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Revista GC - Ed.75 - Nov/Dez 2016
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Construção Industrial

Produção de celulose articula novo salto

Projeto Horizonte 2, da Fíbria, em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, entra na etapa final e indica recuperação do mercado

Enquanto o setor industrial brasileiro vive momentos difíceis, às voltas com queda nas vendas, nas exportações e com a falta de investimentos, o setor de papel e celulose se prepara para uma expansão. O Projeto Horizonte 2, que deverá ser concluído no quarto trimestre de 2017, tornará a unidade da Fibria, em Três Lagoas (MS) um dos maiores sites de produção de celulose do mundo. Anunciado em maio de 2015, o investimento considera uma janela de oportunidade para a entrada de nova capacidade de produção de celulose no mercado em 2018.

A nova linha de produção terá capacidade de 1,95 milhão de toneladas de celulose por ano. Somada à atual, já em operação, a unidade de Três Lagoas chegará a uma capacidade total de 3,25 milhões de toneladas/ano. Com isso, a capacidade total de produção da Fibria, considerando-se todas as suas unidades, passará dos atuais 5,3 milhões de toneladas de celulose/ano para mais de 7 milhões de toneladas de celulose/ano.

O investimento total da Fibria sofreu uma sensível redução, passando de US$ 2,5 bilhões para US$ 2,3 bilhões, com


Enquanto o setor industrial brasileiro vive momentos difíceis, às voltas com queda nas vendas, nas exportações e com a falta de investimentos, o setor de papel e celulose se prepara para uma expansão. O Projeto Horizonte 2, que deverá ser concluído no quarto trimestre de 2017, tornará a unidade da Fibria, em Três Lagoas (MS) um dos maiores sites de produção de celulose do mundo. Anunciado em maio de 2015, o investimento considera uma janela de oportunidade para a entrada de nova capacidade de produção de celulose no mercado em 2018.

A nova linha de produção terá capacidade de 1,95 milhão de toneladas de celulose por ano. Somada à atual, já em operação, a unidade de Três Lagoas chegará a uma capacidade total de 3,25 milhões de toneladas/ano. Com isso, a capacidade total de produção da Fibria, considerando-se todas as suas unidades, passará dos atuais 5,3 milhões de toneladas de celulose/ano para mais de 7 milhões de toneladas de celulose/ano.

O investimento total da Fibria sofreu uma sensível redução, passando de US$ 2,5 bilhões para US$ 2,3 bilhões, com economia de US$ 200 milhões. Isso foi possível, segundo a empresa, em razão do bom andamento da obra e de condições favoráveis obtidas nas negociações com fornecedores.

Segundo o presidente da Fibria, Marcelo Castelli, as obras de ampliação da unidade da Fibria em Mato Grosso do Sul seguem dentro do cronograma, com mais de 54% da execução física total. O diretor de Finanças e de Relações com Investidores da Fibria, Guilherme Cavalcanti, destaca que toda a estrutura de financiamento do Projeto Horizonte 2 já está devidamente contratada. Além disso, ele ressalta que a companhia possui atualmente uma estrutura de capital bem confortável.

"A posição de caixa da Fibria, em torno de US$ 870 milhões, mais os financiamentos já contratados, além da própria geração de caixa livre da empresa, são suficientes para a execução do Projeto Horizonte 2, para distribuir dividendos mínimos e ainda amortizar as dívidas até 2018, sem a necessidade de contratar novas dívidas, que só serão feitas se forem boas oportunidades de mercado e de demanda pelo nosso crédito", afirma Cavalcanti.

O diretor de Finanças e RI da Fibria lembra que, nos sete primeiros meses deste ano, a demanda de celulose na China cresceu 23%, ou seja, 836 mil toneladas, quando comparada ao mesmo período do ano anterior, conforme relatório divulgado pelo PPPC (Pulp and Paper Products Council). O crescimento global do mercado, considerando todas as regiões, foi de 922 mil toneladas de celulose nos mesmos sete meses. Do lado da oferta, já existe, segundo consultorias especializadas no setor, como a RISI, a expectativa de redução, nos próximos doze meses, de cerca de 600 mil a 1 milhão de toneladas, devido principalmente à conversão de fábricas que produziam celulose de fibra curta para celulose solúvel, sendo esse um outro mercado que não concorre com o produto da Fibria.

Além do Projeto Horizonte 2, foi iniciada em maio a construção da planta piloto do Centro de Tecnologia da Fibria, na unidade de Aracruz (ES), com conclusão prevista para dezembro deste ano e início da operação no primeiro trimestre de 2017. A estrutura tem como função acelerar as pesquisas e os projetos em desenvolvimento, sendo constituída de três unidades piloto: planta de refino, planta de produção de papel e planta de produção de nanocelulose. Todas as plantas pilotos são unidades não comerciais.

"As plantas piloto têm como principal função testar as tecnologias em desenvolvimento no Centro de Tecnologia, apontando os desafios e antecipando resultados da aplicação industrial. Esse investimento reforça o compromisso da Fibria com a inovação e com a diversificação dos negócios de base florestal da empresa", afirma o diretor de Inovação e Tecnologia da Fibria, Fernando Bertolucci.

Para Vinicius Nonino, diretor de Novos Negócios da Fibria, há uma tendência mundial de inserção da nanocelulose em diferentes aplicações, em setores como papel, cimentos e produtos medicinais. Essas aplicações, uma vez confirmadas, poderão significar uma importante avenida de diversificação dos negócios da Fibria, com forte agregação de valor.

Expansão prevista

Cerca de 90% da produção da Fibria é destinada para exportação. Assim, a empresa é pouco afetada pelo cenário nacional. Com relação à variação cambial todos os cenários foram avaliados na aprovação do projeto. 100% da produção da nova linha será  destinada aos mercados da América do Norte, Europa e Ásia.

De acordo com Julio Cunha, diretor de engenharia do Projeto Horizonte 2,  o complexo da  Fíbria já previa a expansão desde a implantação da primeira linha de produção de celulose, tanto na reserva como na disponibilidade de espaço para a segunda linha de produção, batizada de Projeto Horizonte 2. “Também durante esse tempo a Fibria vem trabalhando na expansão florestal, que é a primeira providência que precisa ser tomada para a implantação de uma fábrica de celulose. A primeira linha de produção foi concluída prevendo algumas áreas e espaços para a segunda linha de produção. Ao instalar uma nova linha de produção de celulose onde já existe uma planta em operação, há ganhos significativos. Por exemplo, a infraestrutura administrativa, portaria, acessos, podem ser compartilhados. Também existem ganhos principalmente em áreas que já estão devidamente preparadas, como ambulatório e refeitório”, esclarece.

O projeto está com 50% dos serviços já concluídos, sendo que os serviços de construção civil já se encontram na reta final. “Fomos muito bem-sucedidos, pois esta é uma etapa que pode sofrer atrasos. Mas nós tivemos uma boa performance por parte da construtora HTB (ex Hochtief do Brasil) e já estamos na fase final, iniciando a montagem eletromecânica”, destaca Júlio. A previsão para a conclusão do Projeto Horizonte 2 se mantém para o início do quarto trimestre de 2017.

Em setembro a empresa concluiu a montagem da estrutura metálica da caldeira de recuperação, que é o coração de uma fábrica de celulose, com o içamento do tubulão. “O tubulão da caldeira é considerado um dos equipamentos essenciais do projeto, responsável por concentrar todo o vapor gerado na caldeira de recuperação e encaminhá-lo ao processo de geração de energia elétrica da unidade. Em seguida, o vapor é distribuído para as áreas da fábrica que o utilizam, como digestor, evaporação e máquinas de secagem da celulose.

O tubulão da caldeira de recuperação é também uma das peças mais pesadas do projeto, com aproximadamente 200 toneladas. Para içar o equipamento, foi necessário um guindaste com capacidade para 800 toneladas”, explica Júlio. Com toda a estrutura metálica de quatro mil toneladas da caldeira finalizada e o “balão” instalado, inicia-se agora a fase da montagem dos equipamentos internos da caldeira de recuperação, como dutos, fornalhas e lavador de gases.

O ponto crítico da obra fica por conta da entrada da época de chuvas. Por causa disso, o cronograma procurou agilizar a conclusão da etapa civil, para que a montagem ocorra no menor tempo possível.  “Um ponto de atenção constante é em relação à segurança dos trabalhadores. Hoje nós estamos com índices de segurança da obra dentro dos padrões em implantações desse tipo, e vamos trabalhar com atenção total para que não ocorram acidentes, trabalhando sempre com atenção total à segurança”, comenta o diretor.

Autogeração

A nova linha detém o estado da arte, com alguns pontos diferenciais em relação à linha existente. Um dos destaques é o Pátio de Madeira, que no futuro deverá produzir biomassa suficiente para a autogeração. Ele deverá passar por um processo de gaseificação a fim de substituir o combustível fóssil. Está sendo preparado um cozimento que se chama “autocapa”, de maior rendimento, que proporciona um menor consumo de madeira. A caldeira de recuperação é de alta eficiência, que permite a geração de mais vapor com o mesmo combustível, gerando mais energia.

“A unidade da Fibria em Três Lagoas segue os mais modernos conceitos de ecodesign, com processos produtivos mais limpos e eficientes. Além disso, toda a energia consumida é gerada na própria fábrica, por meio de biomassa proveniente de cascas do eucalipto e biomassa líquida resultante do processo industrial. Estes são alguns pontos diferenciais apesar das linhas serem parecidas, como a linha de produção existente na unidade de Três Lagoas”, diz Julio Cunha.

Com o aumento da capacidade de produção, a unidade industrial passará a ter um excedente adicional de 130 MWH de energia, que contribuirá positivamente para o balanço energético brasileiro, além de favorecer a matriz energética ao usar fontes renováveis.

A Fibria também tem investido no desenvolvimento da base florestal na região com o objetivo de abastecer a nova linha de produção. O suprimento de madeira necessário para a operação da nova fábrica virá de florestas cultivadas no Mato Grosso do Sul. Serão necessários 187 mil hectares de florestas plantadas em áreas próprias, arrendamento e parcerias. Somados aos 120 mil hectares destinados a atender a fábrica atual, a base florestal que irá suprir a unidade de Três Lagoas passa para 307 mil hectares. O raio médio das florestas até as duas linhas de produção da empresa será de até 100 km, um dos mais competitivos do mercado.

Investimento social

O projeto de expansão da unidade da Fibria de Três Lagoas prevê R$ 11,7 milhões em investimentos sociais em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Além de saúde e educação, os investimentos sociais preveem projetos de geração de renda, inclusive com a ampliação do PDRT – Programa de Desenvolvimento Rural Territorial, que ajuda a desenvolver nas comunidades rurais do entorno formas de garantir renda e inclusão social.  Ao todo, serão 43 projetos, beneficiando cerca de 40 mil pessoas.

Com a expansão da unidade da Fibria em Três Lagoas (MS) e visando o desenvolvimento local e a proteção das crianças e adolescentes, a empresa criou o programa Agente do Bem - Três Lagoas. O programa Agente do Bem possui duas frentes de atuação:

- Frente Socioeducativa: consiste na convocação dos empregados para uma formação cidadã, na qual são realizadas reuniões periódicas para orientação, troca de experiência e integração, envolvendo temas como cidadania e saúde, bem como a sensibilização dos empregados para a incorporação no seu cotidiano do conhecimento adquirido e o seu envolvimento em ações de cidadania, como doação de sangue, trabalho voluntário, entre outros.

- Frente de divulgação: divulgação por meio de campanhas internas e externas, abordando os temas previstos no programa, como exploração sexual infantil, uso de drogas e álcool, etc. O Programa é realizado por meio da parceria entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Instituto Votorantim e a Fibria, que se juntou às instituições para patrocinar o projeto em Três Lagoas, onde atualmente constrói a sua segunda linha de produção de celulose, conhecido como Projeto Horizonte 2.

Dentre as ações previstas no programa estão a elaboração do Plano de Ação Três Lagoas Sustentável e a revisão do Plano Diretor Participativo para o desenvolvimento do município no longo prazo, com a participação de gestores públicos e sociedade.

A revisão do Plano Diretor Participativo contemplará a análise do planejamento urbano de longo prazo, considerando a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento socioeconômico, e permitindo a integração de diversas áreas como transportes, saneamento, habitação, instalação e manutenção de equipamentos públicos.

 

 

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