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Dnit acredita em continuação das obras da Rodovia do Parque

Cerca de 60% dos serviços previstos para a construção da BR-448 já haviam sido executados até o começo de novembro

Jornal do Comércio/RS

22/11/2012 10h12


Apesar de recente sugestão do Tribunal de Contas da União (TCU) de suspensão dos recursos federais para a construção da BR-448, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Estado não acredita que as obras sejam paralisadas. O relatório do TCU indicou que nos três contratos da Rodovia do Parque houve superfaturamento, decorrente de itens pagos em duplicidade, de preços excessivos frente ao mercado, de quantitativo inadequado e de reajustamento irregular. “Esta é a obra mais importante no Rio Grande do Sul. Essa obra não pode parar, e estamos trabalhando para isto”, afirma o superintendente regional do Dnit, Pedro Luzardo Gomes.

Cerca de 60% dos serviços previstos para a construção da BR-448 já haviam sido ex

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Apesar de recente sugestão do Tribunal de Contas da União (TCU) de suspensão dos recursos federais para a construção da BR-448, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Estado não acredita que as obras sejam paralisadas. O relatório do TCU indicou que nos três contratos da Rodovia do Parque houve superfaturamento, decorrente de itens pagos em duplicidade, de preços excessivos frente ao mercado, de quantitativo inadequado e de reajustamento irregular. “Esta é a obra mais importante no Rio Grande do Sul. Essa obra não pode parar, e estamos trabalhando para isto”, afirma o superintendente regional do Dnit, Pedro Luzardo Gomes.

Cerca de 60% dos serviços previstos para a construção da BR-448 já haviam sido executados até o começo de novembro. O valor atual estimado para concluir o empreendimento é de R$ 996,3 milhões. A obra está prevista para ser terminada entre o final de 2013 e o início de 2014. No começo de novembro, mais de mil pessoas trabalhavam no complexo. A BR-448 será uma rodovia de pista dupla, começando no entroncamento com as BR-116 e RS-118 (Sapucaia do Sul) e acabando no entroncamento com a BR-290 (Porto Alegre), em uma extensão de 22,34 quilômetros. Existe ainda a possibilidade de a estrada ser estendida até a RS-240, nas proximidades do município de Portão. A licitação realizada em Brasília indicou o consórcio Magna/Enecon para fazer o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental, com determinação de traçado, para a definição da expansão.

A ordem de serviço para o início da construção da Rodovia do Parque foi dada em setembro de 2009. O empreendimento foi fragmentado em três lotes. O primeiro está sendo feito pelas companhias Sultepa e Toniolo Busnello, o segundo pela Construcap e Ferreira Guedes, e o terceiro pela Queiroz Galvão, OAS e Brasília-Guaíba. O primeiro tem uma extensão de 9,14 quilômetros, o segundo de 5,3 quilômetros e o terceiro de 7,9 quilômetros. O lote 1 contará com duas faixas de rolamento, e o 2 e 3, com três faixas. O consórcio gerenciador da BR-448 é formado pelas empresas Enecon e STE. Para finalizar a estrada, será necessário deslocar algumas famílias que vivem na região. Conforme a assessoria de imprensa da prefeitura de Canoas, até o começo de outubro, das 599 famílias cadastradas para serem realocadas, 182 já haviam deixado a área onde está sendo implementada a rodovia.

O processo de remoção acompanha os avanços da obra da estrada. Outro processo de liberação de área é o de desapropriação em que as pessoas têm a posse do imóvel em questão. Iniciado com uma projeção de expropriar 149 áreas – identificadas no começo do projeto da Rodovia do Parque – o programa chegou ao final com um total de 143 processos. Deste montante, 127 já estão encerrados, chegando à marca de 89% de acordos fechados. No total, o Dnit pagou aos proprietários dessas áreas R$ 65,1 milhões em indenizações. Para o superintendente do Dnit, este resultado só foi possível devido à oportunidade de dialogar frente a frente com as partes. Gomes reforça que os mutirões conciliatórios promovidos pela Justiça Federal foram uma iniciativa que deu certo.

O integrante do Laboratório de Sistemas de Transportes (Lastran) da Ufrgs e doutor em transporte João Fortini Albano salienta que a BR-448 será uma opção de deslocamento na Região Metropolitana de Porto Alegre e uma alternativa para o transporte de cargas que tenham como destino ou origem o porto do Rio Grande. Ele acrescenta que a perspectiva de que o traçado da rodovia seja expandido até o município de Portão, na RS-240, permitirá absorver parte do fluxo de cargas da Serra gaúcha. “Então, ela vai progressivamente se tornando cada vez mais importante”, adianta Albano.

Apesar da relevância da Rodovia do Parque, o especialista também enfatiza que é necessário fazer a ampliação da freeway, da ponte do Guaíba até a intersecção com a BR-116, em uma primeira etapa, e, em uma segunda fase, até Gravataí. A ação facilitaria o atendimento do aumento do tráfego com a BR-448. Outra sugestão de Albano é de que a linha 1 da Trensurb seja “enterrada” desde Canoas, acabando com a segregação que a estrutura provoca hoje nessa cidade. Além disso, essa medida possibilitaria o alargamento da BR-116 e da avenida Castelo Branco. “É claro que isso acarreta custos, entretanto, os benefícios seriam monumentais”, afirma o professor do Lastran.

Ciergs defende terceira pista na BR-116 e extensão da BR-448

Um dos maiores méritos da BR-448 é que a rodovia será uma opção para os veículos que circulam pela BR-116, um dos principais eixos de movimentação na Região Metropolitana de Porto Alegre. “É o maior gargalo logístico do Estado, porque temos 130 mil veículos por dia deslocando-se na BR-116”, comenta o diretor do Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Ciergs), Ricardo Portella Nunes.

Ele salienta que existem pessoas que preferem não trafegar mais pela BR-116, devido aos congestionamentos e à perda de tempo. Isso implica negócios não concluídos e prejuízo econômico, reitera o dirigente. “A sociedade gaúcha está pagando por não ter esse assunto resolvido”, alerta. Nunes acrescenta que a estimativa é de que a BR-448 tenha um tráfego inicial de 40 mil veículos por dia.

Para o diretor do Ciergs, são necessárias duas outras ações para “desgargalar” a BR-116. “A primeira delas, e tão importante quanto a BR-448, é fazer o projeto de uma terceira pista da BR-116, de Porto Alegre até Estância Velha”, projeto que o Dnit já avalia e que tem um custo em torno de R$ 300 milhões. O outro empreendimento é a RS-010 (entre a BR-290, em Porto Alegre, e a RS-239, em Sapiranga).

Segundo Nunes, é fundamental fazer concessões ou Parcerias Público-Privadas, pois os governos, comprometidos com outros gastos, não têm capacidade para investir. “A política do Rio Grande do Sul é extremamente atrasada, temos um problema sério nessa área, cada vez que se inventa um investimento privado, vêm 500 pedras contra”. Ele também aponta como importante o prolongamento da BR-448 até Portão, o que permitiria a ligação de Caxias do Sul a Porto Alegre, sem passar pela BR-116.

Ponte estaiada, um dos destaques do complexo, avança

Uma das obras que chama mais a atenção dentro do projeto da BR-448, a ponte estaiada sobre o rio Gravataí, até o início de novembro estava com 30% dos serviços realizados. Entre as ações que foram e estão sendo feitas para realizar esse empreendimento, estão a cravação de estacas, a execução dos blocos de fundação e a concretagem das travessas. Na sequência, será a vez dos trabalhos de elevação das torres de onde partirão os estais (cabos de aço) de sustentação. As estruturas estão com 42 metros de altura e, quando concluídas, chegarão a 65 metros. A pista da ponte estaiada ficará 25 metros acima do nível do rio. Quando concluída, ela terá 268 metros de extensão e 36,4 metros de largura.

O diretor do Ciergs, Ricardo Portella Nunes, concorda que a obra da ponte estaiada é “espetacular”. Ele recorda que, atualmente, o viaduto estaiado que permite o acesso à Unisinos, em São Leopoldo, é a única estrutura similar no Estado, contudo, não possui o porte desse novo complexo. Ele ressalta ainda que o viaduto que será construído na avenida Bento Gonçalves, na capital gaúcha, também será estaiado.

O professor do Lastran da Ufrgs e doutor em transporte João Fortini Albano argumenta que em diversos setores, como na arquitetura e na engenharia, existem tendências. “Atualmente, é uma tendência moderna usar a solução da ponte estaiada, por se tratar de uma estrutura mais leve, mais rápida de ser realizada, e com uma bela estética, que compensa os custos mais elevados”, aponta Albano.

Para o Sicepot-RS construção de rodovias está 15 anos atrasada

“A BR-448 vai melhorar as condições de trânsito, mas já está atrasada, é sempre assim, estamos pelo menos uns 15 anos atrasados.” O lamento é do presidente do Sindicato da Indústria da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral no Estado do Rio Grande do Sul (Sicepot-RS), Nelson Sperb Neto. O dirigente sindical ressalta que o País precisa ampliar e acelerar os investimentos que realiza em logística.

De acordo com Sperb Neto, é necessário fazer ações complementares à construção da Rodovia do Parque, como a conclusão da duplicação da RS-118 (que liga Sapucaia do Sul a Viamão) e a execução da RS-010. O presidente do Sicepot-RS reitera também que esses empreendimentos também estão demorando demais.

No entanto, Sperb Neto acredita que a União deverá intensificar, no futuro, o volume de recursos aplicados em obras de infraestrutura. “O setor da construção pesada precisa se preparar para a explosão de investimentos em infraestrutura que deverá acontecer”, garante ele. “O governo federal está se preparando para aplicar o que precisa ser investido”, antecipa Sperb Neto. Ele defende que a iniciativa privada precisa fazer parte desse programa, através de parcerias, dos aportes em rodovias planejados pelo governo federal.

Essa perspectiva de investimentos para os próximos anos deve beneficiar inclusive a expansão da BR-448, acredita ele. “Isso é importante, porque qualquer ação nessa região melhorará esse caos que está hoje”, comenta o dirigente sindical. O presidente do Sicepot-RS acredita que muitos caminhões utilizarão a Rodovia do Parque. Por isso, ele adverte para a necessidade de fiscalização para evitar o excesso de peso desses veículos. Se não houver esse cuidado, essa movimentação de cargas pesadas poderá comprometer a vida útil dessa nova estrada.

O presidente do Sicepot-RS também alerta para o acréscimo de fluxo de pessoas em uma das pontas da BR-448, que deverá acontecer com o início do funcionamento da Arena gremista. Sperb Neto acredita que haverá dificuldades de trânsito nos arredores do estádio e defende que é preciso pensar em uma solução que atenda à concentração de cerca de 60 mil pessoas, que acontecerá em determinados momentos dos jogos de futebol.

 

 

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