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Ecorodovias negocia espólio gerado pela Operação Lava-Jato

Valor Online

21/05/2015 02h08 | Atualizada em 21/05/2015 13h17


Após perder os leilões de concessão de aeroportos, a Ecorodovias negocia sua entrada como acionista minoritária, mas com uma parcela expressiva, na sociedade responsável pela operação do aeroporto internacional Juscelino Kubitschek (DF) - o segundo mais movimentado do país em número de passageiros. O grupo de infraestrutura logística decidiu fazer uma ofensiva para aproveitar a queima de ativos por empreiteiras envolvidas na operação Lava-Jato. A Ecorodovias também pretende fazer oferta pela fatia da UTC no aeroporto de Viracopos (SP), mas esse ativo não foi posto efetivamente à venda, apesar dos rumores.

Ela tinha interesse ainda nos 24,4% do grupo OAS na Inve

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Após perder os leilões de concessão de aeroportos, a Ecorodovias negocia sua entrada como acionista minoritária, mas com uma parcela expressiva, na sociedade responsável pela operação do aeroporto internacional Juscelino Kubitschek (DF) - o segundo mais movimentado do país em número de passageiros. O grupo de infraestrutura logística decidiu fazer uma ofensiva para aproveitar a queima de ativos por empreiteiras envolvidas na operação Lava-Jato. A Ecorodovias também pretende fazer oferta pela fatia da UTC no aeroporto de Viracopos (SP), mas esse ativo não foi posto efetivamente à venda, apesar dos rumores.

Ela tinha interesse ainda nos 24,4% do grupo OAS na Invepar, controladora de Guarulhos (SP), mas vê chances reduzidas de sucesso porque a canadense Brookfield saiu na frente. Disposta a entrar no próximo leilão de concessões no setor, a Ecorodovias ficou de mãos abanando nas duas primeiras rodadas. Em 2012, com a alemã Fraport, deu o segundo melhor lance pelo aeroporto de Guarulhos. No fim de 2013, repetiu a dobradinha e era considerada favorita pelo na disputa do Galeão (RJ), mas novamente fez a segunda melhor proposta e acabou desbancada pela Odebrecht Transport.

Agora, com a Lava-Jato, surgiu uma oportunidade de entrar finalmente no setor - independentemente da terceira rodada de concessões aeroportuárias em estudo pelo governo, que inclui três terminais: Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC) e Salvador (BA). A negociação com mais chances de prosperar envolve uma espécie de "triangulação" para entrar na Inframérica.

Essa concessionária é dona dos aeroportos de Brasília e de São Gonçalo do Amarante (RN). Atualmente, o controle da Inframérica é dividido entre a argentina Corporación América e o grupo brasileiro Engevix, que teve um de seus sócios detidos pela Polícia Federal. Na semana retrasada, a Engevix acertou a venda de sua parte na concessionária aos sócios argentinos, por um valor em torno de R$ 400 milhões. A concretização da venda depende do aval da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O Valor apurou que a agência reguladora, mesmo sem ter sido comunicada formalmente da transação, não faz objeções ao negócio. A interpretação preliminar da Anac é de que somente a Corporación América não poderia sair do consórcio, pois há uma cláusula no contrato de concessão exigindo a presença de grupo com experiência em operar aeroportos com mais de cinco milhões de passageiros/ano, mas não há empecilhos à saída da Engevix.

Uma vez dadas todas as autorizações dos órgãos governamentais, os argentinos podem ficar com ligeira maioria na sociedade - o que lhes permitiria consolidar os ativos em seus balanços financeiros - e transferir até 49% do capital da Inframérica à Ecorodovias. A Corporación América diz que tem conversado com potenciais parceiros, mas não entra em detalhes sobre conversas com nenhum especificamente e ressalta que se concentra em concluir a compra da participação da Engevix.

A parte da Engevix estava sendo vendida por cerca de R$ 400 milhões, mas aproximadamente metade desse valor se referia a dívidas do grupo com a Corporación América, por investimentos feitos nos aeroportos. Os argentinos, além do interesse em tornar-se majoritários no negócios, tinham direito de preferência das ações garantido em contrato - essa é uma das razões pelas quais a Engevix tratou de não ter negociado diretamente com a Ecorodovias. A Inframérica tem 100% de participação em São Gonçalo do Amarante e 51% em Brasília, onde o resto da propriedade ficou nas mãos da Infraero.

Uma mudança societária pode ocorrer também no aeroporto de Viracopos. Em crise e no epicentro do escândalo da Petrobras, a UTC pretende se desfazer de sua participação no terminal, cujas obras estão mais de um ano atrasadas. O consórcio que administra Viracopos é formado pela UTC (45%), pela Triunfo (45%) e pela operadora francesa Egis (10%). À margem da Lava-Jato, que não envolveu a CR Almeida, fundada pelo empreiteiro paranaense Cecílio do Rego Almeida e sua controladora, a Ecorodovias tirou pouco proveito dos últimos leilões de concessões federais.

Além de perder disputas por aeroportos, o grupo não arrematou nenhuma rodovia, onde tem atuação mais forte - já administra várias estradas paulistas, como o sistema Anchieta-Imigrantes e o corredor Ayrton Senna-Carvalho Pinto, e o trecho da BR-101 no Espírito Santo. A postura de cautela da Ecorodovias nos leilões, que foi bem vista por analistas de mercado, só tornou-se mais agressiva no leilão da Ponte Rio-Niterói, em março, quando ofereceu deságio de 36,6% sobre a tarifa-teto e venceu o certame. O novo contrato de concessão da ponte foi assinado ontem, em cerimônia no Palácio do Planalto, com duração de 30 anos. A Ecorodovias terá que fazer investimentos de R$ 3,3 bilhões.

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