Na semana passada foi fechado, oficialmente, o último bolsão de entulhos que ainda funcionava no município. A medida atende a legislação federal segundo a qual nenhuma cidade brasileira poderá manter bolsões a partir do ano 2014. De agora em diante, empresas ou pessoas que produzirem resíduos sólidos ficam obrigadas a dar a destinação adequada a cada tipo de material, seja para inutilização ou reaproveitamento dos mesmos.

Garantir a gestão correta destes resíduos é um avanço espetacular para a preservação do meio ambiente e das futuras gerações. Graças às mudanças na lei, empresas e empreendedores passaram a investir em pesquisas de soluções eficientes não só para a destinação dos resíduos, mas também para reduzir a produção destes entulhos. Um exemplo é a substituição dos tijolos comuns por outros que já vêm furados e dispensam o corte para instalação de tubos e fios das redes hidráulica e elétrica. Sem o corte, não há resíduos. No mesmo caminho, as empresas estudam lâmpadas menos poluentes, projetos arquitetônicos que representem menor agressão ao ambiente, entre outros.

Ao mesmo tempo, estudam-se mecanismos de compra reversa para materiais nocivos ao meio ambiente, ou seja, a empresa que vende o produto fica responsável por recolher e tratar os resíduos, como já é feito com pilhas, lâmpadas e baterias.

Em Bauru, entra em vigor um novo sistema de gestão de resíduos: agora, todo projeto de obra apresentação à Prefeitura para aprovação deverá conter, em anexo, um Plano de gestão de resíduos. Neste documento, deve constar uma estimativa da quantidade e do tipo de entulho que aquela obra deverá produzir, com sua respectiva destinação. O plano inclui tipo de material, volume estimado, quem vai retirar o material da obra, para onde esse material será encaminhado (doação, reciclagem, etc). Ao final da obra, será preciso comprovar o cumprimento desde plano para obter o certificado de Habite-se.

Grande parte dos resíduos gerados pela construção civil é passível de reaproveitamento. Este material deverá ser encaminhado para uma usina de reciclagem. Evidentemente, os serviços de triagem, transporte e usinagem têm um custo e tudo que representa aumento de custo dói no bolso de todos nós. Sabemos que toda mudança drástica causa desconforto e exige adaptação. Mas temos certeza de que, em breve, todos os problemas serão solucionados e que a própria concorrência se encarregará de regular preços e eliminar outros gargalos, com a garantia de que tudo será revertido a favor de uma sociedade e meio ambiente melhores.