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Revista GC - Ed.23 - Jan/Fev 2012
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Especial Rio de Janeiro

R$ 5,4 bilhões para o porto do pré-sal

Empreendimento será destinado a escoar produção do Comperj e para receber estaleiro para manutenção de plataformas

O estado do Rio de Janeiro vai ganhar mais um importante complexo portuário, com investimentos avaliados em R$ 5,4 bilhões. Trata-se do Terminais Ponta Negra (TPN), a ser instalado na Praia de Jaconé, em Maricá, pela empresa DTA Engenharia. Apesar do nome oficial, o projeto já está sendo mais reconhecido como Porto do Pré-Sal, por ser destinado à tancagem do óleo a ser produzido naquela região.

A área também tem vocação para se tornar uma das principais âncoras para escoar tanto o óleo do pré-sal para o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, como receber de volta os derivados petroquímicos lá produzidos.

O porto terá capacidade para receber 850 mil barris de petróleo por dia, o equivalente a 40% da atual produção do país, e vai contar com uma nova tecnologia contra vazamento de óleo.

“Criamos uma tecnologia que vamos patentear, que reduz o impacto de um eventual vazamento de óleo. Será uma cortina que liga os molhes (estruturas de pedra que cercam o porto, reduzindo as ondas no terminal). No caso de derramamento, ela subirá e deixará o ó


O estado do Rio de Janeiro vai ganhar mais um importante complexo portuário, com investimentos avaliados em R$ 5,4 bilhões. Trata-se do Terminais Ponta Negra (TPN), a ser instalado na Praia de Jaconé, em Maricá, pela empresa DTA Engenharia. Apesar do nome oficial, o projeto já está sendo mais reconhecido como Porto do Pré-Sal, por ser destinado à tancagem do óleo a ser produzido naquela região.

A área também tem vocação para se tornar uma das principais âncoras para escoar tanto o óleo do pré-sal para o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, como receber de volta os derivados petroquímicos lá produzidos.

O porto terá capacidade para receber 850 mil barris de petróleo por dia, o equivalente a 40% da atual produção do país, e vai contar com uma nova tecnologia contra vazamento de óleo.

“Criamos uma tecnologia que vamos patentear, que reduz o impacto de um eventual vazamento de óleo. Será uma cortina que liga os molhes (estruturas de pedra que cercam o porto, reduzindo as ondas no terminal). No caso de derramamento, ela subirá e deixará o óleo restrito à área do porto”, diz João Acácio Gomes de Oliveira Neto, presidente da DTA, empresa que planejou mais de 30 portos no Brasil e no exterior.

O projeto tem total apoio do governo do estado do Rio, que vai criar acessos ao novo porto a partir do Arco Metropolitano do Rio e pela Estrada de Ferro Leopoldina. A previsão é que a obra seja concluída até 2015, a fim de coincidir com a inauguração do Comperj.

Além da proximidade com o Comperj, outro atrativo do Porto do Pré-sal é a profundidade. Ele será um dos mais profundos do Brasil e da América Latina, com 20 metros a 30 metros de profundidade. Isso permitirá a atracação de navios de alta capacidade, com até 400 mil toneladas.

Durante a sua fase de implantação, o porto do pré-sal vai gerar 9 mil empregos diretos e indiretos na região, chegando a 12 mil com o início da operação. Por esse motivo, a administração municipal de Maricá pretende reforçar a qualificação de trabalhadores e estudantes, para que sejam absorvidos como mão de obra no empreendimento.

Mais um estaleiro

Além da infraestrutura portuária e terminais de armazenagem de combustíveis, o TPN vai contar também com um estaleiro de reparos offshore. “Vamos ter um excelente aproveitamento da área que oferece condições naturais para as embarcações, com calado de 30 metros muito próximo à costa”, destaca o secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Julio Bueno. Ele lembra também que a área possui poucos entraves ambientais, por não se tratar de uma área com mata nativa. O local abrigou, em décadas passadas, o campo de golfe que pertenceu ao empresário Roberto Marinho. Posteriormente, chegou a ser alvo de um empreendimento turístico que teria o mesmo campo de golfe como principal atrativo, até que a área fosse adquirida pela DTA.

Ainda segundo Bueno, o porto pode ser o início da redução de uso do Tebig (o terminal mais usado pela Petrobras no estado, em Angra dos Reis). “É a chance de retirar a atividade de petróleo de um paraíso como o de Ilha Grande”, acresecentou o secretário.

Segundo os investidores, o porto deve destinar cerca de 30% de sua capacidade à Petrobras. O restante será voltado para as companhias estrangeiras que atuarão no pré-sal. A expectativa do presidente da DTA é de que haja até mesmo overbooking, já que há mais interessados do que área disponível.

 

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