Após vários anos de quedas sucessivas no padrão de qualidade, as estradas pavimentadas brasileiras finalmente apresentaram uma melhora em seu estado geral no ano de 2014, em relação a 2013. Isso foi o que revelou a pesquisa que há 18 anos é realizada em boa parte da malha rodoviária nacional, pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). O estudo, que permite a realização de um ranking identificando as melhores e as piores rodovias do País, mostrou, por exemplo, que 37,2% das estradas brasileiras analisadas estão em estado ótimo ou bom. Já as regulares alcançam 38,2% e as ruins e péssimas são 23,9%. No ano passado, esses números estavam em 36,2%, 34,4% e 29,4%, respectivamente. Com a evolução, os números voltam aos níveis de 2012. Foram inspecionados 99 mil km de rodovias, quase metade da malha asfaltada e a pesquisa foi divulgada em outubro de 2014.
O cenário melhora significativamente quando são consideradas apenas as rodovias concedidas à iniciativa privada. De acordo com a CNT, 74,1% dessas vias tiveram seu estado de conservação considerado "ótimo" ou
Após vários anos de quedas sucessivas no padrão de qualidade, as estradas pavimentadas brasileiras finalmente apresentaram uma melhora em seu estado geral no ano de 2014, em relação a 2013. Isso foi o que revelou a pesquisa que há 18 anos é realizada em boa parte da malha rodoviária nacional, pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). O estudo, que permite a realização de um ranking identificando as melhores e as piores rodovias do País, mostrou, por exemplo, que 37,2% das estradas brasileiras analisadas estão em estado ótimo ou bom. Já as regulares alcançam 38,2% e as ruins e péssimas são 23,9%. No ano passado, esses números estavam em 36,2%, 34,4% e 29,4%, respectivamente. Com a evolução, os números voltam aos níveis de 2012. Foram inspecionados 99 mil km de rodovias, quase metade da malha asfaltada e a pesquisa foi divulgada em outubro de 2014.
O cenário melhora significativamente quando são consideradas apenas as rodovias concedidas à iniciativa privada. De acordo com a CNT, 74,1% dessas vias tiveram seu estado de conservação considerado "ótimo" ou "bom" em 2014. Foram avaliados como "regular" 21,8% das estradas concedidas e apenas 4,1% receberam nota "ruim" ou "péssimo". Apesar disso, o resultado das rodovias concedidas piorou em relação a 2013, quando 84,4% foram consideradas em "ótimas" ou em "boas" condições.
Portanto, se no conjunto das rodovias concedidas não houve avanços significativos no padrão de qualidade, é possível concluir que isso se deu de fato porque houve melhora nas rodovias administradas pelos governos federal e estaduais, no período analisado. Segundo o trabalho, as estradas públicas consideradas ótimas e boas passaram de 26,7% para 29,3%. As regulares evoluíram de 38,4% para 42,1%. Já as péssimas, caíram de 34,9% para 28,6%.
Segundo Bruno Batista, coordenador da pesquisa, apesar da pequena evolução verificada em 2014, o cenário geral das rodovias brasileiras ainda não é satisfatório ou compatível com as necessidades de crescimento da economia do País. Há muitos problemas a serem solucionados, alguns dos quais em caráter emergencial. Segundo ele, apenas 12% da malha brasileira é asfaltada, sendo que 87% dela é de pistas simples.
Para Batista, ao longo desses últimos anos, não houve um salto qualitativo e nem um grande aumento no volume de obras de pavimentação, modernização ou duplicação de rodovias que compõem a malha nacional. Ele lembra que a falta de qualidade das estradas onera em 26% o custo dos transportes para as empresas no Brasil em média, elevando assim o preço dos produtos nacionais e o Custo Brasil.
Ainda segundo a Pesquisa realizada pela CNT, houve um avanço de 15,6% no número de pontos críticos, que são aqueles que comprometem severamente o transporte rodoviário no País, como buracos nas pistas e pontes caídas. Entre 2013 e 2014, o número de pontos críticos passou de 250 para 289. No mesmo período, o investimento federal autorizado para as estradas registrou queda de 0,4%, para R$ 11,93 bilhões. O recuo é mais acentuado (21,7%) quando são considerados os investimentos efetivamente pagos pela União, que até a publicação do estudo somavam R$ 6,54 bilhões.
Na avaliação de Bruno Batista, o país teria que investir algo em torno de R$ 300 bilhões para que as estradas brasileiras passassem a ter boas condições operacionais e de segurança. No ritmo atual dos investimentos governamentais, isso levaria 30 anos.
Pedagiadas pioram
A melhora das estradas não foi maior porque as estradas concedidas pioraram. A análise do órgão apontou que, das estradas pedagiadas analisadas, 74,1% estavam em estado ótimo ou bom. No ano passado, esse número alcançou 84,4%.
Os trechos regulares passaram de 14,3% para 21,8% no mesmo período e os classificados como ruins e péssimos passaram de 1,3% para 4,1%. As rodovias pedagiadas no país arrecadaram no ano passado R$ 15 bilhões.
Segundo Batista, a explicação para a piora é que 4,4 mil quilômetros de estradas federais foram concedidos em 2013 e passaram no início do ano para a iniciativa privada. Para ele, não houve tempo suficiente para que essas rodovias, que antes eram administradas pelo governo federal, passassem por melhoras e, por isso, o nível das estradas pedagiadas piorou.
"Os novos trechos públicos concessionados puxaram pra baixo a qualidade das rodovias concedidas", disse Batista lembrando que das 10 melhores estradas do país, todas são concedidas e no estado de São Paulo. Já as 10 piores são todas federais ou estaduais e ficam principalmente no Norte e Nordeste do país.
Pontos críticos
Outra piora no ranking foram os chamados pontos críticos, que são quedas de barreiras, pontes e buracos grandes. No ano passado, foram encontrados 250 pontos críticos e em 2014 foram 289. Segundo Batista, estradas no Rio Grande do Sul que eram concedidas e voltaram a ser administradas pelo governo, também pioraram.
Pelos cálculos da Confederação, seriam necessários R$ 300 bilhões em investimentos nas estradas do país para que elas chegassem a um nível adequado de qualidade. Mas, atualmente, o país tem investido cerca de R$ 10 bilhões no setor ao ano. "Nesse ritmo, vamos demorar 30 anos", afirmou Batista.
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