Infraestrutura
O Estado de S. Paulo
07/01/2016 14h02
A área de infraestrutura já sofria com atrasos nas obras e restrições de orçamento, mas nada se compara ao que se viu em 2015. O ano que acabou entra para a história como um dos piores períodos já vividos nesse setor. Impactados pela profunda crise econômica e política em que o País se meteu, projetos foram paralisados, quando não abandonados, entre escândalos de corrupção e o completo esvaziamento dos cofres públicos.
“O ano de 2015 será lido como aquele em que o setor de infraestrutura realmente parou de vez. Nunca vimos nada igual ao que está acontecendo hoje. O país está quebrado”, diz Adriano Pires, presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie) e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Não era
...A área de infraestrutura já sofria com atrasos nas obras e restrições de orçamento, mas nada se compara ao que se viu em 2015. O ano que acabou entra para a história como um dos piores períodos já vividos nesse setor. Impactados pela profunda crise econômica e política em que o País se meteu, projetos foram paralisados, quando não abandonados, entre escândalos de corrupção e o completo esvaziamento dos cofres públicos.
“O ano de 2015 será lido como aquele em que o setor de infraestrutura realmente parou de vez. Nunca vimos nada igual ao que está acontecendo hoje. O país está quebrado”, diz Adriano Pires, presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie) e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Não era pra ser tão ruim, ao menos no calendário oficial do governo.
Trecho da Ferrovia Oeste-Leste ficou para 2018
Apesar de o estrangulamento das contas públicas ser conhecido desde o início do ano, a presidente Dilma Rousseff pretendia inaugurar, entre maio e dezembro de 2015, seis grandes empreendimentos ligados às áreas de energia, logística e saneamento. Todos fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A ideia era que a entrega dessas obras, avaliadas em cerca de R$ 60 bilhões, funcionasse como um antídoto para amenizar os estragos da crise. Nada aconteceu.
A refinaria Abreu e Lima, palco central do maior escândalo de corrupção da história do País, teve a inauguração, prevista para maio de 2015, reprogramada para dezembro de 2018. Dilma, que começaria o novo mandato cortando a fita do projeto de R$ 44 bilhões, agora tem poucas chances de entregar o complexo da Petrobrás.
Para outubro, o governo projetava a conclusão da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). Foi outra meta irrealista. A obra, tocada pela estatal Valec, está quase parada. As empreiteiras cuidam da manutenção do que já foi executado para que os trabalhos não se percam. Na melhor das hipóteses, parte do traçado ficará pronta em meados de 2018, segundo a própria Valec. Não há data prevista para a entrega da ferrovia.
Em dezembro, Dilma devia ter entregue outros dois projetos prioritários do governo. No Pará, seria inaugurada a pavimentação do trecho final da BR-163, estrada fundamental para viabilizar o escoamento da produção agropecuária pelo Norte do País. Aguardada há mais de 30 anos, a BR-163 teve o cronograma reprogramado para dezembro de 2016, prazo já considerado complicado, pois que as dificuldades de caixa do governo prosseguem.
No Nordeste, a presidente também tinha a pretensão de entregar 100% de um dos canais da transposição do Rio São Francisco. A conclusão agora é prometida para meados de 2017 – dez anos depois do prazo inicialmente planejado.
16 de abril 2020
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