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Cimento acumula alta no primeiro trimestre

Em março, a alta foi de 5,2% frente ao mesmo mês de 2024, com 5,3 milhões de toneladas comercializadas do produto

Assessoria de Imprensa

09/04/2025 10h15 | Atualizada em 10/04/2025 09h49


A indústria brasileira de cimento registrou no primeiro trimestre a venda de 15,6 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 5,9% em comparação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).

Em março, a alta foi de 5,2% frente ao mesmo mês de 2024, com 5,3 milhões de toneladas comercializadas do produto.

Na comparação por dia útil as vendas do produto registraram em março 244,9 mil toneladas, um crescimento de 5,6% em comparação a fevereiro e de 10,1% em relação a igual período de 2024. Assim, o resultado trimestral apresentou uma al

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A indústria brasileira de cimento registrou no primeiro trimestre a venda de 15,6 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 5,9% em comparação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).

Em março, a alta foi de 5,2% frente ao mesmo mês de 2024, com 5,3 milhões de toneladas comercializadas do produto.

Na comparação por dia útil as vendas do produto registraram em março 244,9 mil toneladas, um crescimento de 5,6% em comparação a fevereiro e de 10,1% em relação a igual período de 2024. Assim, o resultado trimestral apresentou uma alta de 6,0% ante os três primeiros meses do ano passado.

O resultado é atribuído ao contínuo aquecimento do mercado de trabalho e renda da população, com recorde da série histórica da massa salarial e carteiras assinadas em fevereiro de 2025, além da taxa de desemprego, que foi a menor para um trimestre desde 2014, quando marcou 6,8%.

Ademais, o mercado imobiliário, outro importante indutor no consumo de cimento, registrou expansão nos lançamentos puxado pelo programa Minha Casa Minha Vida, que já representa 50% do volume de imóveis.

Os segmentos de médio e alto padrão também apresentaram evolução, com resultados positivos no quarto trimestre divulgado por grande parte das incorporadoras. As vendas de materiais de construção seguiram em expansão em fevereiro, com projeção de 2,8% de crescimento neste ano.

O cenário positivo refletiu na confiança da construção, que após dois meses de queda voltou a subir em fevereiro. Entretanto, esse movimento não foi disseminado em todos os segmentos de maneira equilibrada (Infraestrutura, Edificações e Serviços Especializados), e não recuperou a queda dos dois primeiros meses do ano.

Esse pessimismo do primeiro trimestre reflete a escassez de mão de obra especificamente na construção civil e um crédito imobiliário mais caro.

A alta da taxa de juros continua a impactar crescentemente os financiamentos. No acumulado até fevereiro de 2025, o número de unidades financiadas para construção caiu, significativamente 49,3%, comparado com o mesmo período do ano passado.

A redução da disponibilidade de crédito via SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) e do FGTS levantam preocupações sobre o funding imobiliário a longo prazo.

A recente ação do STJ sobre a possibilidade de penhorar um imóvel que esteja alienado fiduciariamente para pagamento de dívida condominial, trazem ainda mais insegurança, uma vez que a alienação fiduciária é uma forma de garantir crédito. Esse movimento deve encarecer o financiamento. O crédito imobiliário participa com cerca de 9% do Produto Interno Bruto, ainda aquém dos patamares de países desenvolvidos e mesmo das nações pares do Brasil.

A confiança do consumidor apesar de ter registrado a primeira alta do ano, ainda permanece na região pessimista, em função dos patamares elevados da inflação e dos juros, que impactam o orçamento das famílias. Nos últimos anos, os gastos destinados à reforma e construção foram substituídos por despesas com internet, eletrodomésticos, TV a cabo e, mais recentemente, apostas, o que reflete negativamente no setor.

Adicionalmente, o endividamento da população segue bastante elevado, 48,3%, próximo do recorde histórico de 49,9% em julho de 2022 e a inadimplência já atinge mais de 75 milhões de brasileiros, comprometendo a atividade da construção.

A demanda pelo novo consignado privado lançado recentemente, apesar de ter surpreendido o setor bancário, pode demorar a decolar por estar concentrada em instituições menores.

Na agenda de infraestrutura, apesar do impacto positivo do programa Minha Casa Minha Vida, o PAC ainda não gerou os resultados esperados. Os investimentos no saneamento, que devem somar R$ 75 bilhões apenas em 2025, só deverão ser sentidos na indústria do cimento em dois ou três anos, quando as obras atingirem a fase de construção de estações de tratamento de água e esgoto.

No ambiente externo, as incertezas vindas dos EUA devem refletir na inflação global e, principalmente, nos custos de produção. A indústria brasileira do cimento segue com o desafio de reduzir custos, em especial de energia, uma vez que é responsável por mais de 50% dos custos e parte das emissões de gases de efeito estufa da indústria.

Diante desse cenário, o setor tem feito avanços significativos na agenda ambiental. O setor tem investido na substituição de combustíveis fósseis, por fontes alternativas, como biomassas, resíduos industriais e domésticos (lixo urbano).

Para contribuir com a agenda de descarbonização, o setor segue trabalhando ativamente junto ao governo na elaboração de metas setoriais contemplando tanto a descarbonização industrial quanto o crescimento econômico do setor para atender a demanda de infraestrutura e habitação, essenciais para o desenvolvimento socioeconômico do país. Nesse sentido, a indústria brasileira do cimento vem contribuindo com a construção dos compromissos do setor industrial junto ao Plano Clima, bem como na regulamentação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (mercado de carbono).

“Em 2024 a indústria recuperou as perdas de 2022 e 2023, fechando o ano com 4% de crescimento. No primeiro trimestre de 2025, as vendas atingiram 15,6 milhões de toneladas, uma evolução de 5,9%. As projeções para o primeiro semestre permanecem positivas, mas a instabilidade econômica marcada pela escalada da Selic, endividamento da população, inflação alta e questões fiscais devem reduzir os ganhos do setor no segundo semestre", Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC

Perspectivas - Apesar de um início do ano fortemente positivo, a projeção para 2025 é de um crescimento mais modesto, entre 1% e 1,5%. O desempenho dependerá da evolução da economia, da política monetária e dos investimentos em infraestrutura e habitação.

Ainda que o volume aportado pela iniciativa privada e pelo poder público no setor de infraestrutura tenha evoluído, não é suficiente para superar a baixa performance em setores como transportes e logística, que afetam a competitividade brasileira.

A atualização do marco legal das concessões será um movimento importante para impulsionar o investimento em infraestrutura.

Nesse sentido, a indústria do cimento tem contribuído para a recuperação das principais rodovias das regiões Sul, Nordeste e do Centro-Oeste com o pavimento flexível pelo sistema whitetopping, que consiste no uso de concreto para a reabilitação de pisos asfálticos deteriorados, aumentando a qualidade da obra e a durabilidade das estradas.

A revitalização das vias em concreto proporciona uma pavimentação mais duradoura e que suporta melhor o tráfego pesado, em especial nos locais de forte produção agrícola e industrial.

A solução já é adotada com sucesso principalmente nas estradas americanas e alemãs, consideradas as mais eficientes do mundo e vem sendo implementada com sucesso no país, a partir de um processo contínuo de capacitação conduzido pela indústria do cimento.

A indústria avança em outro importante vetor de infraestrutura em ruas, avenidas e estradas municipais, com a implementação do Pavimento Urbano de Concreto (PUC) em mais de 170 cidades, com destaque para obras emblemáticas em Brasilia (DF), Piracicaba (SP), Jequié (BA) e Cachoeiro do Itapemirim (ES).

Na agenda da habitação, o MCMV deve manter o bom desempenho, impulsionado pelo anúncio da ampliação do programa por parte do governo para famílias com renda até R$ 12 mil (faixa 4), com prazo de implementação de 45 a 90 dias.

Na perspectiva da sustentabilidade, o ano em que o Brasil será o centro das atenções na agenda ambiental ao sediar a COP30, traz desafios importantes para o setor produtivo como a regulamentação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões – Mercado de Carbono e a definição de metas de descarbonização setoriais no âmbito do Plano Clima.

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