Reconhecido como um dos maiores empreendimentos da história da Petrobras, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) marca a retomada da empresa no setor petroquímico. O empreendimento está sendo construído em uma área de 45 milhões de metros quadrados, no município de Itaboraí, área equivalente a mais de seis mil campos de futebol, ou a seis bairros do tamanho de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Seu objetivo é aumentar a capacidade nacional de refino de petróleo pesado e produção de petroquímicos, com consequente redução da importação de derivados e de produtos petroquímicos. As obras do complexo foram iniciadas em 31 de março de 2008 e a meta é o início da operação a partir de setembro de 2014.
O Comperj será implantado em duas etapas. A primeira fase do empreendimento visa à implantação de unidades de refino, que vão processar até 165 mil barris de petróleo por dia, produzindo diesel, GLP, querosene de aviação, nafta, coque e enxofre, a fim de suprir o mercado nacional e fornecer matéria-prima para as unidades petroquímicas. A segunda fase da refinaria está previst
Reconhecido como um dos maiores empreendimentos da história da Petrobras, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) marca a retomada da empresa no setor petroquímico. O empreendimento está sendo construído em uma área de 45 milhões de metros quadrados, no município de Itaboraí, área equivalente a mais de seis mil campos de futebol, ou a seis bairros do tamanho de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Seu objetivo é aumentar a capacidade nacional de refino de petróleo pesado e produção de petroquímicos, com consequente redução da importação de derivados e de produtos petroquímicos. As obras do complexo foram iniciadas em 31 de março de 2008 e a meta é o início da operação a partir de setembro de 2014.
O Comperj será implantado em duas etapas. A primeira fase do empreendimento visa à implantação de unidades de refino, que vão processar até 165 mil barris de petróleo por dia, produzindo diesel, GLP, querosene de aviação, nafta, coque e enxofre, a fim de suprir o mercado nacional e fornecer matéria-prima para as unidades petroquímicas. A segunda fase da refinaria está prevista para entrar em operação em 2018. As unidades petroquímicas têm previsão de operação em 2017, produzindo eteno, propeno, polietilenos e polipropileno, entre outros petroquímicos. Com a entrada em operação da segunda unidade de refino, a expectativa é dobrar a produção inicial.
Além do incremento da capacidade nacional de refino de petróleo pesado, o Comperj deverá transformar o perfil socioeconômico da região de influência. Ao todo, um investimento de cerca de 8,30 bilhões de dólares transformará o estado em um polo de oportunidades no setor de resinas termoplásticas e combustíveis.
Um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas prevê que o polo deve atrair 724 indústrias - a maior parte (cerca de 90%), micro e pequenas empresas, atraídas pela disponibilidade de matéria-prima. A expectativa, segundo a FGV, é que, caso todas as estimativas se concretizem, o Comperj signifique, entre hoje e 2015, um crescimento de 39% do PIB da região de influência direta. O levantamento destaca ainda que mesmos os municípios que em tese receberão menos investimentos passarão por um salto econômico, como nos casos de Tanguá (35% do PIB) e Guapimirim (29%).
Espera-se que o complexo exerça forte atração para a região de toda uma cadeia de transformação de produtos petroquímicos de segunda geração em bens de consumo, tais como: componentes para as indústrias montadoras de automóveis, materiais cirúrgicos e linha branca como eletrodomésticos, entre outros.
Localização estratégica
O Complexo está posicionado em um centro geográfico, no município de Itaboraí, que tem condição de atender o Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. Contará com facilidades de logística para acesso às principais rodovias do Sudeste e portos da região. Para isso, estão sendo construídas estradas de acesso principal e secundário, além de uma via de acesso alternativo para a chegada dos grandes equipamentos.
Localizado próximo aos Portos de Itaguaí (103 km) e Rio de Janeiro, dos terminais de Angra dos Reis (157 km), Ilhas d’Água e Redonda (30 km), o município de Itaboraí é atendido por rodovias e ferrovias. Além disso, tem como vizinhos a Refinaria Duque de Caxias, Reduc (50 km), as plantas petroquímicas da Rio Polímeros e da Suzano (50 km) e o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello - Cenpes (38 km).
Cerca de 15 mil trabalhadores estão em atividade no local, contratados pelos 20 consórcios que participam do megaempreendimento em diversas frentes. É prevista a criação de 200 mil empregos diretos, indiretos e por “efeito-renda”, durante os cinco anos da obra e após a entrada em operação; todos em escala nacional. A mão de obra estabelecida nas cidades impactadas diretamente pelo Complexo também está recebendo cursos de capacitação e qualificação oferecidos pelo Centro de Integração – outro projeto sugerido e já implantado. A expectativa é preparar cerca de 30 mil profissionais, cujos dados serão armazenados em um banco de informações para futuros empregos, tanto no Comperj quanto nas empresas atraídas para a região.
A Petrobras constituiu seis sociedades anônimas no Rio de Janeiro, subsidiárias integrais:
Comperj Participações S.A.: Sociedade de Propósito Específico que deterá as participações da Petrobras nas sociedades produtoras do Comperj;
Comperj Petroquímicos Básicos S.A.: Sociedade produtora de petroquímicos básicos;
Comperj PET S.A.: Sociedade produtora de PTA/PET;
Comperj Estirênicos S.A.: Sociedade produtora de estireno;
Comperj MEG S.A.: Sociedade produtora de etilenoglicol e óxido de eteno;
Comperj Poliolefinas S.A.: Sociedade produtora de poliolefinas (PP/PE).
Em um primeiro momento, a Petrobras deterá 100% do capital total e votante dessas companhias, quando será feita a implantação do modelo de integração e relacionamento das empresas do Comperj. Com a constituição dessas empresas, a Petrobras inicia a fase de preparação do projeto para a entrada de potenciais sócios.
Integração industrial
Para a Petrobras, a implantação do Comperj reforça o processo de integração com a petroquímica, interrompido na década de 90. A companhia ambiciona tornar ainda mais completa a transformação industrial do petróleo ao permitir a produção - diretamente e em um único local - de combustíveis, resinas plásticas e outros produtos de uso variado e de grande utilidade.
No local, funcionarão uma unidade refino de primeira geração para a produção de petroquímicos básicos - que irá refinar petróleo pesado e produzir eteno, benzeno, p-xileno e propeno - e um conjunto de unidades de segunda geração. Nesse conjunto, petroquímicos básicos serão transformados em produtos petroquímicos como estireno, etileno-glicol, polietileno, polipropileno e PTA/PET.
Contratos milionários
Com os maiores investimentos da história do país anunciados no setor de Óleo & Gás, o Comperj representa grande oportunidade de crescimento para várias empresas brasileiras. Quase a totalidade dos equipamentos e serviços já foram contratados e as obras chegaram, em dezembro do ano passado, a cerca de 25% de avanço físico, de acordo com a Petrobras.
O primeiro grande contrato para a execução de obras do empreendimento foi assinado com o Consórcio Terraplanagem Comperj (CTC), formado pela Andrade Gutierrez/ Odebretch/ Queiroz Galvão, para a execução da terraplanagem de toda a área do complexo, ao custo aproximado de R$ 820 milhões. Foi a maior obra de terraplenagem já realizada no Brasil, segundo afirmou a Odebrecht em seu site de notícias (www.odebrechtonline.com). Nem a construção das hidrelétricas de Itaipu ou Santo Antônio, nem a dos polos petroquímicos de Camaçari ou Triunfo tiveram movimento de terra tão grande. Foram movimentados 45 milhões de m3 de terra, que equivalem a 12 Maracanãs repletos de terra, mobilizando mais de 600 equipamentos.
O período das obras, estimado em 440 dias corridos, foi impactado pelas intensas chuvas que se abateram sobre a região entre o final de 2009 e início de 2010.
A construção das estradas de acesso ao Comperj (Estrada Sul e Estrada Convento) foi iniciada em 2011. A Estrada Sul dará acesso à rodovia RJ-116, e deverá ser liberada ao tráfego em março deste ano.
Em dezembro do ano passado, a Petrobras assinou contrato com o consórcio formado pelas empresas Toyo do Brasil, UTC e Odebrecht para execução de serviços relativos à elaboração do projeto executivo, fornecimento de equipamentos e materiais, construção civil, montagem eletromecânica e comissionamento das estações de tratamento de água (ETA) e efluentes industriais (ETDI) e da central termoelétrica (com capacidade instalada de 260 MW de energia elétrica e 1.000 toneladas/hora de vapor) do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). O prazo contratual para execução dos serviços é de aproximadamente três anos.
Com essa assinatura, estão firmados todos os contratos para construção e montagem das unidades de processo da primeira fase da refinaria e contratados todos os equipamentos críticos. A previsão é de que as obras civis de todas as unidades de processo estejam concluídas até o fim de 2012.
Um mês antes, a estatal e a MPE assinaram contrato para a construção e montagem das tubovias do complexo. O documento contempla a elaboração do projeto executivo, construção civil, montagem eletromecânica, interligações, comissionamento e fornecimento de bens para as tubovias do Complexo.
Serão utilizados na construção e montagem aproximadamente 12 mil toneladas de tubulação, 36.200 metros de estacas, 21.700 metros cúbicos de concreto para as fundações e 1.040 toneladas de suportes metálicos ao longo de 4,5 km de extensão das tubovias. O prazo contratual para execução dos serviços é de 1.183 dias corridos. Outro grande contrato de fornecimento para o Comperj foi assinado com a empreiteira mineira Santa Bárbara. Ela ganhou a licitação, com o valor de R$ 176 milhões para construir o sistema de combate a incêndios no complexo petroquímico. A empresa irá receber em 21 meses, com a conclusão da obra.
Foi o segundo grande contrato que a empreiteira assinou com a Petrobras. Antes ela já havia concluído as obras de um contrato de R$ 160 milhões para a construção de uma usina de coque.
Em março de 2010, o consórcio composto pela Skanska/Promon/Engevix firmou contrato com a Petrobras, para a construção das unidades de Destilação Atmosférica a Vácuo (DAV), com custo estimado em R$ 1,1 bilhão.
Outra contratada para fornecimento de serviços para o Comperj foi a EPC - Engenharia Projeto Consultoria S/A. Ela ficou com dois contratos para o desenvolvimento de projetos no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A empresa irá desenvolver para a Alusa Engenharia o projeto de detalhamento da unidade de Hidrocracreamento Catalítico (HCC) do Comperj, além de desenvolver o projeto em regime turnkey de distribuição de energia elétrica para a Gel Engenharia, que é responsável pelo abastecimento de água e a distribuição de energia elétrica do complexo.
A EPC está fornecendo projeto de engenharia multidisciplinar detalhada, gerenciamento de serviços de engenharia, assistência técnica à obra e à montagem e comissionamento da Unidade de HCC, que será a primeira unidade do país a realizar o processo químico de quebra de petróleo usando hidrogênio em alta pressão. Esse procedimento garante produtos finais mais nobres e diversificados do que os obtidos por meio da quebra do petróleo com altas temperaturas, sistema utilizado atualmente no Brasil.
Preservação Ambiental
Considerando que a planta industrial ocupará apenas parte do terreno e que a área está em franca degradação, de acordo com o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) do Complexo, foi desenvolvido o projeto do Corredor Ecológico. A meta é recuperar a flora nativa e conectar o manguezal à Mata Atlântica da região onde o empreendimento está inserido. Para isso, a Petrobras prevê a plantação de quatro milhões de mudas de árvores, assim como a criação de um berçário florestal na Fazenda Viveiros, localizada em Itaboraí, com capacidade de produção anual de 300 mil mudas de espécies da Mata Atlântica.
Até o momento, cerca de 4.300 animais, entre cobras, tatus, micos, gaviões e capivaras, foram resgatados na área das obras do Comperj, desde o seu início. A grande maioria deles é devolvida ao seu habitat natural, em outras áreas. Outros, antes de serem soltos, passam pela análise de biólogos e veterinários da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Esses profissionais são os responsáveis pela execução do programa de preservação da fauna da região, promovido pela Petrobras e pela análise dos impactos ambientais do projeto. Os técnicos observaram, por exemplo, o aumento da população de roedores, como preás, na região. Para eles, isso se deu como consequência da diminuição da caça na região.
Nessa empreitada, a Petrobras conta com três parceiros. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que, por intermédio da Fundação Johanna Döbereiner, desenhou o projeto conceitual do Corredor; a OSCIP Innatus (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), que já capacitou cerca de 400 pessoas da comunidade em práticas de silvicultura, e com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), responsável pela elaboração de programas para a recuperação das áreas degradadas.
De acordo com orientações do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), os canteiros de apoio às obras deverão ser localizados em áreas afastadas tanto quanto possível do traçado das águas de chuva no terreno. Para atenuar o impacto da limpeza do terreno e da movimentação de terras, o Relatório chama atenção para as escavações e movimentações de terras, que deverão ser realizadas com o mínimo tempo de exposição do solo e do subsolo. Além disso, deverão ser construídos para chuvas intensas, para segurar o material lescoado (mineral orgânico). Já os locais alterados, sobretudo os inclinados, deverão ser recuperados e recobertos por vegetação, utilizando técnicas que promovam o rápido desenvolvimento de vegetação rasteira.
Gerenciamento de Riscos
Entre os programas que deverão ser implementados no Complexo estão ainda os de Gerenciamento de Riscos e o de Controle e Acompanhamento de Ruídos. O primeiro, de responsabilidade das empresas contratadas, prevê a execução e manutenção de medidas preventivas e de controle, segundo a legislação ambiental e de acordo com as normas da Petrobras. As hipóteses acidentais de maior probabilidade de acidentes são derramamento de óleos combustíveis e lubrificantes; colisões de veículos ou máquinas; e atropelamentos de pessoas.
O segundo visa atenuar os efeitos dos ruídos gerados pelas atividades de construção por meio de medidas como o uso de proteção auricular pelos trabalhadores do empreendimento e de equipamentos motorizados que possuam exaustores com silenciadores.
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