Assessoria de Imprensa
20/02/2025 10h20
Por Abelardo de Sá*
O avanço tecnológico tem impulsionado de forma expressiva a demanda por energia. Contudo, o setor energético permanece entre os principais responsáveis pelos danos ambientais, em razão de sua elevada dependência de combustíveis fósseis.
Esses recursos, ao serem utilizados, emitem substâncias poluentes na atmosfera, com destaque para o dióxido de carbono (CO₂), responsável por 55% das emissões globais de gases do efeito estufa (GEE).
Diante desse cenário, reduzir tais emissões para conter o aquecimento global, sem comprometer o crescimento econômico mundial, impõe u
...Por Abelardo de Sá*
O avanço tecnológico tem impulsionado de forma expressiva a demanda por energia. Contudo, o setor energético permanece entre os principais responsáveis pelos danos ambientais, em razão de sua elevada dependência de combustíveis fósseis.
Esses recursos, ao serem utilizados, emitem substâncias poluentes na atmosfera, com destaque para o dióxido de carbono (CO₂), responsável por 55% das emissões globais de gases do efeito estufa (GEE).
Diante desse cenário, reduzir tais emissões para conter o aquecimento global, sem comprometer o crescimento econômico mundial, impõe um desafio complexo aos governos: como conciliar o avanço tecnológico acelerado com a urgência da preservação ambiental?
Nesse contexto, o hidrogênio verde – produzido a partir de fontes renováveis, como energia solar e eólica – surge como uma alternativa promissora.
Ele tem o potencial único de acelerar a transição energética, substituindo fontes poluentes por uma produção baseada na eletrólise da água, sem gerar emissões de carbono ou de qualquer outro gás poluente.
Trata-se de uma solução sustentável e estratégica para setores industriais e de transporte, que lidam com uma alta demanda de energia em suas atividades.
Segundo o World Economic Forum, o hidrogênio verde pode ser responsável por cerca de 10% da redução global necessária para atingir a neutralidade de carbono até 2050.
O Brasil destaca-se nesse cenário com seu vasto potencial técnico para a produção dessa alternativa sustentável. De acordo com a Agência Senado, o país tem capacidade para produzir até 1,8 bilhão de toneladas anualmente, impulsionado por seus abundantes recursos de energia renovável.
Projeções indicam que, até 2030, o Brasil poderá alcançar uma produção entre 0,6 e 1,1 milhão de toneladas anuais, com cerca de 60% voltadas ao mercado interno. Até 2050, a produção nacional pode chegar a 32 milhões de toneladas por ano, garantindo ao país até 10% do mercado global.
Na esfera internacional, países como Austrália, Alemanha, China, Arábia Saudita e Chile já estão implementando iniciativas ambiciosas para liderar a produção de hidrogênio verde. Esses esforços incluem grandes projetos de infraestrutura e inovação tecnológica, que colocam essas nações na vanguarda da transição energética.
Em território brasileiro, tanto empresas públicas quanto privadas têm investido no desenvolvimento de projetos que visam consolidar o país como uma referência global na produção de hidrogênio verde. Essas iniciativas estão espalhadas por diferentes estados e incluem desde plantas-piloto até empreendimentos em larga escala.
No entanto, estamos diante de um cenário ainda incipiente, que carece de viabilidade financeira e logística para a produção em larga escala. O alto custo de produção e a dificuldade de construir infraestrutura para fornecer H2V, como plantas de produção e gasodutos de transporte, ainda são entraves para a ampliação da demanda, que ainda é pequena.
Em razão dessas barreiras, é imprescindível o fortalecimento das parcerias e pesquisas entre organizações e setores. Nessa perspectiva, para o Brasil se tornar mais competitivo em âmbito global, é preciso reduzir o custo de produção do hidrogênio verde ou compensá-lo com incentivos.
Pois, ao serem superadas essas barreiras, o hidrogênio verde se tornará a opção de combustível sustentável número um para o abastecimento de máquinas e meios de transporte, e o Brasil estará estrategicamente posicionado para se tornar um player global nesse mercado. Aproveitando seus recursos naturais e o crescente interesse internacional, o país pode tanto contribuir para a redução das emissões globais quanto se destacar como um líder na construção de uma economia mais sustentável.
*Abelardo de Sá é Diretor de Energia e Infraestrutura da Fictor
20 de fevereiro 2025
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