Nos três primeiros meses de 2014 o Porto do Açu obteve volume recorde de investimentos, com aportes de R$ 633 milhões, o maior montante de recursos registrado em um trimestre desde que começaram as obras do empreendimento, em 2007. A informação é da Prumo Logística Global (ex-LLX), empresa responsável pela construção e operação do porto.
De acordo com a companhia, por conta desses avanços na infraestrutura, a previsão é de que o Porto do Açu comece a operar parcialmente ainda em junho, com o início da movimentação no canal de empresas que estão instaladas no Terminal 2, como a norte-americana National Oilwell Varco (Nov), líder mundial em fornecimento de componentes mecânicos para sondas de perfuração terrestres e marítimas, e Technip, produtora de tubos flexíveis e equipamentos para o setor de petróleo e gás, incluindo navios de instalação de dutos submarinos.
“O investimento realizado no primeiro trimestre reflete o grande avanço físico das obras de construção do Porto do Açu”, afirma Eduardo Parente, presidente da Prumo. “A conclusão da dragagem da e
Nos três primeiros meses de 2014 o Porto do Açu obteve volume recorde de investimentos, com aportes de R$ 633 milhões, o maior montante de recursos registrado em um trimestre desde que começaram as obras do empreendimento, em 2007. A informação é da Prumo Logística Global (ex-LLX), empresa responsável pela construção e operação do porto.
De acordo com a companhia, por conta desses avanços na infraestrutura, a previsão é de que o Porto do Açu comece a operar parcialmente ainda em junho, com o início da movimentação no canal de empresas que estão instaladas no Terminal 2, como a norte-americana National Oilwell Varco (Nov), líder mundial em fornecimento de componentes mecânicos para sondas de perfuração terrestres e marítimas, e Technip, produtora de tubos flexíveis e equipamentos para o setor de petróleo e gás, incluindo navios de instalação de dutos submarinos.
“O investimento realizado no primeiro trimestre reflete o grande avanço físico das obras de construção do Porto do Açu”, afirma Eduardo Parente, presidente da Prumo. “A conclusão da dragagem da extensão do canal do T2, junto com os 900 metros de cais dos nossos clientes, reforçam que o empreendimento está com a infraestrutura pronta para começar a operar nos próximos meses”, destaca o executivo. Atualmente, cerca de 9 mil pessoas trabalham nas obras do porto.
Porto do Açu possui características únicas, lembra Eduardo Parente, como grande profundidade, localização estratégica e infraestrutura eficiente. Com área de 90 km² (quase um quarto de toda a área do município onde se localiza – São João da Barra – RJ, de 431 km²), o Porto do Açu terá 17 km de píeres que poderão receber até 47 embarcações simultaneamente. Com um projeto inovador, que utiliza modernas práticas de engenharia, construção e operação, o Porto do Açu estará preparado para receber navios de grande porte, como Capesize e Very Large Crude Carrier, que transportam até 320 mil toneladas de carga. É formado pelo Terminal 1 (T1 offshore) e pelo Terminal 2 (T2 onshore).
O T1 será composto por uma ponte de acesso com 3 km de extensão, píer de rebocadores, 9 píeres para movimentação de minério de ferro e petróleo, canal de acesso e bacia de evolução. O T2 está sendo instalado no entorno de um canal para navegação, que conta com 6,5 km de extensão, 300 metros de largura e profundidade de 7,5 metros (chegando, na sua maior profundidade, a 14,5 metros). Com mais de 13 km de cais, o T2 irá movimentar ferro gusa, carvão mineral, veículos, granéis líquidos e sólidos, carga geral e petróleo.
Em termos logísticos, o Porto do Açu está contemplado com dois trechos ferroviários previstos no Programa de Investimentos em Logística, do governo federal. Um dos trechos ferroviários conecta Uruaçu (GO) a Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, a 43 km do porto. O traçado passará também por Brasília (DF) e Corinto, Conceição do Mato Dentro e Ipatinga, em Minas Gerais. Esse trecho possibilitará a ligação do Porto do Açu com o Centro-Oeste brasileiro, além de parte do Sudeste, criando uma nova alternativa para a exportação de vários produtos, principalmente grãos e minério de ferro. O outro trecho ligará Vitória (ES) ao Rio de Janeiro, passando por Campos. Nesse traçado está previsto um ramal ferroviário que irá conectar o porto à malha ferroviária brasileira. Com isso, o empreendimento estará conectado ao Sudeste e Sul do País. O Porto do Açu também contará com acesso rodoviário pelas principais vias brasileiras, como a BR 116 (Dutra), a BR 101 e a BR 040 (Rio–Juiz de Fora). Para acesso ao porto, será construído um corredor logístico com 43 km de comprimento e 400 metros de largura. Terá quatro faixas rodoviárias, duas linhas ferroviárias e três linhas de transmissão (135 kv, 345 kv e 500 kv). O corredor logístico foi dimensionado para transportar 200 milhões de toneladas por ano, com circulação de até 100 mil veículos por dia.
Localizado próximo à área responsável por 85% da produção de petróleo e gás do Brasil, o Porto do Açu se apresenta como a principal solução para a instalação de empresas do segmento, sobretudo nas áreas de movimentação e tratamento do petróleo, base de apoio para as operações offshore de exploração e produção e polo metalmecânico dedicado à indústria petrolífera. Do total de R$ 633,7 milhões investidos no primeiro trimestre no porto, R$ 204 milhões foram aplicados pela LLX Minas-Rio (joint venture formada 50% pela Prumo e 50% pela anglo-sul-africana Anglo American), responsável pelo desenvolvimento do terminal de minério de ferro do porto. O restante (R$ 429,7 milhões) foi aplicado pela Prumo na construção do Terminal 2 e na infraestrutura do porto – dragagem do canal do T2, construção de cais e quebra-mar, linha de transmissão de energia. Do o início da construção até março deste ano, foram aplicados R$ 5,8 bilhões no Porto do Açu. Desse montante, R$ 2,8 bilhões foram investidos pela LLX Minas-Rio e R$ 3 bilhões pela Prumo. Segundo a LLX Minas-Rio, a capacidade de movimentação anual atinge 26,5 milhões de toneladas de minério de ferro.
O Minas-Rio é um dos principais projetos da Anglo American em todo o mundo, com investimentos estimados em US$ 8,8 bilhões, dos quais US$ 5,6 bilhões já foram aplicados. O projeto está dividido em quatro partes: além do terminal no Porto do Açu, fazem parte uma mina de ferro e uma planta de beneficiamento, ambas em Conceição do Mato Dentro (MG), e um mineroduto de 525 km, o maior do gênero do mundo, que atravessa 32 municípios mineiros e fluminenses e terá capacidade inicial de 26,5 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. O duto já está praticamente concluído e deve começar a operar assim que as obras do terminal do porto estejam finalizadas, o que deve ocorrer nos próximos meses. Também a unidade de beneficiamento está perto do final, com quase todas as obras civis completas e boa parte da montagem eletromecânica finalizada. A expectativa da empresa é de que o primeiro embarque ocorra ainda neste ano.
Projetado com base no conceito porto-indústria, o Porto do Açu contará com um distrito industrial em área contígua, além de uma retroárea para armazenamento dos produtos que serão movimentados. Essas áreas, em conjunto com o porto, formarão o Complexo Industrial do Porto do Açu, onde serão instaladas indústrias offshore, polo metalmecânico, estocagem para granéis líquidos, estaleiros, base para tratamento de petróleo, termelétricas, pátio logístico e plantas de pelotização de minério de ferro, além de várias outras indústrias e empresas de serviços, que deverão se instalar na região atraídas pelas facilidades logísticas proporcionadas pela integração do porto com as infraestruturas rodoviária e ferroviária existentes.
Com o avanço dos investimentos e do ritmo das obras, aumenta a confiança das empresas investirem no complexo, acredita a Prumo. Segundo a companhia, somente neste semestre foram assinados dois importantes contratos comerciais, com a norte-americana Edison Chouest Offshore (Eco) e a British Petroleum (BP), que trazem receita adicional com o aluguel de área, além da expectativa de grande fluxo de embarcações para o canal do Terminal 2. A americana Eco, fornecedora de soluções de transporte marítimo offshore, assinou contrato de aluguel para instalar uma base de apoio logístico offshore e estaleiro de reparos navais para suas próprias embarcações no Porto do Açu. A unidade, que poderá receber até 18 embarcações, começará a operar no início de 2015. No caso da BP, sua subsidiária NFX (joint venture formada meio a meio com a Prumo) irá instalar uma base no Porto do Açu que irá importar, exportar, vender, armazenar, misturar, distribuir e comercializar combustíveis marítimos, sob a marca da BP Marine e atenderá navios de variados portes e atividades, como Platform Supply Vessels, e embarcações de cabotagem e de longo curso.
Outras empresas também confirmaram presença no Porto de Açu. Além das já instaladas Nov e Technip, a Wärtsilä Brasil assinou contrato para instalação de uma planta de montagem e produção de grupos geradores e propulsores Azimutal. Em construção, essa que é a primeira unidade industrial brasileira da companhia após décadas de atuação no País, ocupará uma área de 29.300 m² no canal do T2 e oferecerá soluções e serviços nas áreas de energia e propulsão marítima. Já a InterMoor, do grupo Acteon, está instalando uma unidade que oferecerá apoio logístico e serviços especializados à indústria de óleo e gás.
A unidade contará com 90 metros de frente de cais e 52.302 m² de área total, com início de operação previsto para o segundo semestre. A líder mundial em soluções tubulares premium Vallourec, que fornece para o mercado de energia, assinou contrato para instalação de uma base logística localizada no polo metalmecânico, em área de 150 mil m² destinada ao atendimento das companhias de petróleo que atuam na Bacia de Campos, por meio da armazenagem e fornecimento just in time de tubos e serviços especializados. Por fim, a GE irá instalar uma unidade no polo metalmecânico em área de até 322.498 m², que inicialmente atenderá as áreas de petróleo e gás e geração de energia. A estimativa é que o Porto do Açu atraia investimentos da ordem de US$ 36 bilhões. Quando o complexo portuário estiver funcionando plenamente, a previsão é que sejam gerados cerca de 50 mil postos de trabalho.
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