no dia do anúncio das mudanças e, até hoje, as empresas acumulam uma perda de mais de R$ 20 bilhões no valor em Bolsa.
16 de abril 2020
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