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Revista GC - Ed.48 - Maio 2014
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Construção Industrial

Estado da arte em complexo industrial

Ampliação da fábrica da Holcim, em Minas Gerais, indica perfil modernizante do setor

Base do moinho de cimento, que terá capacidade para 450 toneladas/hora

A ampliação da fábrica de cimento da Holcim, a cargo da Mendes Júnior, no município mineiro de Barroso, está entrando na fase final. Trata-se do maior investimento da empresa suíça fora do país de origem: R$ 1,4 bilhão utilizados na execução do projeto e aquisição de equipamentos. Ao final, a capacidade da unidade passará do atual 1,2 milhão de tonelada de cimento produzida ao ano para 3,6 milhões de toneladas anuais. A área construída, de 34 mil m², chegará a 100 mil m².

Até o momento, foram utilizados 50 mil m³ de concreto, montante que representa 50% do total a ser utilizado até que sejam finalizadas todas as etapas.   O objetivo da Holcim é atender a forte demanda por cimento no mercado brasileiro, que deve manter um ritmo de crescimento pelos próximos quatro anos.  A expectativa para conclusão das obras e início da operação da fábrica é de fim de 2014, início de 2015.

Quanto entrar em operação, a capacidade de produção de clínquer passará de 2 m


Base do moinho de cimento, que terá capacidade para 450 toneladas/hora

A ampliação da fábrica de cimento da Holcim, a cargo da Mendes Júnior, no município mineiro de Barroso, está entrando na fase final. Trata-se do maior investimento da empresa suíça fora do país de origem: R$ 1,4 bilhão utilizados na execução do projeto e aquisição de equipamentos. Ao final, a capacidade da unidade passará do atual 1,2 milhão de tonelada de cimento produzida ao ano para 3,6 milhões de toneladas anuais. A área construída, de 34 mil m², chegará a 100 mil m².

Até o momento, foram utilizados 50 mil m³ de concreto, montante que representa 50% do total a ser utilizado até que sejam finalizadas todas as etapas.   O objetivo da Holcim é atender a forte demanda por cimento no mercado brasileiro, que deve manter um ritmo de crescimento pelos próximos quatro anos.  A expectativa para conclusão das obras e início da operação da fábrica é de fim de 2014, início de 2015.

Quanto entrar em operação, a capacidade de produção de clínquer passará de 2 mil toneladas por dia para 6,5 mil toneladas/dia. E a capacidade de moagem atual de 180 toneladas por hora, alcançará 450 toneladas/hora. A Mendes Júnior iniciou as obras em maio de 2012 e a produção do primeiro cimento está prevista para dezembro de 2014, e para abril de 2015, o primeiro clínquer.

A obra está na fase de pico, com a implantação de um pré-aquecedor (preheater), de 130 metros de altura. Esta etapa requer a conclusão das bases de concreto, além de outras estruturas complexas para a infraestrutura da fábrica – onde no a matéria-prima do cimento (calcário e argila) será pré-aquecida para se transformar em uma espécie de farinha, pronta para ir ao forno e se transformar em clínquer, o principal componente do cimento do tipo Portland. “Simultaneamente ao preheater está sendo feita a concretagem da base e início da montagem mecânica do moinho de cimento de seis rolos, que processa 450 toneladas/h e será o maior do mundo”, conta Pedro Lluch, gerente do Projeto de Expansão da Holcim.

A instalação do equipamento necessitou de um exército de 800 pessoas, em regime de trabalho de três turnos. Foi empregado um sistema de formas deslizantes por macacos hidráulicos, que têm maior capacidade de carga e velocidade de execução. Além disso, a etapa contou com a atuação de alpinistas industriais na retirada de treliças de sustentação das vigas e desmontagem das formas. O trabalho em altura exigiu atenção redobrada com os requisitos de segurança e os procedimentos foram concluídos sem a ocorrência de acidentes.

“Em 33 dias, 110 metros foram levantados e a obra correu dentro do cronograma previsto para essa etapa e sem acidentes. Após a montagem mecânica, a torre chegará a seus 130 metros finais, um desafio extraordinário”, conta Eustáquio de Oliveira, gerente do projeto pela Mendes Júnior.

A inovação é uma característica da obra. A primeira correia transportadora do Brasil que utiliza a tecnologia flying belt (correia suspensa a grande altura) também está em fase avançada, com a conclusão das 18 bases de fundação. A próxima etapa é a concretagem dos pilares e a sustentação dos equipamentos que percorrerão suspensos sete quilômetros da área de mineração até a fábrica. A nova estrutura é mais silenciosa e segura que os antigos teleféricos, além de permitir que sua manutenção ocorra sem haver a necessidade de entrar nas propriedades rurais por onde passa.

Os novos silos que estão sendo erguidos também utilizam o processo de formas deslizantes. São dois silos de cimento, usados para armazenar o produto final, sendo um de 62,2 metros de altura e capacidade de 10 mil toneladas e o outro com 65,6 metros de altura e capacidade de 21 mil toneladas. O silo de clínquer atingirá 38,8 metros de altura e comportarão 35 mil toneladas. O novo silo de cru, que armazena a matéria-prima a ser aquecida no preheater, terá 72,5 metros de altura para guardar até 10 mil toneladas. Para completar o complexo industrial, a Mendes Júnior está em fase avançada de execução de escavações, fundações e preparação das bases para um novo forno, um resfriador e os britadores primário e secundário.

Uma planta globalizada

Enquanto as obras seguem continuamente no canteiro localizado dentro da fábrica, a operação da planta continua normalmente, o que demandou um planejamento detalhado para que a produção atual não sofresse impactos durante a execução do projeto. “Isso exige um profundo conhecimento dos processos em função dos tie-ins (conexões das novas estruturas com os equipamentos e estruturas já existentes)”, afirma Airton Knauf, gerente Civil da Holcim.

Outro ponto que chama a atenção são as intersecções com projetos e tecnologias de outras partes do mundo. O moinho multidrive vem da alemã Pfeiffer, o sistema de correias deslizantes para o transporte de calcário é da Agúdio, da Itália, e para a moagem de cru, a francesa FCB forneceu o moinho Horomill 440, que não utiliza água no processo. “A capacidade de diversificação da atuação da Mendes Júnior está sendo fundamental para que os desafios apresentados pela obra sejam bem conduzidos”, ressalta Ruben da Costa Val, diretor da área de Negócios Industriais da Mendes Júnior.

As grandes estruturas também demandaram estaqueamentos de grande porte. Alguns deles têm 1,60m de diâmetro e 32 metros de profundidade. Até o momento, 95% dos estaqueamentos da obra foram concluídos. Segundo a construtora, a principal dificuldade foi conseguir mão de obra com especialização ou experiência em construções de fábricas de cimento. No caso das formas deslizantes, executada pela empresa mexicana  MAC/SCD (Macinter),  a empresa trouxe 10 profissionais para atuar na obra. Outras empresas estrangeiras também atuaram, como a Fives/FCB, da França, especializada em projetos e alguns equipamentos; a Cemengal da Espanha, especializada em moinho e filtro; e a Agúdio, da Itália (TCLD).

Algumas obras de expansão estão em estágio avançado.  A nova subestação – com nível de tensão de 138.000 volts já está em funcionamento. São quatro torres de transmissão com alturas de até 25 metros e uma linha de transmissão com extensão de 600 metros. Em termos comparativos, o nível de tensão é mil vezes maior do que de uma residência. A pavimentação da estrada de acesso à nova portaria de insumos também foi finalizada, bem como o silo off spec  (local que armazena o clínquer fora de especificação ou a ser transportado a outras fábricas).

A concretagem da base do silo nove, que tem como função armazenar o cimento na fase final para entrega aos clientes, foi finalizado desde o ano passado. Durante a fase de concretagem foram usados 1300 m³ de concreto, o equivalente a 163 caminhões betoneira. Quando estiver finalizado, o silo nove vai atingir 60 metros de altura e utilizará o método de formas deslizantes, assim como o silo off-spec, que tem 30 metros de altura.  A equipe civil trabalha agora na fundação do silo oito.

As três bases do forno já estão com a fase de estaqueamento concluída, enquanto o pré-aquecedor, a mais alta edificação da fábrica está na fase de concretagem dos blocos de fundação. A concretagem da fundação do moinho de cimento foi iniciada.  O filtro do moinho passa agora pela pré-montagem das moegas e conclusão da base civil, enquanto os dutos subterrâneos, com um km de comprimento (cabos elétricos), responsáveis por alimentar a linha dois, também estão em construção.

Crescimento de demanda justifica investimento

Quase 70 milhões de toneladas. Essa foi a quantidade de cimento vendida somente no Brasil no ano de 2013. De acordo com o Sindicado Nacional da Indústria desse produto no país (SNIC), o valor representa um crescimento de 2,4% em relação ao ano anterior e um aumento de 10,2% comparado a 2011, quando foram vendidas 63,5 milhões de toneladas. Além disso, o mercado começou aquecido este ano com um aumento de 6,8% em relação a janeiro de 2013. Tantos números podem parecer complicados, no entanto, trazem apenas boas notícias. Isso mesmo, quando o mercado está em crescimento, cresce com ele a geração de empregos e também de renda.

A CVR – Companhia Vale do Ribeira é outra empresa animada com a tendência de crescimento da demanda.  Ela anunciou uma nova unidade para o primeiro semestre de 2015. Segundo Henrique Bica Zaffari, sócio diretor da companhia, a proposta é construir uma nova fábrica de cimentos na cidade paranaense de Adrianópolis. A obra será realizada em parceria com a chinesa CITIC-HIC e promete criar cerca de dois mil empregos diretos e indiretos.  A iniciativa twem o apoio do governo paranaense por meio do Programa de Incentivos Fiscais Paraná Competitivo.

Para Adrianópolis, uma das cidades com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Paraná, a empresa traz, além de crescimento, novas oportunidades. “Vamos aproveitar o potencial mineral da região e a demanda crescente do mercado para lançar este novo empreendimento que vai transformar a cidade e proporcionar mais qualidade de vida aos habitantes por meio da valorização da mão de obra local”, afirma Zaffari.

A unidade da fábrica anunciada pela CRV custará R$ 518 milhões e terá 25 mil m2 construídos em uma área total de 250 mil m2. Com isso, a expectativa é de que a produção ultrapasse um milhão de toneladas de cimento anualmente.

 

 

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