Infraestrutura
21/09/2017 08h22 | Atualizada em 21/09/2017 13h27
Longe do dia em que será transformada em uma rodovia mais segura, a Belém-Brasília converteu-se em uma verdadeira linha de produção de desastres. O Estado fez um levantamento dos acidentes ocorridos ao longo da estrada nos últimos três anos, no trecho entre os Estados de Goiás e Tocantins. Os dados foram compilados a partir de informações registradas pela Polícia Rodoviária Federal. O resultado é trágico.
Em 2014, ano em que a estrada foi concedida, 211 pessoas morreram e outras 2.446 ficaram feridas em acidentes na BR-153, entre Goiás e Tocantins. Em 2015, foram registradas mais 170 vítimas fatais e 2.066 feridos no mesmo trajeto. No ano passado, 184 mortos e 1.923 feridos. Em média, a cada dois dias uma pessoa
...Longe do dia em que será transformada em uma rodovia mais segura, a Belém-Brasília converteu-se em uma verdadeira linha de produção de desastres. O Estado fez um levantamento dos acidentes ocorridos ao longo da estrada nos últimos três anos, no trecho entre os Estados de Goiás e Tocantins. Os dados foram compilados a partir de informações registradas pela Polícia Rodoviária Federal. O resultado é trágico.
Em 2014, ano em que a estrada foi concedida, 211 pessoas morreram e outras 2.446 ficaram feridas em acidentes na BR-153, entre Goiás e Tocantins. Em 2015, foram registradas mais 170 vítimas fatais e 2.066 feridos no mesmo trajeto. No ano passado, 184 mortos e 1.923 feridos. Em média, a cada dois dias uma pessoa morre e dez ficam feridas em acidentes que se espalham pela estrada.
“É uma situação alarmante e que tende a piorar. O adiamento dessas obras só vai fazer com que essas ocorrências aumentem. Já perdemos até nossa prefeita nessa estrada”, diz Genésio Antônio Theodoro, vice-presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Uruaçu (Aciau). Em outubro de 2011, Marisa dos Santos Araújo, ex-prefeita do município goiano por dois mandatos, entre 2001 e 2008, morreu em um acidente grave na BR-153, quando se aproximava da cidade.
Caminhoneiros que cruzam diariamente a estrada afirmam que os acidentes são diários. Livaldo Garcia, 42 anos, que há mais de dez anos passa pelo asfalto precário da rodovia, em viagens de 3 mil quilômetros, entre Parauapebas (PA) e Curitiba (PR), afirma que, se pudesse, seguiria por outro caminho. “Isso aqui está abandonado. Essa estrada é pesada, mal projetada, sem sinalização noturna. É um lugar é cruel. Já vi todo tipo de acidente por aqui”, diz.
Há duas semanas, as estatísticas sangrentas contabilizadas pela BR-153 passaram a incluir os nomes da família Neves. Lélia Neves viajava pela estrada com a irmã Ivanilda Neves e a sobrinha Karine Neves. Era sábado. Elas seguiam até uma fazenda, com destino a Barrolândia (TO). Quando passavam pela região de Gurupi, chegaram a gravar um vídeo com o celular, o momento descontraído em que ouviam música no carro, sorriam e cantavam. O vídeo foi publicado nas redes sociais. Minutos depois, o carro se chocou de frente com uma carreta. Nenhuma delas resistiu.
16 de abril 2020
16 de abril 2020
Av. Francisco Matarazzo, 404 Cj. 701/703 Água Branca - CEP 05001-000 São Paulo/SP
Telefone (11) 3662-4159
© Sobratema. A reprodução do conteúdo total ou parcial é autorizada, desde que citada a fonte. Política de privacidade