Sustentabilidade
DCI
12/10/2016 07h37
Apesar do momento de crise no Brasil, o consumo e descarte de resíduos sólidos urbanos aumentou 1,7%. Em 2015, cada brasileiro gerou cerca de 391 kg de lixo, um volume até maior do que o de países desenvolvidos e com renda (PIB per capita) alta, como Japão, Coreia do Sul e Islândia.
Os dados são da nova edição do "Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil", da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). A pesquisa foi apresentada na terça-feira (4), na Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade (FimaiEcomondo).
O estudo mostrou que o total de RSU gerado no Brasil subiu de 78,6 milhões de toneladas em 2014 para 79,9 milhões de toneladas em 2015. Segundo o direto
...Apesar do momento de crise no Brasil, o consumo e descarte de resíduos sólidos urbanos aumentou 1,7%. Em 2015, cada brasileiro gerou cerca de 391 kg de lixo, um volume até maior do que o de países desenvolvidos e com renda (PIB per capita) alta, como Japão, Coreia do Sul e Islândia.
Os dados são da nova edição do "Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil", da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). A pesquisa foi apresentada na terça-feira (4), na Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade (FimaiEcomondo).
O estudo mostrou que o total de RSU gerado no Brasil subiu de 78,6 milhões de toneladas em 2014 para 79,9 milhões de toneladas em 2015. Segundo o diretor-presidente da Abrelpe, Carlos Silva Filho, o mais preocupante destes dados é que a população brasileira cresceu pouco neste período, apenas 0,8%, e a atividade econômica (PIB) retraiu 3,8%. "O volume de resíduos está muito atrelado ao poder aquisitivo da população e, mesmo com o desemprego e queda de renda em muitas famílias brasileiras, isto não se refletiu aqui", disse. Silva Filho alertou as gestões das cidades brasileiras para um maior comprometimento com a política nacional de resíduos sólidos, em vigor desde 2010, uma vez que 3.300 municípios ainda fazem uso de unidades irregulares para destinação do lixo. Segundo o estudo, cerca 76,5 milhões de brasileiros, ainda depositam os resíduos em lixões ou aterros controlados. No Estado de São Paulo, 7,9% do lixo vai para lixões, 14,9% para aterros controlados e 77,2% para aterros sanitários. "O Brasil continua bastante atrasado no atendimento às determinações da PNRS. No ritmo atual, o País não conseguirá cumprir o compromisso assumido perante a ONU, para implementar as ações definidas como prioridade até 2030", observou o diretor-presidente da Abrelpe. A gestão adequada de resíduos sólidos é uma das metas da nova agenda global dos 193 Estados-membros da ONU, que estabeleceram o compromisso de reduzir, até 2030, a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reúso.
Embora 70% dos municípios tenham apresentado alguma iniciativa de coleta seletiva em 2015, ante os 64,8% de 2014, os índices de reciclagem não apresentaram o mesmo avanço e, em alguns setores, houve até mesmo redução do total efetivamente reciclado, em comparação aos índices registrados anteriormente.
A reciclagem de garrafas PET, por exemplo, foi reduzida em 51%. Ainda segundo Silva Filho, a redução do reaproveitamento de materiais acontece por falta de incentivo, conscientização e equipamento (coleta seletiva em porta ou lixos de reciclagem) à população pela prefeitura.
Investimentos
Para executar os serviços de limpeza urbana, as prefeituras investiram, em média, recursos da ordem de R$ 10,15 por habitante/mês, o que equivale a dois cafezinhos. "É muito pouco o investimento para gerenciar a quantidade de resíduos produzidos", disse Silva Filho. Segundo ele, as obrigações municipais para com a gestão dos resíduos aumentam a cada ano e os orçamentos segue em via contrária, com reduções periódicas. Silva Filho acredita que a solução para melhorar a gestão dos resíduos é desvincular a limpeza urbana do orçamento geral das cidades, devendo ser custeados pelos geradores, no princípio poluidor-pagador.
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