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Revista GC - Ed.51 - Agosto 2014
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Construção Industrial

Papel e Celulose: Guaíba 2 da CMpC em contagem regressiva

Hochtief executa obras civis de mega empreendimento da CMPC, de R$ 5 bilhões, que irá triplicar a capacidade de produção

Prometido desde 2008, o projeto Guaíba 2, no Rio Grande do Sul, que prevê a  ampliação da fábrica de papel e celulose da CMPC (Companhia Manufatureira de Papel e Celulose), foi finalmente iniciado no ano passado com previsão de entrada em operação até 2015. Trata-se de um dos maiores investimentos já feitos no estado, totalizando R$ 5 bilhões de recursos não somente na obra mas também na execução de diversos programas ambientais e sociais. A estimativa é que durante o pico das obras sejam gerados cerca de sete mil empregos diretos e 21 mil indiretos.

Localizado no município de Guaíba, a cerca de 30 km de Porto Alegre, o empreendimento está dividido em três grandes áreas (industrial, florestal e infraestrutura). O desenvolvimento do projeto acontece paralelamente ao funcionamento da linha de produção já existente, que continua a produzir celulose branqueada normalmente.  Ao final da ampliação, a área total da fábrica chegará a aproximadamente 420.000 m² de área construída e a capacidade produtiva chegará a 1.75


Prometido desde 2008, o projeto Guaíba 2, no Rio Grande do Sul, que prevê a  ampliação da fábrica de papel e celulose da CMPC (Companhia Manufatureira de Papel e Celulose), foi finalmente iniciado no ano passado com previsão de entrada em operação até 2015. Trata-se de um dos maiores investimentos já feitos no estado, totalizando R$ 5 bilhões de recursos não somente na obra mas também na execução de diversos programas ambientais e sociais. A estimativa é que durante o pico das obras sejam gerados cerca de sete mil empregos diretos e 21 mil indiretos.

Localizado no município de Guaíba, a cerca de 30 km de Porto Alegre, o empreendimento está dividido em três grandes áreas (industrial, florestal e infraestrutura). O desenvolvimento do projeto acontece paralelamente ao funcionamento da linha de produção já existente, que continua a produzir celulose branqueada normalmente.  Ao final da ampliação, a área total da fábrica chegará a aproximadamente 420.000 m² de área construída e a capacidade produtiva chegará a 1.750 toneladas por ano, ou seja, quase quatro vezes a mais do que a capacidade atual.

Para se ter uma ideia do desafio do empreendimento, a Hochtief do Brasil, responsável pelas obras civis, calcula o volume total de concreto empregado na obra em cerca de 16.000 m³, além de 170 toneladas de estrutura metálica.  A ampliação da fábrica de papel e celulose da CMPC ocorre em duas linhas distintas de produção. Na linha 1, as obras de ampliação ocorrem em paralelo aos processos de produção da fábrica existente. Nessa etapa, a Hochtief do Brasil é responsável pela execução das torres de resfriamento de água, salas elétricas, diversos sump’ para armazenamento de efluentes e uma torre de equilíbrio para estabilização de pressão na rede do novo emissário. Obras de recuperação estrutural das antigas instalações e demolição de estruturas existentes também fazem parte do escopo contratado.

Já na linha 2, onde as etapas estão sendo implantadas, a construtora realiza as obras civis do turbogerador e salas elétricas, compressores de ar e chillers, coletores de baixa, média e alta pressão, além das torres de resfriamento que contribuem para a eficácia da produção de maneira ecologicamente correta.

Segundo a construtora, devido à estrutura do solo na região, que apresenta grandes variações a curtas distâncias, foi necessária a compatibilização de diferentes sistemas de fundação profunda, tais como estacas hélice contínua monitorada e estacas raiz. As estruturas prediais são predominantemente em concreto pré-moldado e as bacias das torres de resfriamento em concreto moldado ‘in loco. As coberturas das salas elétricas e todo o fechamento lateral da nave principal das turbinas são em estrutura metálica.

Durante a execução das estruturas, informa a construtora, foi necessário o rígido controle de qualidade, em especial nas bases de concreto para sustentação das turbinas geradoras de energia. Foi desenvolvido traço especial de concreto com adição de gelo e adotada a instrumentação de toda a estrutura para acompanhamento gradativo das variações de temperatura e controle de fissuração.

A execução das bacias de resfriamento também foi controlada rigorosamente, a fim de evitar falhas de concretagem e aparecimento de fissuras superiores a 1,5 mm, para que a tecnologia do sistema de impermeabilização adotado forneça a estanqueidade necessária.

Em relação aos pré-moldados, as dificuldades surgiram em função da logística de montagem devido às interferências com outras áreas também em execução, em especial durante a montagem dos pilares da nave principal do turbogerador, que previam pilares de 27 metros.

As montagens de equipamentos ficaram por conta da própria CMPC, sendo que a linha 1 já está em estágio avançado, com 90% das obras concluídas e a linha 2 encontra-se com 82% de avanço e tem entrega prevista para o segundo semestre de 2014.

A Hochtief priorizou a contratação de mão de obra local. No entanto, devido ao porte do empreendimento e complexidade de diversas etapas, foi necessário buscar colaboradores qualificados de outras regiões, seguindo os padrões de qualidade da construtora e do cliente.  Ao mesmo tempo, a empresa desenvolveu treinamentos internos para capacitar tecnicamente os novos colaboradores.

Dentre os cuidados adotados, a expansão optou por estruturas pré-fabricadas, a fim de evitar ao máximo a concentração de operários seja nos canteiro seja em uma só unidade de fabricação.  O empreendimento não engloba alojamentos para os funcionários, além dos refeitórios e espaços de lazer. Quando é necessário fazer um alojamento para um número maior de operários, as empresas contratadas para a obra precisam apresentar à CMPC o projeto para análise e a localização tem que ser aprovada com a prefeitura. Esses estabelecimentos são instalados nas zonas rurais, para não perturbar as comunidades locais. Há unidades dessa natureza em Barra do Ribeiro e em Eldorado do Sul.

Desafio logístico

A CMPC Celulose Riograndense e a prefeitura de Guaíba adotaram uma solução conjunta para desenvolver as obras de infraestrutura necessárias para suportar a nova expansão. Foi firmada uma Parceria Público-Privada (PPP) de obras viárias, envolvendo um valor superior a R$ 43 milhões. “Esse investimento visou desafogar o trânsito e preparar o entorno do projeto da nova linha de produção”, diz o presidente da companhia, Walter Lídio Nunes.

Uma via expressa, a partir da BR-116, permitirá a entrada da madeira diretamente na unidade sem passar pelas avenidas da cidade. Essa via aproveitará o novo viaduto previsto pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), dentro das obras de duplicação da rodovia.

Está previsto ainda no protocolo de intenções o asfaltamento de cerca de 7 km de uma estrada que liga a BR-290 à BR-116. Outro compromisso do governo gaúcho é o asfaltamento da estrada Guaíba – Barra do Ribeiro pela orla do Lago Guaíba.

De acordo com a PPP municipal, a CMPC adianta os recursos para as obras e será restituída posteriormente, com o abatimento de impostos, quando houver o incremento da receita com o aumento da produção de celulose. Até mesmo a desapropriação de casas, realizada para viabilizar a ampliação de ruas, foi custeada pela empresa. Foram feitos ainda investimentos em obras de macrodrenagem, a partir de repasses federais, para combater alagamentos em bairros da cidade. A prefeitura de Guaíba também pleiteia, com o governo estadual, a duplicação da estrada do Conde.

Após a ampliação, a nova planta deverá empregar cerca de 4,1 mil trabalhadores, em atividades na fábrica, plantios florestais, logística e atividades afins. Os empregos indiretos serão 17,1 mil, principalmente nos municípios com plantios florestais.

 

 

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