Infraestrutura
Valor Econômico
09/02/2017 00h00
Cotado para concorrer à Presidência da República, o governador paulista, Geraldo Alckmin, aposta numa maratona deinaugurações ao longo de 2017 e 2018 para alavancar sua précandidatura presidencial dentro e fora do PSDB, onde disputa de forma velada a indicação com outros tucanos, como o senador e presidente nacional da sigla, Aécio Neves (MG), e o senador licenciado e ministro das Relações Exteriores, José Serra.
Os investimentos em grandes obras no Estado somam pelo menos R$ 39 bilhões entre recursos estaduais, federais e privados. Com raras exceções, a maioria das obras está atrasada em relação ao prazo original. Mesmo assim, elas devem servir de vitrine ao governador paulista, que em seu cronograma de inaugurações, incluiu at
...Cotado para concorrer à Presidência da República, o governador paulista, Geraldo Alckmin, aposta numa maratona deinaugurações ao longo de 2017 e 2018 para alavancar sua précandidatura presidencial dentro e fora do PSDB, onde disputa de forma velada a indicação com outros tucanos, como o senador e presidente nacional da sigla, Aécio Neves (MG), e o senador licenciado e ministro das Relações Exteriores, José Serra.
Os investimentos em grandes obras no Estado somam pelo menos R$ 39 bilhões entre recursos estaduais, federais e privados. Com raras exceções, a maioria das obras está atrasada em relação ao prazo original. Mesmo assim, elas devem servir de vitrine ao governador paulista, que em seu cronograma de inaugurações, incluiu até etapas e trechos de empreendimentos que só estarão em plena operação em 2019 e 2020.
Com maior visibilidade, Alckmin espera emplacar sua précandidatura no PSDB e minimizar a perda de popularidade depois do desgaste sofrido em 2015 com a crise hídrica e a ocupação das escolas da rede estadual de ensino. O discurso de candidato está pronto. O tucano pretende mostrar que ao cortar despesas, contingenciar recursos e manter a responsabilidade fiscal, o governo paulista conseguiu fechar os últimos três anos com superávit fiscal.
A cartilha, na ótica do Palácio dos Bandeirantes, representa um contraponto ao governo federal, que registrou três déficits fiscais no mesmo período, e a outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que recentemente decretaram calamidade financeira. São Paulo, porém, não passou incólume à recessão. A arrecadação em 2016 teve queda de 7,7% na comparação anual.
Com menos dinheiro em caixa, o total de investimentos feitos exclusivamente pelo Estado recuaram 11,4% em valores corrigidos pela inflação (IPCA) ao passarem de R$ 9,3 bilhões em 2015 para R$ 8,2 bilhões em 2016. Com a crise ainda em andamento, o governador contingenciou R$ 1,2 bilhão em aportes neste ano, o que corresponde a 9% dos R$ 13 bilhões programados para a realização de investimentos no Orçamento aprovado pela Assembleia Legislativa.
O congelamento de verbas não afetará as obras em construção. Até o fim de 2018, o governo estadual deve entregar três estações (HigienópolisMackenzie, Oscar Freire e Morumbi) da linha 4 Amarela e 10 estações da linha 5 Lilás do metrô. Ambas estão atrasadas, uma vez que foram prometidas inicialmente para 2014. Já as obras do monotrilho da Linha 15 Prata, que numa primeira etapa inclui oito estações, entre São Lucas e São Mateus, e que deveria ter ficado pronto em 2012, está previsto agora para março de 2018.
No mesmo mês do ano que vem, o governador paulista inaugura três estações da linha 13 Jade (Engenheiro Goulart, CECAP e Aeroporto). No caso da linha 17 Ouro, que vai ligar o Aeroporto de Congonhas ao estádio do Morumbi, a expectativa é de que obra seja finalizada somente em julho de 2019, cinco anos depois do previsto. Já a extensão da Linha 9 Esmeralda (OsascoGrajaú) até Varginha, na zona sul de São Paulo, ficará pronta no segundo semestre do ano quev vem.
Entre os consórcios responsáveis por parte das obras na área de transportes metropolitanos estão empreiteiras na mira da LavaJato, como Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão.
Aliados do governador reconhecem que, embora atrasadas, as obras vão servir de portfólio para suas pretensões eleitorais.
"Quanto melhor ele sair do governo, melhor será pra sua précandidatura", afirma o deputado Silvio Torres, secretário geral do PSDB.
No setor de transporte e logística, Alckmin também inaugura em março do ano que vem o eixo principal do Rodoanel no trecho norte. A conclusão do empreendimento, com a interligação com o aeroporto de Guarulhos, acontecerá em agosto de 2018. Ou seja, dois anos depois do planejado. Além disso, estão na lista de inaugurações os contornos da Nova Tamoios, no Litoral Norte, e outras ações menores em estradas estaduais.
Em saneamento, o governador comemora o avanço das obras de abastecimento. A transposição do Rio Paraíba do Sul para o Sistema Cantareira e novo sistema produtor São Lourenço, que prometem eliminar o risco de novos transtornos com a seca e a falta de água, serão entregues ainda em 2017. A expectativa do Palácio dos Bandeirantes é que o eventual sucesso na gestão da crise hídrica faça do governo paulista uma referência a outros Estados no combate à escassez de água.
No primeiro semestre de 2018, o tucano ainda deve comparecer na inauguração de hospitais estaduais, em São José dos Campos e Sorocaba, no interior do Estado.
16 de abril 2020
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