Infraestrutura
Mobilize Brasil
14/08/2012 09h16 | Atualizada em 15/08/2012 13h02
O sistema BRT Transoeste, que recentemente entrou em funcionamento no Rio de Janeiro, realmente melhorou bastante o deslocamento de passageiros da Barra da Tijuca para Santa Cruz, ponto final da linha. Na semana passada (7), tive a experiência de utilizar pela primeira vez o serviço e pude comprovar sua eficácia. A viagem, de fato, é rápida e muito confortável.
O ponto inicial do BRT Transoeste, no Terminal Alvorada (Barra da Tijuca), é um local que concentra linhas para praticamente todos os pontos da cidade e que, no momento, passa por obras. Segundo a Secretaria Municipal de Obras do Rio de Janeiro (SMO), tais intervenções são, sobretudo, para receber os futuros BR
...O sistema BRT Transoeste, que recentemente entrou em funcionamento no Rio de Janeiro, realmente melhorou bastante o deslocamento de passageiros da Barra da Tijuca para Santa Cruz, ponto final da linha. Na semana passada (7), tive a experiência de utilizar pela primeira vez o serviço e pude comprovar sua eficácia. A viagem, de fato, é rápida e muito confortável.
O ponto inicial do BRT Transoeste, no Terminal Alvorada (Barra da Tijuca), é um local que concentra linhas para praticamente todos os pontos da cidade e que, no momento, passa por obras. Segundo a Secretaria Municipal de Obras do Rio de Janeiro (SMO), tais intervenções são, sobretudo, para receber os futuros BRTs que estão em construção e farão conexões no local para diversas outras localidades. É o caso das linhas expressas Transcarioca e Transolímpica, além da Transbrasil, que sairá do papel a partir de junho de 2013.
Porém, apesar da boa operação da linha Transoeste, o trajeto do centro da cidade até o Terminal Alvorada apresenta os velhos e recorrentes problemas: congestionamento, desorganização no Terminal Central do Brasil e muito tempo perdido dentro do ônibus. Nos horários de pico, há usuários já reclamando da superlotação.
Trajeto até o Terminal Alvorada
No trajeto que realizei, optei por descer um pouco antes, na estação Magarça, e de lá peguei o ônibus expresso (integrado) para a estação Pedra de Guaratiba, onde mora o meu pai. A Pedra de Guaratiba ainda não integra o sistema BRT.
Mas voltando ao BRT. Para quem mora no centro da cidade, caso deste repórter, uma das maneiras de se chegar ao Terminal Alvorada é partindo do Terminal Procópio Ferreira, mais conhecido como Central do Brasil, um dos principais terminais rodoviários do Rio de Janeiro. E, de preferência, embarcando em algum ônibus que faça o trajeto pela Linha Amarela. Inaugurada em 1997, a Linha Amarela é uma via expressa, denominada oficialmente como avenida Governador Carlos Lacerda, que elimina a necessidade de transitar pela zona sul. Sua construção ganhou impulso com os engarrafamentos na própria zona sul, zona norte e avenida Brasil.
Cheguei, então, às 11h40, aos boxes das linhas com destino ao Terminal Alvorada. Lá fui informado de que não havia nenhum ônibus que fazia o trajeto pela Linha Amarela que me levasse para dentro do Terminal Alvorada. O único possível, em função de mudanças operacionais, me deixaria do lado de fora da Alvorada, e eu teria que caminhar de 10 a 15 minutos até o interior do Terminal. Embarquei nesse mesmo, o 315 Central-Recreio dos Bandeirantes, Via Linha Amarela, já que outras opções, os ônibus que fazem o trajeto pela zona sul, por dentro da cidade, teriam o dobro do tempo de viagem. A Rio Ônibus, administradora do Terminal Alvorada, informa que estão sendo reformados os acessos para que as linhas, inclusive a 315, voltem em breve a entrar no Terminal.
Já dentro do ônibus, percebi o reflexo da má organização do Terminal. Foram cerca de 10 minutos do ônibus só manobrando, com os veículos todos enfileirados e estacionados muito próximos uns dos outros. Eram 11h52 quando saímos. Ao longo do caminho, além do congestionamento de praxe, pude observar muitos moradores de rua debaixo de viadutos e o mau cheiro de esgoto em vários locais. O passageiro Carlos Ferreira Batista, 51 anos, marceneiro, resumiu perfeitamente nossa viagem: “É como se tivéssemos que atravessar o purgatório para chegar ao paraíso”, disse ele. Apesar de irmos pela Linha Amarela, o tempo de viagem durou 1h10.
Porém, de acordo com a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), daqui a mais ou menos um ano haverá outras opções mais eficazes e rápidas de deslocamento do centro da cidade para o Terminal Alvorada. Na possibilidade mais próxima de se concretizar, o passageiro poderá embarcar no trem da Central do Brasil até o bairro Madureira e de lá fazer o transbordo para o BRT Transcarioca, que irá até a Alvorada. Já a nova linha 4 do metrô ligará a zona sul à Barra da Tijuca de forma dinâmica. Mas sua inauguração está prevista somente para dezembro de 2015.
Inaugurado no dia 6 de junho, o túnel da Grota Funda também é um dos responsáveis pela atual diminuição do tempo de viagem. O novo túnel, batizado com o nome do ex-vice-presidente José Alencar, conta com uma pista em cada sentido para ônibus articulados, além das duas pistas para veículos de passeio. Com 1.100 metros de extensão, a via liga os bairros de Guaratiba e Recreio dos Bandeirantes.
Chegada ao Terminal BRT
Dando sequência à viagem, desci do ônibus, caminhei quase 15 minutos até o Terminal Alvorada e encontrei o Terminal BRT, todo bonito, funcionando a pleno vapor. Em uma máquina prática e moderna, coloquei crédito em meu cartão Bilhete Único Carioca, que me dá o direito de fazer duas viagens pelo preço de uma, por R$ 2,75. Passei pela roleta e logo parou em minha frente um ônibus articulado BRT, da linha expressa, maior e mais confortável do que os demais em circulação na cidade.
Saímos da estação às 13h06. Apenas 30 minutos depois, desembarquei na estação Magarça para fazer o transbordo para a Pedra de Guaratiba, meu local de destino. O primeiro ônibus a chegar, para meu azar, estava com o leitor de cartão magnético quebrado. Esperei o segundo e uns 15 minutos depois estava em meu destino. Na estação Magarça, observei que a integração está sendo feita por ônibus convencionais. Mas, conforme informações da SMTR, as linhas de integração BRT entrarão em funcionamento nos próximos dias no local; e que em breve todas as estações terão seus próprios ônibus para integração.
Mas nem tudo funciona às mil maravilhas no BRT. É o que afirma o construtor civil Adilson dos Santos Firmino, 47 anos, usuário diário da linha Transoeste e do transbordo para o bairro de Sepetiba: “Nos horários de pico, o ponto de ônibus fica lotado, com filas e muitas pessoas aguardando. Isso está prejudicando bastante”, disse Adilson. Sobre isso, a SMTR esclarece que a frota desta linha está sendo aumentada gradativamente. Iniciou com quatro veículos, hoje totaliza 13 carros e nas próximas semanas totalizará 17 no terminal.
A conclusão desta experiência é que o tempo do percurso da Barra da Tijuca para a Pedra de Guaratiba cai pela metade utilizando o BRT. Mas de nada adianta tamanha praticidade se os mesmos problemas de sempre seguem ocorrendo no trajeto do Centro da cidade até a Barra da Tijuca. É preciso uma solução imediata para isso, e não somente para daqui a um ano.
16 de abril 2020
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