Sustentabilidade
Assessoria de Imprensa
19/12/2012 11h20
Recém-eleito presidente do Conselho Mundial da Água (WWC, World Water Council), Benedito Braga, professor de Engenharia Civil e Ambiental da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), começou sua gestão chamando a atenção do mundo para a necessidade de mudar o foco das discussões sobre as mudanças climáticas, hoje centradas em torno das medidas de mitigação. No último dia 4, em um evento paralelo da COP-18, a Cúpula sobre Mudança Climática da Organização das Nações Unidas (ONU), em Doha, no Qatar, Braga plantou a primeira semente para o estabelecimento de um pacto internacional pela segurança hídrica.
“É hora de trabalhar as questões de adaptação com foco nas políticas de recursos hídricos”, afirma Braga. Segundo
...Recém-eleito presidente do Conselho Mundial da Água (WWC, World Water Council), Benedito Braga, professor de Engenharia Civil e Ambiental da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), começou sua gestão chamando a atenção do mundo para a necessidade de mudar o foco das discussões sobre as mudanças climáticas, hoje centradas em torno das medidas de mitigação. No último dia 4, em um evento paralelo da COP-18, a Cúpula sobre Mudança Climática da Organização das Nações Unidas (ONU), em Doha, no Qatar, Braga plantou a primeira semente para o estabelecimento de um pacto internacional pela segurança hídrica.
“É hora de trabalhar as questões de adaptação com foco nas políticas de recursos hídricos”, afirma Braga. Segundo ele, o estoque de recursos hídricos no planeta depende de um complexo conjunto de interações climatológicas, sobre o qual não é razoável pensar-se somente em ações de mitigação. “As intervenções sobre os recursos hídricos respondem de forma mais efetiva às ações de adaptação, que podem ser intervenções de engenharia, a exemplo do aumento da capacidade de reserva, da construção de sistemas de atenuação de impactos de secas e enchentes, ou mesmo de ações de gestão que disciplinem a utilização desses recursos”, explica.
Na COP-18, Braga defendeu esse ponto de vista para uma plateia mais propensa a discutir questões de mitigação. “Meu objetivo, ao participar do evento, foi plantar uma semente”, explica. O quarto relatório do Painel Científico Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC), sigla em inglês, de 2007, disparou o alerta sobre a questão. Independentemente das medidas de mitigação que possam reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o planeta deverá aquecer até 1º C ao longo de uma década, devido ao efeito inercial das emissões já produzidas, que afetam o clima no longo prazo. Portanto, a adoção de medidas de adaptação é mais do que urgente, e pode ter impacto quase imediato nas localidades, enquanto as medidas de mitigação atuam em escala mais global.
Para ele, é fundamental conscientizar todos os países da necessidade premente de se investir em infraestrutura hidráulica para ajudar as populações a enfrentar os efeitos colaterais do aquecimento do planeta. “Devemos pensar em construir barragens para deter enchentes, em construir reservatórios para armazenamento de água para enfrentar os períodos de seca”, exemplifica. “Trata-se de um debate sobre uma gestão eficiente da água”, enfatiza.
Tratar a gestão da água como aspecto central numa política de adaptação é apenas um dos itens de um extenso programa que o professor Braga terá à frente do WWC. “Queremos levar adiante nosso Pacto de Segurança Hídrica por todo o mundo. O Pacto defende a universalização do acesso à água potável e ao saneamento básico, algo que tem importantíssimo impacto sobre a saúde pública”, ressalta.
Os usos múltiplos da água também estão na pauta. “Temos, primeiro, a questão da segurança alimentar e da água, usada na produção de alimentos. Outra agenda importante é a água e a energia”, prossegue. “Os conflitos relacionados aos múltiplos usos da água existem e são questões que vamos levar adiante para dialogar com a classe política, isso é uma missão do Conselho”, aponta. Outro tema importante para o WWC é a gestão das águas transfronteiriças, aquelas compartilhadas por dois ou mais países. “É uma discussão importante para o Oriente Médio, América do Sul, países da Ásia”, comenta.
Todos esses assuntos deverão ser abordados no 7º Fórum Mundial da Água, que será realizado em 2015 na Coreia do Sul. “Mais de 30 mil pessoas participaram da sexta edição, realizada neste ano em Marselha, na França. O Fórum é nosso principal evento, quando reunimos ministros, parlamentares, prefeitos e a comunidade acadêmica de vários países do mundo para discutir políticas de bom uso e conservação da água”, diz. “A água não é apenas algo que sai de nossas torneiras para nosso consumo, é um elemento cuja abundância ou falta pode ajudar ou travar o desenvolvimento social dos países”, finaliza.
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