Sustentabilidade
DCI
28/09/2017 10h12 | Atualizada em 28/09/2017 14h03
Mesmo sentindo uma retomada nos últimos meses, o transporte rodoviário de cargas só deve atingir o volume movimentado em 2014 daqui a pelo menos três anos. Em 2016, as empresas brasileiras gastaram R$ 361 bilhões com logística pelo modal, a primeira redução desde 2004.
"A boa notícia é que em julho, junho e maio já vimos três meses consecutivos de alta. Isso indica início da recuperação", afirma o sócio-diretor do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), Maurício Lima, no XXIII Fórum Internacional de Supply Chain, em São Paulo.
Mesmo assim, ele aponta que o volume no acumulado do ano se mantém menor que o de 2016. A perspectiva é que o cresciment
...Mesmo sentindo uma retomada nos últimos meses, o transporte rodoviário de cargas só deve atingir o volume movimentado em 2014 daqui a pelo menos três anos. Em 2016, as empresas brasileiras gastaram R$ 361 bilhões com logística pelo modal, a primeira redução desde 2004.
"A boa notícia é que em julho, junho e maio já vimos três meses consecutivos de alta. Isso indica início da recuperação", afirma o sócio-diretor do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), Maurício Lima, no XXIII Fórum Internacional de Supply Chain, em São Paulo.
Mesmo assim, ele aponta que o volume no acumulado do ano se mantém menor que o de 2016. A perspectiva é que o crescimento daqui até o final do ano consiga pelo menos deixar o indicador 'estável'. Nos cálculos do executivo, com base nas projeções econômicas do Boletim Focus, em 2018 e 2019 a movimentação de carga no modal deve ficar em torno de 3% e 3,5%, respectivamente. "Em 2020 devemos próximo do desempenho de 2014", analisa o especialista.
Um indicador que ainda deve continuar sendo pressionado, acompanhando o enfraquecimento da demanda é o de oferta de capacidade. "A queda não será grande, mas deve ocorrer", sinaliza.
Custos logísticos
De acordo com a última edição do Panorama Ilos, Custos Logísticos no Brasil, no ano passado o Brasil apresentou um gasto com o modal rodoviário de R$ 361 bilhões, em 2015 o custo logístico chegou a R$ 362 milhões. "O resultado [queda do custo] é bom, mas o remédio é ruim. Estamos assim porque tivemos um excesso de oferta momentânea e o preço [do frete] caiu. Não houve queda, porque tivemos uma melhora de forma produtiva", diz Lima.
Ainda segundo o levantamento do Ilos, o transporte rodoviário em 2016 teve queda de participação dos custos logísticos do modal na comparação com os outros, passando de 65% em 2015 para 63% no ano passado. Já o ferroviário saiu de 20% e foi para 21%, o aquaviário foi de 12% para 13% e o dutoviário que foi de 3% e passou para 4% da matriz. Mais uma vez, Lima do Ilos explica que o equilíbrio é positivo, mas o motivo [queda de demanda] não remete a um crescimento sustentável.
"Ela [a matriz logística] está mais equilibrada [em 2016], mas o que era um gargalo continua como gargalo. Não houve melhora na infraestrutura", analisa o especialista.
Pelo contrário, ele explica que os aportes em infraestrutura têm estado abaixo do necessário para manter o que já existe. "A depreciação da infraestrutura é maior do que o próprio investimento realizado", destaca. Por isso, a tendência é que com a retomada econômica, os custos com logística voltem a crescer e os gargalos continuem. "O preço vai aumentar, a infraestrutura não está adequada e o custo logístico volta a subir", diz.
De acordo com o executivo, encontrar modelos de concessões propícios para cada modal para conseguir diminuir essa defasagem na infraestrutura brasileira é urgente. "Acredito que esta seja uma pauta primordial para que o setor se recupere de forma sustentável. Precisamos avançar os modelos de concessão no País", finalizou Lima.
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