P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR
Infraestrutura
Voltar

Infraestrutura

Atraso nas concessões retarda a recuperação

O programa de concessões de obras de infraestrutura está atrasado.

Valor

09/05/2013 11h06


As concessões das rodovias vão ficar para o segundo semestre, e as das ferrovias, para o próximo ano. Essa é uma péssima notícia. O programa é uma das mais esperadas iniciativas do governo não só para eliminar os antigos gargalos do desenvolvimento que prejudicam a competitividade da produção nacional como também para deslanchar a economia, que mal sai do lugar há dois anos.

O governo tentou minimizar o estrago ao lembrar que a modernização da infraestrutura brasileira não recebe investimentos importantes desde a década de 1980. A uma plateia de empresários reunidos nesta semana na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o presidente da Empresa Brasileira de Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, disse que as conc

...

As concessões das rodovias vão ficar para o segundo semestre, e as das ferrovias, para o próximo ano. Essa é uma péssima notícia. O programa é uma das mais esperadas iniciativas do governo não só para eliminar os antigos gargalos do desenvolvimento que prejudicam a competitividade da produção nacional como também para deslanchar a economia, que mal sai do lugar há dois anos.

O governo tentou minimizar o estrago ao lembrar que a modernização da infraestrutura brasileira não recebe investimentos importantes desde a década de 1980. A uma plateia de empresários reunidos nesta semana na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o presidente da Empresa Brasileira de Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, disse que as concessões estão atrasadas "3 meses e 30 anos".

Exatamente por isso a paciência está curta, embora se reconheça que a tarefa não é trivial. Calcula-se que para superar os gargalos da infraestrutura e poder competir internacionalmente, o país precisa investir de R$ 500 bilhões a R$ 600 bilhões - e em curto espaço de tempo, porque, se demorar, tudo ficará defasado novamente.

Depois de tentar avançar por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e tropeçar em atrasos, corrupção, dificuldades técnicas e financeiras, o governo se deu conta de que não teria condições de atualizar a infraestrutura do país sozinho e resolveu atrair a iniciativa privada por meio das concessões. Com esse objetivo nasceu o Programa de Investimento e Logística (PIL), em agosto do ano passado, quando surgiu também a EPL, para articular e preparar as ações, inspirada no Geipot, criado no governo militar e liquidado em 2002.

O programa tem a meta de investir R$ 242 bilhões em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Não é o valor necessário para zerar os problemas, mas foi considerado um bom começo. O calendário também foi considerado ambicioso. Entusiasmado com as concessões dos aeroportos de Viracopos, Guarulhos e Brasília, o governo previa o leilão do Galeão e Confins para logo após as eleições estaduais, em novembro. Pouco depois viu-se que as regras precisavam ser aperfeiçoadas e esses leilões acabaram ficando para setembro deste ano, perigosamente perto da Copa do Mundo, quando a demanda de passageiros deverá aumentar consideravelmente. No caso dos portos, as discussões estão no Congresso. A Medida Provisória teve nada menos do que 645 emendas, várias questões já foram resolvidas, mas ainda há muitas divergências e ela precisa ser votada até a próxima semana.

Nas rodovias e ferrovias, prometia-se grande movimentação em meados deste ano. As rodovias BR 040 e BR 116 já estavam com a licitação em andamento quando o PIL foi lançado e, portanto, eram favas contadas. Os editais saíram no prazo previsto, entre dezembro e janeiro, mas erros técnicos exigiram que fossem refeitos, de modo que "virão mais para a frente", disse Figueiredo. Os editais dos outros sete lotes deveriam ter sido apresentados em março, mas isso só deve ocorrer em julho ou agosto, com quatro a cinco meses de atraso. O prazo para as propostas era de 30 dias e foi ampliado para 60 dias, o que empurrou a data prevista para o leilão para "a partir de setembro", mais provavelmente outubro ou novembro.

No caso das ferrovias, a expectativa inicial era realizar parte dos leilões no mês passado e outra parte em junho, com assinatura dos contratos em julho e setembro, respectivamente. Até o Ferroanel que imaginava-se que estava bem adiantado trouxe problemas. A EPL acredita que ainda conseguirá divulgar o edital e realizar o leilão de alguns trechos de ferrovias no segundo semestre e "alguma coisa pode ficar para 2014", disse seu presidente.

O governo foi surpreendido negativamente por uma série de problemas técnicos que provocaram os atrasos. Houve falhas na modelagem dos projetos. A superestimação de tráfego e hipóteses otimistas demais para a atividade econômica estiveram na origem de várias delas. O governo teve que rever várias condições tanto nas rodovias como nas ferrovias, voltando atrás em exigências irreais, para oferecer melhor retorno e conseguir atrair o investidor privado. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou ontem que a taxa interna de retorno das rodovias foi aumentada de 5,5% para 7,2% e ficará entre 16% e 20% para o investidor. Espera-se que ao menos esteja aprendendo com esses percalços porque há muito trabalho pela frente.

 

 

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

P U B L I C I D A D E

Av. Francisco Matarazzo, 404 Cj. 701/703 Água Branca - CEP 05001-000 São Paulo/SP

Telefone (11) 3662-4159

© Sobratema. A reprodução do conteúdo total ou parcial é autorizada, desde que citada a fonte. Política de privacidade