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Revista GC - Ed.67 - Março 2016
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Excelência Operacional & Lean Construction

O Paradigma da Mobilização de Obra

Neste artigo, gostaria de explorar um assunto de extrema importância, o qual sempre é bastante discutido na grande maioria das construtoras do Brasil, porém requer atenção ainda maior devido à sua real importância e possíveis consequências para os empreendimentos: Mobilização de Obra.

Antes de falarmos sobre a Mobilização propriamente dita, é de suma importância lembrarmos e analisarmos o “Processo Obra” como um todo, o qual, de maneira geral para todas as empresas de construção, possui basicamente 6 fases: Prospecção, Obtenção de Contratos, Preparação ou Mobilização, Execução, Entrega e Assistência Técnica / Operação e Manutenção.

Assim sendo, e considerando neste caso o processo 3, de Mobilização, percebemos que a grande maioria das construtoras, após prospectar um cliente e obter um contrato, deixa de lado nesta segunda etapa elementos essenciais para o sucesso do empreendimento e, principalmente, da fase de Mobilização.

Na fase de Obtenção do Contrato as empresas sempre procuram envolver o futuro Gerente da Obra no detalhamento da proposta,


Neste artigo, gostaria de explorar um assunto de extrema importância, o qual sempre é bastante discutido na grande maioria das construtoras do Brasil, porém requer atenção ainda maior devido à sua real importância e possíveis consequências para os empreendimentos: Mobilização de Obra.

Antes de falarmos sobre a Mobilização propriamente dita, é de suma importância lembrarmos e analisarmos o “Processo Obra” como um todo, o qual, de maneira geral para todas as empresas de construção, possui basicamente 6 fases: Prospecção, Obtenção de Contratos, Preparação ou Mobilização, Execução, Entrega e Assistência Técnica / Operação e Manutenção.

Assim sendo, e considerando neste caso o processo 3, de Mobilização, percebemos que a grande maioria das construtoras, após prospectar um cliente e obter um contrato, deixa de lado nesta segunda etapa elementos essenciais para o sucesso do empreendimento e, principalmente, da fase de Mobilização.

Na fase de Obtenção do Contrato as empresas sempre procuram envolver o futuro Gerente da Obra no detalhamento da proposta, mas na prática, isso acontece muito precariamente, ou não acontece. É a chamada “passagem de bastão, como mostra a figura 1 abaixo. Assim sendo, o profissional que gerenciará o empreendimento só irá receber as informações da obra quando esta já estiver iniciando e, a meu ver, tarde demais. Então, o envolvimento do futuro Gerente e o detalhamento da Estratégia de Produção e Logística, principalmente para a fase de Mobilização, devem ser desenvolvidos na etapa 2, para que a Mobilização em si flua de maneira mais rápida e produtiva.

É na etapa 2 que a equipe do Projeto deve se reunir e detalhar não apenas o cronograma da obra, mas principalmente o Mapa de Gestão dos Processos para todo o período do empreendimento, envolvendo no início da obra, os principais Stakeholders, incluindo fornecedores da curva A, para que não se tenham surpresas quando do início de suas atividades.

É na Etapa 2 que se definem também os “Gates de Controle”, ou seja, os momentos de cada processo, com os devidos checklists, os quais serão verificados ao longo da obra, para garantir que os “entregáveis” de cada um dos processos e Stakeholders envolvidos estejam sendo cumpridos e, caso não esteja, o que deve ser feito imediatamente para não se perder os prazos previamente estabelecidos.

Para isso, uma atividade muito importante a ser realizada é o “Planejamento Retrógrado”. Com base no Mapa de Gestão dos Processos e Interfaces (MGPI), descrevem-se do futuro para o presente, “todos” os entregáveis de “todos” os processos e Stakeholders envolvidos, de forma a contemplar “todas” das necessidades essenciais do empreendimento, sem as quais o mesmo não será finalizado ou não se cumprirá o contrato realizado.

Dessa forma, os responsáveis pelos processos, desde o início da fase de Prospecção, já poderão detalhar de maneira rápida e eficiente, todos os entregáveis do projeto e, a cada nova fase, complementar o MGPI com novos entregáveis, para que, no momento inicial da Mobilização da Obra, fase 3, a equipe de obra já esteja envolvida e possua condições de iniciar efetivamente o empreendimento com todos os recursos disponíveis. Dessa forma, a fase de Mobilização se inicia com menos atropelos, não causando inclusive aumento de preço devido às surpresas pelo mau planejamento, e pode ser realizada de maneira rápida, eficiente e dentro do prazo. Com isso, pode-se realizar uma reunião de fechamento ao final de cada fase, destacando-se inclusive as lições aprendidas e as possíveis melhorias para as demais fases, não deixando as conhecidas “Lições Aprendidas” apenas para o final ou entrega da obra. Nesse momento pode ser tarde demais, e todo o aprendizado colhido vai apenas para um documento que, na maioria das vezes, nunca mais será lido ou discutido novamente.

Tenho visitado diversas obras que tiveram atrasos na fase de Mobilização e que trouxeram prejuízos incalculáveis para o empreendimento, principalmente relativos a custos e prazos. Então, quando mais rápida e eficiente for a fase de Mobilização, melhores serão as demais fases do projeto.

Portanto, tanto o Mapa de Gestão dos Processos e Interfaces, tema abordado em artigo anterior, quando o Planejamento Retrógrado e os Gates de Controle são de suma importância para a garantia do sucesso de um empreendimento desde sua etapa de Prospecção até a Assistência Técnica.

Jevandro Barros

Diretor Geral IOpEx Brasil

 

 

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