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Revista GC - Ed.63 - Setembro 2015
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Excelência Operacional & Lean Construction

Previsibilidade x Produtividade

Tenho visitado ultimamente algumas obras, em diferentes locais e de diversos tamanhos e, em função da situação econômica do Brasil, bem como do mercado da Construção, muitos gestores têm sido cada vez mais cobrados em seus projetos por algo que, nem sempre, é tão simples de se alcançar: o aumento da produtividade e, com isso, a redução de custos e prazos.

Tendo em vista o elevado nível de variáveis envolvidas em uma obra, sejam elas internas ou externas, muito já foi feito e ainda tem sido realizado neste sentido, afinal, precisamos nos tornar cada vez mais produtivos para conseguirmos atender às demandas do mercado e às necessidades de nossos clientes.

Mas uma pergunta sempre fica para ser respondida: Como e o que fazer para aumentar a produtividade nas obras e, com isso, as margens operacionais de nossos projetos?

Acredito que não exista uma única ou simples resposta para esta pergunta, mas gostaria de compartilhar, através deste artigo, um pouco do que tenho desenvolvido e implementado junto a meus clientes.

A grande maioria das empre


Tenho visitado ultimamente algumas obras, em diferentes locais e de diversos tamanhos e, em função da situação econômica do Brasil, bem como do mercado da Construção, muitos gestores têm sido cada vez mais cobrados em seus projetos por algo que, nem sempre, é tão simples de se alcançar: o aumento da produtividade e, com isso, a redução de custos e prazos.

Tendo em vista o elevado nível de variáveis envolvidas em uma obra, sejam elas internas ou externas, muito já foi feito e ainda tem sido realizado neste sentido, afinal, precisamos nos tornar cada vez mais produtivos para conseguirmos atender às demandas do mercado e às necessidades de nossos clientes.

Mas uma pergunta sempre fica para ser respondida: Como e o que fazer para aumentar a produtividade nas obras e, com isso, as margens operacionais de nossos projetos?

Acredito que não exista uma única ou simples resposta para esta pergunta, mas gostaria de compartilhar, através deste artigo, um pouco do que tenho desenvolvido e implementado junto a meus clientes.

A grande maioria das empresas pelas quais tenho prestado consultoria está realmente preocupada com o tema Produtividade da Mão de Obra, mas a maior parte delas tem se esquecido de que a Produtividade não deve ser tratada simplesmente como uma “causa” de um ou mais problemas que suas obras têm enfrentado, mas sim, como “consequência” de diversos fatores. E um dos principais, o qual eu destacaria, é a “Previsibilidade”.

Grande parte dos projetos ou programas voltados para o aumento da Produtividade visam diretamente a otimização dos processos produtivos e, principalmente, das atividades da mão de obra produtiva. Após anos implementando Programas de Excelência Operacional e Projetos voltados para o aumento da produtividade, redução de custos e prazos, o que mais tenho experimentado em termos de resultados positivos não tem sido, nem de longe, trabalhos operacionais com foco nas atividades dos colaboradores da produção, mas sim, em diversos outros temas. Gostaria de citar aqui apenas quatro deles:

1- Atraso ou má qualidade dos projetos

Este é sem dúvida um dos principais problemas das obras no Brasil e, sem dúvidas, o principal causador de diversos outros problemas, como por exemplo, atraso na aquisição dos suprimentos adequados, falta de uma programação da produção que consiga encadear de maneira eficiente as frentes de serviço a partir de um ritmo constante de produção e, não menos importante, a improdutividade dos colaboradores, pois sem projeto ou com projetos de má qualidade, muitas frentes são mal planejadas, iniciam atrasadas ou são antecipadas demais, quebrando todo o fluxo de produção e a cadeia logística da obra. Dessa forma, o último elemento da cadeia, o colaborador, realiza sempre o que é possível naquele dia ou semana e sua improdutividade acaba por aumentar a cada dia.

2- Mobilização de obra sem uma Estratégia de Produção & Logística

Muitas obras iniciam suas atividades em condições precárias em termos de infraestrutura, equipes mal dimensionadas e mal qualificadas, entre outros. Desenvolver uma Estratégia específica para a Produção e a Logística de uma obra, ainda na fase de fechamento do contrato, faz com que muitos dos problemas causados no início, ou curva de Ramp Up/Mobilização, sejam estudados, discutidos e eliminados com antecedência, fazendo com que os primeiros meses sejam mais eficientes e, como consequência, tenhamos colaboradores mais produtivos. Pensar uma obra por Processo faz com que a passagem de bastão da Equipe de orçamento para a Equipe de Obra seja realizada com eficiência e eficácia e isso também envolve a Produtividade dos colaboradores. Afinal, como sempre dizemos, Excelência Operacional é fazer a coisa certa, da maneira correta, desde o início.

3- Planejamento e Programação X Cronogramação

Em diversos projetos por onde tenho passado, muitos colaboradores têm confundido Planejamento e Programação com Cronogramação. Uso este termo apenas para exemplificar e explicar que qualquer Operação, Projeto ou Obra necessita muito mais do que um bom Cronograma. Construir um cronograma detalhado utilizando um software ou planilha não significa necessariamente que estamos Planejamento e Programando a Produção e, como consequência, não teremos como realizar um “Controle” adequado do que está sendo executado.

Planejar a Produção significa, entre outras coisas, fornecer uma visão de médio e longo prazos e gerir as ações necessárias para eliminar qualquer restrição.

Programar a Produção significa fornecer a este Processo as atividades de curto, com visão de médio prazo, já com as restrições eliminadas, de forma que esta possa executa-las e medi-las no momento adequado, com todos os recursos necessários.

Assim sendo, cronogramas gigantescos têm sido gerados e repassados para a Produção, sem que esta tenha todas as condições adequadas para executa-los. Isso causa insegurança e, muitas vezes a Produção acaba por desenvolver o seu próprio cronograma em cima do que realmente é possível ser executado. Desta forma e, cada vez mais, Planejamento e a Produção se desencontram e, com isso, as obras se distanciam cada vez mais da produtividade planejada.

4- Logística de Obra

Cabe aqui exemplificar este tema utilizando de um conceito bastante simples: O Médico e o Enfermeiro. Em uma obra podemos chamar de “Médico” todo colaborador que está ligado ao produto e nele consegue agregar valor na maior parte do dia e de suas atividades, como carpinteiro, pedreiro, soldador, etc. Já o “Enfermeiro” é todo aquele colaborador responsável por não deixar que nada falte ao “Médico”, como por exemplo um ajudante, servente, etc., assim como em uma cirurgia. Se pensarmos a Logística de Obra desta forma, analisando os processos produtivos e eliminando deles toda e qualquer atividade que deixa o Médico parado ou que cause a este qualquer improdutividade, podemos concluir que existe ai um enorme potencial de melhoria. Assim sendo, devemos pensar a Logística de maneira ampla, desde a saída dos produtos de seus fornecedores, passando pelo local de armazenamento, pela logística de canteiro, logística de equipamentos e pessoas, até a logística de descarte. Portanto, se trabalharmos com o foco em temas voltados à “Previsibilidade” nas obras, antecipando e otimizando cada uma das restrições ou problemas e vendo a Produtividade como consequência destes, teremos então a oportunidade de enxerga-los a partir de uma outra ótica, bem como de atuar de forma mais ampla, porém simples e objetiva. Isso trará com certeza resultados bastante significativos para a Produtividade dos colaboradores e redução dos custos e prazos.

Seja LEAN você também e apoie a sua empresa rumo à Excelência.

Jevandro Barros, Diretor Geral IOpEx Brasil

 

 

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